quinta-feira, 6 de maio de 2021

5 Coisas que colocaram Paulo Gustavo no panteão dos grandes humoristas

 

Paulo Gustavo ficou muito famoso, obviamente, por Dona Hermínia, personagem de sua criação, baseado em sua própria mãe, Déa Lúcia. Mas isso é chover no molhado.


O que tô aqui pra falar é que o humorista fez das suas até chegar nesse patamar de ser conhecido pela simples menção de seu nome em qualquer ambiente, dos mais variados.


A questão aqui é enumerar como foi sua escalada até esse lugar de sonho de todo ator, de todo artista em geral, que é chegar a uma carreira sólida e admirada sendo apenas si próprio.


1 - INVESTIMENTO EM DONA HERMÍNIA

Criar a personagem seria ficar aquém do que esta colocação merece. Porque criar personagem é fácil. Não é fácil criar personagem original e bom, tô dizendo que é fácil criar. Eu mesmo crio uns três por dia. Rá! Falando sério, quando ele percebeu que tinha um algo mais em uma personagem que, ironicamente, é justamente nada de mais, ali, ele já era uma estrela em ascensão. 

2 - O APROVEITAMENTO DO SUCESSO NO TEATRO

Conforme Dona Hermínia se tornou promissora, o monólogo Minha Mãe É uma Peça a glorificou. Através de uma estrutura simples (e bem feita, não pense que era desleixo), o mais importante da personagem era justamente conversar, literalmente, com todo tipo de público. A grande sacada foi entreter milhares de pessoas com aquilo que mais as identifica, que são relações familiares.

3 - ENTREVISTAS COM JÔ SOARES

O próprio ator falou, em uma as entrevistas a Jô Soares, que já era conhecido por algumas pessoas como o "menino do Jô", provavelmente por pessoas que o conheciam das entrevistas, mas não do trabalho, do personagem, etc. Eu era um, lá pelos idos de 2009, um pouco antes, ou um pouco depois, acho. Ali, o ator experimentou a fama além dos teatros, como ele próprio e o carisma pegou.

4 - A FRANQUIA MINHA MÃE É UMA PEÇA

Se nos teatros a Dona Hermínia já tinha levado milhões a suas reflexões e desabafos, foi nos cinemas que ela ganhou de vez o Brasil. Era muito fácil deduzir que um sucesso nos teatros, sendo adaptado para os cinemas, repetiria as boas performances. Foi muito melhor, gerou duas continuações, esta última, a maior bilheteria nacional de todos os tempos.

5 - O CONJUNTO DA OBRA

Não mencionei de forma separada seu programa solo/stand-up 220 volts/Hiperativo nem suas grandes participações em humorísticos, porque ali ele já estava sendo ele mesmo, no sentido de estar totalmente à vontade em quaisquer encarnações. Quero mencionar aqui, sua evolução, pois, se no começo fazia tipos até controversos (blackface, bullying, gordofobia, etc), o ator soube se reconhecer um artista em constante evolução - e em desconstrução. 

CONCLUSÃO

Seja por formar uma família linda que transborda vontade de viver ou por máximas como "Rir é um ato de resistência", Paulo Gustavo vai deixar saudades, mas antes termos tido alguém expoente assim do que não ter tido inspiração pra seguir em frente. Paulo se tornou um ícone da comédia, da representatividade e só me faz pensar em quantos armários não estremeceram com sua aparição em público e quantas pessoas não se reavaliaram em relação ao sentimento que diziam ter por entes queridos LGBT e a verdadeira prática do amor e da família. Revolucionou sem tomar pra si o cetro do transformador de mundos e sem bajular carreiras. Nunca teve esse ar messiânico que muitos têm sem metade da expressão que teve e mesmo assim comoveu até artistas internacionais com sua partida.

Que esteja em um caminho de luz e paz e muita força pra família!

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