Lá vou eu falar de playboy de novo. Andei atento a um rebuliço moderado sobre a playboy anunciar que traria em um ensaio fotográfico a modelo plus-size, Fluvia Lacerda. Sim, uma gorda posando nua numa das mais famosas revistas 'masculinas' do mundo. Parece tudo muito bonitinho, mas não é. Digo logo, assim, de cara.
A questão é que a playboy anunciou uma mulher gorda, pagou de representativa, mas a capa mesmo, nas bancas, vai ser essa aqui, ó.
Qual é a lição que tiramos daí? Que a mulher gorda serve pra sua conveniência de momento, mas é a magra que você exibe e anda de mãos dadas. Na hora de pagar de simpática, a playboy (minúsculo mesmo) se faz de benfeitora, mas pra vender na banca, ambiente mais tradicional da revista, aí, é a magra. Mas isso nos leva a uma questão: Se Fluvia é a atração, não deveria ser a capa oficial? Digo porque enquanto colecionador de quadrinhos, a prática comum que a gente conhece é a das capas variantes. Mas tem a oficial!
Tipo, não tem como Fluvia estar na banca não, playboy? Eu mesmo já respondo: Provavelmente não, já que a playboy é uma publicação mensal há uns 40 anos no Brasil e nessas décadas todas, só exibiu 10 negras em capas. Isso pra dar um exemplo, pois não sei de estatísticas pra pessoas obesas, mas em se tratando de negros, somos maioria da população. 10 negras em 40 anos já seria pouco até se a revista só saísse uma vez por ano, imagina mensalmente. São quase 500 revistas. A mais recente, Pathy Dejesus, foi capa da edição de aniversário. A primeira estampada por uma negra. Só agora.
Mas voltando ao caso de Fluvia. A playboy tentou ser revolucionária e nessa atitude só ratificou ser a mesma reacionária de sempre, com seus padrões babacas. Quando é pra ser assim ,melhor que nem fizesse alarde nenhum. Quando a intenção é boa, a coisa acontece naturalmente, mas quando é apenas pra chamar atenção e vender uns números a mais... transparece o interesse comercial em cima de um assunto do momento.
Fonte: Blog do Alvaro Leme
Nenhum comentário:
Postar um comentário