Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.
domingo, 8 de novembro de 2009
Intolerância religiosa no estado laico
Putz, que título comprido!!!
Intolerância religiosa é uma coisa ridícula. Todos sabem – apesar de metade desses todos se defender como mátires e praticarem a mesmíssima intolerância contra os outros. Enfim, isso é um outro mérito que não vou abordar agora. O que pretendo desmistificar aqui e agora é aquela máxima infame sobre religiões afro-brasileiras (e espíritas vão por aproximação): Macumba, se fosse boa não seria Macumba e sim, BOAcumba.
Vamos começar pelo começo (!), esse assunto veio à baila porque assisti a uma reprise do extinto Gordo a Go Go, apresentado pelo, então, realmente gordo, João Gordo (pode parecer pleonasmo, mas ele tá bem mais esbelto hoje em dia). Nessa reprise – comemorativa dos 19 anos da MTV brasileira – ele conversou com ícones da cultura pop dos anos 80: Sérgio Mallandro e Bozo. A entrevista ia com o homem do “vem fazer glu glu” e tudo transcorria de forma escrachada e boa de se encarar (UIA!). Mas, quando o Bozo chegou, representado por um dos três atores que vestiram o traje na época de ouro da TVS (o SBT, cara!), a coisa degringolou para a tentativa de evangelização. Cara, não tenho nada contra levar a palavra de Deus a alguém. Mas, tem que interessar a esse alguém. Aí, o cara quer convencer os outros de que a vida dele era uma m... porque ele freqüentava a macumba – foi aí que ele disparou a tal piadinha. Obviamente depois que chegou ao fundo do poço, ele se converteu à fé evangélica e aí a magia aconteceu.
Tentou mostrar a maravilha de Deus em sua vida falando mal da fé alheia. Ué, Bátima! Jesus ensinou isso? Não, gafanhoto, na remota hipótese de isso ter sido só uma piada sem ressentimentos com um segmento de fé que não transformou sua vida de forma mágica, isso foi só um infeliz comentário preconceituoso. Deus me livre ser politicamente correto, qualquer um que me conhece sabe que eu adoro uma piadinha infame. Só que vindo de gente de fora do “grupo-alvo” da piada, soa agressivo.
O certo é que certas piadas não se sustentam e nem adianta dizer que é licença poética, pois, não se trata de entender que em piadas um papagaio pode conversar com um cachorro, estamos tratando de pessoas que abandonam um tipo de fé para seguir outro e guardar rancor do anterior. Pessoas boas existem em todo canto assim como pessoas más... agora... idiotas também. Por isso que eu digo pra quem se acha no direito de julgar os outros: Palhaço!
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