Falemos sobre a polêmica do carro alegórico da Viradouro. O carnavalesco Paulo Barros traz o enredo que trata de arrepios. Um dos carros é caracterizado por esculturas de corpos esqueléticos amontoados. Isso, pra representar o holocausto, a matança... genocídio do povo judeu pelos nazistas.
A federação judaica fez um pedido formal para que a escola de samba não apresente o tal carro sob o argumento de que é uma cicatriz na história de seu povo, além de haver sobreviventes daquele horror ainda vivos e que trazem marcas profundas físicas e psicológicas. Não seria o caso de mostrar um fato tão sério e triste durante a maior festa popular do mundo.
O carnavalesco (Paulo Barros, catzo! Já disse isso!) alega que a alegoria fala sobre o arrepio pela barbárie a que o povo judeu foi submetido. Além do quê, o carro passará somente com a escultura, não haverá destaques nem bailarinos sambando sobre a mesma (o que, segundo Barros, aí sim, caracterizaria desrespeito). Para Paulo, é importante que se mostre um fato como esse para lembrarmos da importância e o cuidado com pensamentos tão primários (pra não dizer selvagens, estúpidos e ‘morde-fronha’...).
Na minha opinião, a imagem do carro-alegórico é forte e, sim, é uma cicatriz com cara de ferida aberta. Entretanto, todos os anos, diversas escolas de samba abordam temas como escravidão e religião. Não acho que um carro com negros amarrados a troncos ou exibição de imagens de santos, por exemplo, seja um tabu impossível de se mostrar na Marquês de Sapucaí.
Temos que lembrar que aquilo é um desfile de sambas de enredo. Tá valendo nota, tá valendo um título que vem com uma grana violenta pra quem se sagrar campeão. Imagina só: Você fica incumbido de elaborar uma monografia (palestra, discurso, o que for) e não pode falar de um assunto que seria sério demais pra se tratar em troca de reconhecimento profissional. Aplaudir, então, é inaceitável!
Uma imagem forte vale mais que mil polêmicas.
Aliás, só porque uma imagem é forte, não quer dizer, necessariamente, que é ofensiva.
FGarcia® é polêmico, mas não é ofensivo.
Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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2 comentários:
Fernando!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu achei absurdamente desrespeitoso esse carro, pois qual foi a proposta do carnavalesco ao remoer passados distantes e tristes sobre a nossa sociedade?
No enredo, juntamente do carro, viriam dançarinos vestidos à caráter de Hitler...(informação do jornal O Globo)
Na minha opinião explorar tristeza não é sinal de profissioalismo, é "botar lenha na fogueira", interessante seria se ele colocasse judeus dançando alegremente pela Avenida; "a volta por cima" do povo...
Até mais...
Cara, realmente seria de dar arrepios ver uma cena trágica (principalmente se eu estivesse diretamente envolvido)durante uma festa. Mas, ainda acho que impedir o tal carro e permitir tantos enredos sobre escravidão (e suas caracterizações)ou violência, por exemplo é meio demagogo. Tipo, cair no lugar comum e exibir 'escravos' pode, não pode é falar de outro período menos explorado na festança? Acho que a polêmica veio por ser um assunto diferenciado, por assim dizer.
Pra terminar, boa sacada essa de mostrar judeus numa boa, mas acho fugiria do tema (Arrepios).
Li que o carro vai ser mostrado na avenida como o arrepio pela proibição do direito de se expressar... hahaha (A polêmica já dura muito mais que o carro desmontado)
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