Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OPERAÇÃO: CHOQUE DE ORDEM


A lei existe há quase tanto tempo quanto os dinossauros. Todo mundo sabe o que pode e o que não pode fazer. Todo mundo tem, pelo menos uma vez na vida, um momento “frase feita” quando diz “Olha só, o direito de um começa onde o do próximo termina” (ou o contrário, nem lembro, nem influi tanto no assunto). Beleza, mas tem gente que, simplesmente, não se importa com os códigos de convívio criados para uma convivência razoavelmente justa, harmoniosa e tals. Sempre tem um “féla” (abreviação de “féladaputa”) que resolve que sua necessidade de estacionar um carro na frente da tua garagem é maior que a tua de sair com o carro, tem o que se acha com direitos de desobedecer um sinal fechado e por aí vai. Estou falando tudo isso porque a lei existe, mas todo mundo sabe que não é cumprida. Ah, se fosse... Claro, sabemos que também depende da educação que cada um trás de casa. Mas, uma coisa de cada vez.

Pois bem, para que se cumpra o que já existe, a atual prefeitura criou uma secretaria especialmente designada a cuidar da ordem pública... ou, pelo menos, para que seja viável a existência de uma. À operação que está cuidando do caos urbano que existe no Rio de Janeiro, RJ foi dado o nome de “Choque de Ordem”. O nome é forte e admito que gosto. Nem adianta falar que o camelô tá ali trabalhando e que é melhor do que roubar... não justifica termos que viver entre os restos de alimento e embalagens que eles largam pelo chão. Nada me convence a viver no chiqueiro por causa do comércio informal. Como o Brasil é conhecido mundialmente (sério!) pelo jeitinho, não sei até onde, nem quando, essa campanha vai durar e se é de fundamento social ou eleitoreiro (Mas já? Nunca é cedo pra pensar na reeleição). Mas torço e levo fé que dê em alguma coisa.

Por posts anteriores e razoavelmente recentes, você percebe que nem votei no atual prefeito, Eduardo Paes, mas o homem tá lá, né, cara? Como cidadão (“como” não é o verbo, se fosse, combinaria com “cidadã”) eu quero que minha cidade evolua. E não digo evoluir como um pokemon – que sempre vira um bicho esquisito que não serve pra nada na prática – tô falando de ter uma cidade maravilhosa em termos práticos. Não só em turismo – incluindo o sexual, pros que curtem – ou carnaval. Quero um Rio decente o ano todo e na cidade toda. Centro, Barra e Zona Sul são legais - eu mesmo freqüento sempre (se me permite a redundância) – mas faço votos de que tudo se cumpra a contento e em todas as localidades. Mas – e sempre tem um “mas”, acho que é porque rima com “pé atrás” – como sabemos que este é o país da conveniência e do “uma mão lava a outra”, fica meu registro de “São Tomé”. Só vou vibrar mesmo depois que medidas de longo e eterno prazos forem tomadas. É fácil tirar um camelô da rua e apreender a mercadoria – pirata ou não – mas se não oferecer meios de se regularizar ou manter a fiscalização e repressão à desordem, não vai dar em nada.

Uma coisa é boa de se constatar, pelo menos a coisa saiu do papel logo no início do mandato. Se for eleitoreiro ou não, que se dane, que dure pra sempre e sirva de exemplo para tantos outros governos. O estadual bem que poderia fazer isso na polícia em relação à criminalidade ao invés de se contentar com números frios. Mas, voltando à vaca fria – e eu ainda mantenho meu juramento de que vou descobrir porque essa expressão existe – gostei dess atitude da nova prefeitura. Não consigo entender como as pessoas simplesmente conseguem viver em meio a tanta bagunça e ahcar normal ou necessário. Eu ando pelas ruas – a pé ou de busão, carro, tanto faz – e só consigo pensar naqueles filmes estadunidenses em que eles retratam localidades das Américas, Central e do Sul, como lugarejos quase tribais no meio da selva. Faço idéia do que parecemos para pessoas que são criadas no primeiro mundo (índios, vivendo em palafitas, entre o Rio Amazonas e a praia de Copacabana, com macaquinhos nos ombros, ouvindo samba, comendo acarajé com feijoada e bebendo caipirinha – de Sagatiba, nham! – e vestindo uma camisa camuflada do exército ou da seleção de futebol.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Maysa e o BBB9


“Maysa: Quando fala ao coração”, que contou a vida da cantora, compositora e boêmia Maysa (o Cazuza da era pré-anos 80) reinou absoluta em audiência e aceitação na primeira semana de exibição (de 05 a 09/01/2009). Foram tantos comentários favoráveis que ouvi e li que fiquei feliz por ter acompanhado ignorando meus instintos mais básicos que diziam “É escrita pelo Manoel Carlos, cooorraaa!!!”. O volume de opiniões encantadas com o capricho com que foi feita a minissérie só rivalizou (pudera!) com as frases descontentes. Mas, não, não críticas à série (que eu comento mais à frente), mas sim, críticas à segunda semana da obra de Maneco e Jaime Monjardim. Não críticas (ok, terceira vez que eu uso essa palavra, agora ela é só minha por direito) à minissérie (pô, depois eu falo sobre isso, cara!). Eram reclamações quanto ao horário. Um trabalho tão cuidadoso relegado a um horário para seletos insones que não precisam – ou não querem – acordar cedo.

Maysa, na segunda semana, foi empurrada (UIA!) pelo BBB9. Não é uma manchete sensacionalista de um desses tablóides de R$ 0,50. É uma constatação. E por quê? Porque a Globo parece entender (?!) que o horário, dito, nobre é para o Homer Simpson, e a casta de seres com um pouco mais de iluminação intelectual que fique com a madrugada. Pescou a situação? Tremendo incentivo à não-inteligência, visto que para curtir Big Brother basta desligar o cérebro e exercitar a milenar arte de falar da vida alheia. Do latim: Mexericus Fofocarium. E nem se trata de conhecidos seus. Tá, talvez eu tenha deixado escapar que faço parte dos fãs de belas artes e contrários a esse tipo de superficialidade. Mas, não sou contra atrações populares. Só que... por quê a emissora faz campanha para se ler livros enquanto os bons trabalhos vêm depois do BBB?

Faço aqui meu protesto – silencioso – contra os inícios de ano em que as novidades (em forma de minisséries e especiais) precisam esperar o maldito BBB para aparecerem. Convenhamos, quem tem um gosto mais... bem, exigente - \o/ - precisa de um sono legal pra poder assistir a um bom programa e dormir bem. Quem curte BBB curte o horário que for, o dia todo em muitos casos. Essa galera pode chegar nos trabalhos e aulas com duas noites de sono que, ainda assim, vão comentar e fofocar empolgadíssimos por três meses. E você, que só queria um alento cultural para sua preciosa mente antes de ir pra cama, fica com o horário que nem o filho do diretor deve agüentar acordado pra ver.

As pessoas confabulavam: Será que a série foi uma homenagem do filho à mãe? Ou um desaforo do filho da mãe? Agora, uma minha (hum, cacofonias rock!): Só eu lembrei do Cazuza? Posso dizer que quando fala ao coração, o tempo não pára? (Já posso escrever “pára” sem o acento?). Bem, levantei essas questões porque uma mulher voluntariosa com coragem pra fazer o que a maioria tinha vergonha até de pensar pra não ir contra a opinião do (bleh!) senso comum me faz pensar no – saudoso - jovem Agenor (o Cazuza, carai!), que também falava e fazia o que queria. Fiz uma comparação traçando um método de “trabalho” entre os astros. Gente à frente de seus respectivos tempos e que nos deixaram de formas dolorosas. Se provocaram seus destinos, sabe-se lá, não se pode culpar os Mamonas por provocar seus destinos ao entrarem para a música ou num avião, saca?

Mas, no frigir dos ovos, a série acabou, muitos não viram - quer por pirraça pra evitar o BBB, quer por sono no horário tardio – e ficaram as reclamações que perdurarão por – no mínimo – mais um ano, visto que, sabemos que a franquia BBB tem contrato previsto para 10 edições. Se vão prorrogar, sabe-se lá. Enquanto isso, oremos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Maysa: Quando fala ao... PONTO ELETRÔNICO!


Não é supimpinha quando apresentadores nos brindam com seus divertidos mascotes? Silvio Santos resolveu que uma menininha de cachinhos bem feitos deveria ser o carro-chefe de um programa (co)apresentado por ele (afinal, o programa é deeele, a emissora é deeeele...). O grande barato é que a menina nem disfarça que está recebendo informações por um ponto eletrônico. Também, pudera, apesar de não ser mais tão miudinha e estar (logicamente) crescendo a olhos vistos, ela ainda é bem pequena. Não, não se trata de uma nova Simony (será?), afinal, ela não usava um desses pontos quando surgiu pelo programa do mago do banquinho, Raul Gil. Estamos falando dela, a musa do Top 5 do CQC, a pequena notável, não a Carmem Miranda, mas sim, MAYSA! Quando fala ao coração... quer dizer, nesse caso, quando falam ao ponto eletrônico em seu ouvido! Rá!

Nada de marionetes, bonequinhos ou papagaios perspicazes. Eu até achava que o Roque ou o Lombardi teriam mais potencial nessa onda, mas Seu Abravanel cismou (e pode fazê-lo a hora que quiser, afinal pode pagar) com a antiga parceirinha mirim (Robin?!) de Raul Gil (saca, aquele senhor que também utiliza criancinhas falantes como animações de palco). Talvez, por ter visto que o seu Gil leva jeito para lançar nacionalmente (na vizinhança dele) criancinhas que correspondam com suas peripécias no palco, o mago do baú optou por contratar a menina-robô-anão-puppet mais amada de todos os tempos da última semana do Brasil por uma grana que muito jogador de futebol não vai ver durante toda sua vida de correr e chutar bolas (UIA!).

Bem, cada apresentador tem o Louro José que merece. Agora, porque colocar uma presepada mal ensaiada dessa? E, ainda por cima, numa das atrações mais “corta-tesão” da televisão brasileira? Pô, já é um saco ter que ver alguém adivinhando em que número estão os mil reais – isso, entre os cansativos jabás, que eles chamam carinhosamente de “recadinhos” (blá!) – e ainda temos que topar com a infante moçoila gaguejando e tropeçando nas falas enquanto orienta e conversa com criancinhas de sua faixa-etária – num papo tão produtivo quanto pareceu na minha descrição. Claro, isso quando não são as ex-crianças-chatas, que hoje são pré-adolescentes com os mesmos belos atributos da frase anterior, nos entupindo de frases repetitivas (lavagem cerebral ou treinamento para vendedores de enciclopédia?), vícios de linguagem e trejeitos irritantes.

Não sei se o nome dela se escreve com ‘I’ ou ‘Y’, mas mantive o ‘Y’ pra firmar a piada com a série homônima da TV Globo (cada emissora tem a Maysa que merece). Minhas considerações finais são: Assim que estiver em minhas mãos, rasgarei meu diploma de Comunicação Social, pois, quando você não sabe de algo, não pergunta ao comunicador... você pergunta é pra Maysa!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Clone das Ìndias


Eu sei que o BBB9 vem antes, mas tenho mais urgência para o que virá depois do final de A Favorita. Acontece que a novela do autor João Emanuel Carneiro será substituída por outra (ou seria mais uma?) de Glória Perez. Até aí, nada de mais, pois as novelas se sucedem numa obrigação absurda e carente de inspiração (quase sempre), já que se escreve pra manter o público hipnotizado e não lembrar que novela e futebol não nasceram na gente e o mundo seguiria normalmente sem isso. Mas, como as novelas são feitas em escala industrial, lá vem outra e, não bastasse ter todos os elementos das anteriores, ainda promete dar um revival nos fãs da inesquecível O Clone.

Bem, é bem verdade que a obra ainda nem estreou, mas as chamadas dão uma idéia do que será, pelo menos a primeira fase (sempre tem uma). O negócio (da China? Não, país e horário errados) é que as chamadas já mostram a marca registrada de Glória Perez: Alguma cultura diferente da nossa, um casal de culturas ou famílias diferentes (ou rivais) que precisam lutar contra todos os obstáculos para viverem seu graaande amor. A Juliana Paes está uma indígen... indiana perfeita (no visual, só depois de ver a interpretação podemos ver como ela se sai). Mas, se fosse pro Marrocos e se convertesse ao islamismo, será que não adotaria o nome muçulmano de Jade?

A verdade, é que – não com o mesmo talento, paciência e contrato – você também pode pegar um avião e, em menos de duas cenas, tomar (UIA!) o caminho das Índias – que, por sinal, poderíamos chamar de caminho do clone, ou ainda, rastro do clone. Digo isso porque, se você cismar que tem que escrever uma novela – porque, depois de malhação, todo mundo é ator, todo mundo é autor - seus problemas acabaram! Chegou o “Curso relâmpago para roteiros de novelas da Glória Perez”. Bem, se quiser o curso completo, me liga que eu informo formas de pagamento e o precinho salga... camarada, mas, por enquanto, fique com os principais itens:

- Famílias rivais -> Seja por culturas conflitantes, ódio entre os pais ou alguma outra questão polêmica (idades diferentes e tals), não importa, o amor tem que parecer impossível.

- Questões de cunho social -> Consciência social é uma marca de várias novelas. Glória Perez não deixa isso de lado. Alerta para doenças, violência contra crianças, perigos da internet, etc, etc...

- Serviço cultural -> Como eu disse antes, culturas diferentes da nossa. Mas, só uma por novela, você não vai querer desperdiçar as idéias. Ah, e o legal é reservar espaço para os patriarcas das famílias. Os coroas adoooram seus discursos tradicionalistas sempre em comparação – quase sempre pejorativa – aos nossos hábitos e jeitinhos.

- Diversos -> No geral, não esqueça o casal combinando de fugir – e sendo frustrado – as passagens de tempo, a filharada que cada protagonista poderá arranjar enquanto estiver separado, as chantagens emocionais dos rivais amorosos. Sempre há a abordagem informática na jogada. Desde os tempos de internet, quando lan houses estavam longe de serem populares, até os tempos de Orkut, second life e outros. Dança, muita dança típica, mas não esqueça de fazer a cultura de fora parecer ditatorial. Com flexibilidade de comportamento não se escreve uma boa história de amor impossível. ;)

No fim das contas a gente se pergunta: Será que será (mas, hein?) um clone indiano de O Clone? Será que, no futuro, vamos nos referir às obras novelísticas da senhora Perez como “O Clone Marroquino” e O Clone Indiano”? E o mais importante, será que as (já) reclamações vão influenciar (bagunçar) o andamento da trama? Escolha um país oriental e mãos à obra. Podem me cobrar se não for nada disso, aliás, pode debitar do valor que você vai pagar pelo curso. Inshalá!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Livro e outras bossas


A elitização do livro como verdadeira maneira de se obter cultura é um saco. Simples assim. Você poderia até deixar de ler nesse momento porque o que eu tenho a dizer é apenas desdobramento disso. MA, CALMA, PÔ, NÃO ACABOU!!!

Ainda vou falar (escrever!!) sobre a elitização da Bossa Nova também. Mas, isso é pra daqui a pouco. Antes de mais nada, explico o porquê da minha colocação (UIA!) inicial. Desde que eu era um Garciazinho infante (mas, hein?! O.o), tenho um hábito de ler, de adquirir informações e tals que me é inerente ao ser (eitcha!). Eu, que sou aficcionado por informação, leio de um tudo – menos revistas semanais que se baseiam em dietas milagrosas e spoilers novelísticos. Mesmo lendo até panfleto de “Mãe sei lá o quê, trago a pessoa amada em 3 dias”, uma fonte de leitura que sempre exige uma iniciativa mais avançada é o livro. Não, não que eu não goste, mas gibis, revistas e internet são mais práticos, pois trazem assuntos mais variados (sou louco por informação, não perca esse foco). Li e leio livros sim, mas uma coisa me deixa cabreiro e no próximo parágrafo eu discorro a respeito (termo NERD DETECTED!).

O problema todo é que, talvez, para não direcionar o Homer... quer dizer, o povão a procurar revistas de fofocas de gente famosa – que veste calça uma perna por vez, portanto, gente normal mesmo na TV – o grande incentivo dos meios de comunicação sempre recomenda que se leia livros. Até aí, nada de mau, mas porque só se fala em livros? Acho que seria mais interessante incentivar as pessoas a lerem sobre algo que as interesse, saca? Exemplo: Pratique o hábito de ler. Gosta de carros? Vá ler sobre marcas famosas. Gosta de alvará de funcionamento? Leia algo sobre isso. Gosta de história? Leia a história do alvará de funcionamento de uma fábrica de carros... por aí vai. Mas, nããão, só se fala em “leia um livro”. Tá, mas que livro, diacho? Minuto de sabedoria? (aieuhaiuehia). Fica muito vago. Como dizer “seja bom”. Entendeu? Isso não te diz nada. Só apela pra afirmações sofismáticas (vixi, hoje eu tô NERD nível INTELECTUALÓIDE).

Minha outra bronca, outrora, anunciada (tô te falando, nerdicidade em grau alarmante), fica por conta da elitização da bossa nova. Pô, o estilo tem um nome extremamente genérico (não vou dizer aqui, vá ler a respeito – Rááá, viu como fica melhor se contextualizar?). Enfim, o estilo – tal qual o rock n´roll – era um ritmo de uma tribo, uma garotada que trazia uma musicalidade diferente, uma coisa nova (olha a pista pra quem é esperto! Vai ler, pô! Mas termina este texto primeiro, hein!). Assim como o rock, surgiu como coisa de jovem, mas, ao contrário do estilo estadunidense, a coisa aqui ficou pela juventude da elite e hoje, é coisa de velho da elite. Jovem na bossa nova? Elite também. Tá beleza, nada contra um estilo musical ser mais ouvido e tocado numa determinada classe social, mas porque enchem tanto a boca pra falar disso? Particularmente, eu gosto, mas acho um saco na maior parte do tempo. É muito homogêneo. Em letras e batidas. Mas, há quem viva disso.

Enfim, é um saco incentivar a leitura dizendo “leia um livro”. Ainda mais para um povo que é acomodado e dá jeitinho em tudo pra passar sem os rigores das regras. É como sair, deixar sua casa com TV a cabo e geladeira recheada nas mãos de um casal de pré-adolescentes e dizer: juízo, hein! Captou? Sem especificar, fica um troço “qualquer coisa” que não dura 3 segundos entre os ouvidos. E se o cara não quiser ler, pode ouvir boa música. Mas se você encher o saco dizendo que música de qualidade é Roberto Carlos e bossa nova, só vai incentivar os próprios fãs. Quem vive a vida a “beber, cair e levantar” não tá nem aí pra hora do Brasil ou pra esses ritmos “de velho”. Não precisa ir pra uma rave, também, mas existem músicas muito boas esperando pra serem apreciadas.

Nota do FGarcia®: Nenhum intelectualóide foi maltratado durante a produção deste texto.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O verdadeiro sentido do natal


Estamos no final de mais um ano e essas épocas de final/começo de ano sempre pipocam mensagens fofas por orkuts, msn’s e e-mails afora. Todos girando em torno de um significado em comum: o do natal. Acaba ficando tudo muito redundante na questão do amor e da solidariedade – no 7 de setembro também tem gente passando fome, mas deixa quieto. Reunindo informações das diversas fontes do (bleh!) senso comum, teci (UIA! Que termo fresco!) algumas considerações acerca da grande solenidade.

Primeiramente, vamos citar, obviamente, o personagem principal da bela festa do amor e da ternura: Papai Noel (Mas, heim?!). Não, meu pequeno gafanhoto, não estou enganado. Em tempos de crise, temos que dar uma ajuda ao bom e velho – não, não o Rock n’Roll – Noel, pois, se não movimentarmos a economia, Vossa Majestade Imperial, os EUAses, vão desmoronar sobre nós – o que amorteceria sua queda, mas acabaria com o natal.

Jesus Cristo (sim, há quem lembre dele nessa época) nasceu(?!) em 25 de dezembro de... hum... de 2008 (quase 2009) anos atrás. Mas, nosso calendário é contado a partir do nascimento do cordeiro de Deus (que é o próprio Deus, e a pomba também...). Sendo assim, como poderíamos levar em conta a comemoração do nascimento do grande JC no final do ano que teria começado com ele mesmo? Acho que ficou confuso. Seria como nascer num dia e comemorar 11 meses depois. Não seria mais coerente comemorar o nascimento de Jesus em 1º de janeiro? É por essas e outras que eu digo que o bom velhinho (não, não o Jô Soares) tem mais potencial comercial do que o salvador.

Acho que seria (ainda) mais comercial lançar logo uma idéia de que Noel teria nascido em 25 de dezembro de 0000, isso deixaria o caminho e a luz para Jesus comemorar seu “niver” tranquilamente em janeiro, na paz, sem dividir atenção (você sabe, Maria Madalena tentou se aproximar demais, e ficou com fama de rameira). Na verdade, os coadjuvantes são um capítulo à parte, pois, como seria um Papai Noel sem filhos? Os Umpa Lumpas que fabricam seus brinquedos poderiam ser? Nosso irmão maior é um pouco mais complexo nesse ponto, já que é pai filho e espírito santo ao mesmo tempo, nasceu de uma mulher virgem e, mesmo sendo o rei dos reis, foi criado pelo padrasto, que era pai também, como carpinteiro.

Concluindo, só sei que Papai Noel escolheu o dia do nascimento d’O CARA pra distribuir presentes às crianças que têm pais endinheirados, a despeito do grande acontecimento. Ô, velhinho batuta! Provavelmente, assim que Jesus nasceu, ele pegou seu trenó e seus veadinhos e voou seguindo a estrela de Davi até onde o menino iluminado se escondia para celebrar sua chegada. Era 25 de dezembro, apesar de não ser o inicio do ano, é o nascimento de Cristo (como conta nosso calendário Gregoriano – e Gregório deve ter deixado algum registro explicando isso, NÃO É POSSÍVEL!)

Pra finalizar, tudo isso não passou de uma brincadeira com os muitos significados da data conhecida como natal e celebrada por tudo quanto é cultura por aí. Recalcados que me desculpem, mas a motivação desse texto não foi religiosa.

FGarcia® é um brincalhão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Prefeitura Bossa Nova


Para prefeito – ou qualquer outro cargo público que vá influenciar na minha vida – quero que seja alguém com estilo, com um ‘quê’ diferente. Nada daquele discurso fácil de ‘o concorrente não é tão bom, não vote nele! Só eu me preocupo com saúde e educação’. Quero ouvir alguém que saiba falar. Que fale diretamente e não fique de promessas muito espaçosas, mas sem volume. Sem conteúdo.

Se, na hora de fazer sua campanha, você se preocupa mais em minar a confiança dos eleitores do concorrente... você é pequeno e quer nivelar por baixo uma disputa que sabe que pode perder. Seria como o Vasco torcer para os concorrentes perderem enquanto fica tocando de lado, ao invés de treinar duro (UIA!) para jogar e reverter a situação desfavorável.

Fernando Gabeira tem estilo e se lança a essa candidatura como uma opção para os novos tempos – até porque, analise, as outras propostas sempre vêm com ar de “hmm... já falaram isso antes”. Claro, há aquelas piadinhas – tão manjadas quanto falar mal da tribo emo – sobre quem vota nele é playboy, drogado e tals. Mas, isso é como as piadas racistas que fizeram com Benedita da Silva quando disputou a prefeitura do Rio de Janeiro com César Maia (atual ditad... prefeito). Quem sabe o que se perdeu por elegerem as promessas entusiasmadas e demagogas em vez de darem uma chance ao lado alternativo?

Pergunto isso porque talvez, tenhamos deixado de ver um sol muito mais brilhante por medinho medíocre de ousar. O falecido (ex-presidente) Juscelino Kubstrá-lá-lá (com todo respeito) também era diferente e conseguiu revolucionar a história do Brasil. Porque não aqui? Você costuma ver um candidato com pouquíssimas placas e galhardetes pela cidade – ou seja, quase nenhuma campanha de (sujar) rua – chegando ao segundo turno com tanta segurança? A cidade quer mudança, mas ainda há quem queira ficar naquela de “Ui, se votar no Gabeira vai ser o paraíso das drogas” Aff, cresçam! Não falo de quem tenha convicção embasada de votar em outro candidato, mas o concorrente apela para esse folclore.

Parabéns Gabeira, seja qual for o resultado, você está de parabéns por não ter se rebaixado ao nível das “cotoveladas do segundo turno”. Ser amigo do presidente do país não garante que o Rio vá melhorar (e, no frigir dos ovos, isso não te faz inimigo dele), até porque, o presidente diz que o Brasil está em seu melhor momento... Pensando nisso, acho até saudável uma certa oposição... Se os três níveis de governo ficarem nessa de “estamos numa boa”, quem vai chegar pra representar o povo e dizer “ei, tá faltando meu pedaço do pudim!”

FGarcia vota em FGabeira.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Política ou espetáculo?


Ser ou não ser... hmm, bem, já vieram com isso antes, né? Então, eu venho com outra pra você: Era ou não era pra ser? Porque o titio Garcia pergunta isso pra você se nem adiantou todo o conteúdo? Bem, espera, cacete! Vamos ao assunto sem delongas, coió ;p .

Bem, assim como o Rock In Rio já não é no Rio de Janeiro há um bom (bom, booom) tempo, as propagandas políticas não são mais um mero palanque de propostas – nem de troca de ofensas, puramente – já desde sei lá quando. O carisma não habita mais na pessoa do político, nem em algum feito que, mesmo eleitoreiro, tenha realizado. O assunto todo, agora, é no show que é produzido em torno dos candidatos. Um show que pode até deixar a propaganda menos maçante e mais “prefrentex”, mas ainda corre o risco de desviar a atenção do que realmente importa.

Do mesmo jeito que o náufrago encarnado por Tom Hanks no cinema não naufragou (ele caiu de avião, não afundou com um barco), artistas cantam músicas famosas - ou músicas de campanha mais grudentas que aquele bêbado carente no fim da noite na mesa ao lado da sua - e fazem um espetáculo de imagens bonitas da cidade, das pessoas e dos concorrentes a um cargo muitíssimo bem prestigiado e remunerado. Mas, na realidade, não trata-se de um concurso de popularidade... pelo menos, não deveria ser. A maioria nem se dá ao trabalho de montar um texto razoável pra jogar em nossos ouvidos.

Falando em texto, já reparou que, alguns candidatos, quando se vêem na antiquada posição de ter que falar de suas plataformas, não passam daquele lugar comum que todo mundo fala, mas só os eleitos têm o ‘azar’ de serem cobrados – mas, não lembrados daqui a um ano? É sempre o mesmo combo “Saúde-Educação-Cultura-Esporte-Lazer-Segurança”. Aí, você vem com toda a pureza de seu coraçãozinho radiante e diz: “Ma, o que tu queria? Tá tudo rÚim meRmo!!!”. Ao que eu retruco: “Calma, gafanhoto, repare que ninguém oferece propostas. Só promessas. E promessas só nos levam a ganhar o que Mariazinha ganhou na horta (UIA!).

Qual a diferença? A diferença entre promessa e proposta, é que a segunda, se vier com algo do tipo “pelo futuro de nossos filhos” ou “por um mundo melhor” soará como história da carochinha. Quem ainda tiver que encarar o segundo turno de eleições municipais vai ter que romper (UIA!²) o fino e difícil véu da propaganda política, propriamente dita. Quem tiver o marketeiro mais legal, ganha. Mas, quem conseguir enxergar além disso, vai analisar e votar naquele que tiver propostas reais não disfarçáveis com vinhetinhas enroladoras.

Bom dia/Boa tarde/Boa noite e obrigado pela atenção. Assistam aos debates e analisem quem tem propostas e quem tem ataques pessoais (e vê se vota certo, mané!).

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Debate eleitoral


Bem, na reta final para o primeiro turno das eleições municipais de 2008, nos deparamos com uma novidade relativa ao processo eleitoral no que diz respeito aos debates. Casos específicos de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Fortaleza – com um pequeno a(r)dendo para São Luís, que está para ser decidido o assunto que vos falo). Trata-se de cidades que não terão os tradicionais debates promovidos pela TV Rede Globo com os principais candidatos – destacados nas pesquisas de opinião.

Primeiro, o motivo: A legislação eleitoral (sabiamente, na minha humilde opinião) decidiu, basicamente, que, ou todos os candidatos do certame participam do debate, ou nenhum. E, nas cidades destacadas no parágrafo anterior, foi exatamente isso que aconteceu... ou NÃO aconteceu. Por exemplo, no RJ, um candidato e em Sampa, foram uns cinco, dos oito concorrentes. Não quiseram assinar um acordo proposto pela emissora dos Marinho onde se acertaria que os cinco/seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas encomendadas seriam os escolhidos para responder e trocar farpas em rede televisionada.

Da parte dos candidatos que foram contrários, o lance é a influência das pesquisas encomendadas. Eles ficariam de fora, impedidos de argumentar e expor suas idéias ao vivo por que não figuraram entre os preferidos dentro de pesquisas de opinião - que não têm nada a ver com a vida real. Pensa bem, como decidir quem vai poder mostrar mais sua campanha na TV através de estatísticas não reais? Todos os cidadãos eleitores ativos e decididos foram entrevistados? Se (claro que) não é assim, existe consistência nessa escolha? Os candidatos escolhidos não foram postos lá pela decisão da maioria. Se uma mínima parcela do eleitorado decide quem vai debater, porque as urnas, então? Vamos logo decidir o(a) novo(a) prefeito(a) e parar de perder tempo!

O argumento da Rede Globo é o de que a legislação eleitoral pratica impedimento da liberdade de imprensa com esse proceder. Segundo a emissora que tem tudo a ver com você, perde-se o direito a mostrar propostas dos (seis principais) candidatos num debate claro e direto para ajudar na escolha do público. Não à toa, os candidatos contrários estão na parte de baixo das pesquisas. Por que têm poucos eleitores? Talvez, mas é certo que seriam impedidos de fazer seus jabás. Não seria impedir o direito à campanha? Por que só alguns poderiam e não todos?

Ainda tem o seguinte: A Rede por onde a gente se vê, em nota divulgada à imprensa, me pareceu indignada com a justiça eleitoral e com os candidatos que se recusaram a facilitar para os concorrentes mais ‘pop’. Para o canal onde a festa é sua, (a festa é nossa é de quem quiser, quem vier) seria impraticável um debate com mais de seis candidatos, pois a experiência teria mostrado que assim, não haveria um aproveitamento satisfatório do tempo. Ou seja, em troca de tempo hábil na programação, mais da metade dos candidatos do município do RJ (por exemplo) não teriam direito a discutir suas propostas com os concorrentes e/ou com quem fizer a mediação.

Os debates do segundo turno estão garantidos. SE os segundos turnos estiverem garantidos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Urna eletrônica não é pinico


Eleições chegando e é inevitável... tenho que falar da campanha eleitoral (denovo, mas dessa vez é por outra abordagem). As próximas eleições são para eleger (dah!) prefeitos e vereadores. É fácil distinguir um tipo do outro. Os candidatos a prefeitos são aqueles que escolhem um tipo (‘do povo’, ‘doutor’, etc) e fazem seu marketing pessoal/profissional/político em cima (UIA!) disso. Os aspirantes a vereadores são, basicamente os tipos citados e mais um porrilhão de sub-tipos diferentes. Tem ator que leva neta e um filhote de gato, tem “zé das couves” que promete salário mínimo de R$ 2000,00; tem tiazona esquisita que promete plástica gratuita e tals...

O negócio é que quem quer ser prefeito “esquece” que segurança (polícia) é coisa do estado (governador), saúde é nos hospitais municipais e afins, educação, mesmo caso da saúde, mas em termos de escola... Não agüento quando os caras falam em trato com o presidente pra salvar o país, quando eles nem falam do município e fazem parecer que é tudo uma coisa só – talvez aqui no RJ, pelo fato de a capital ter o mesmo nome do estado.

Já quem quer ser vereador – a maioria – nem parece saber pra que serve um. (Nota venenosa: Talvez por eles terem vindo do povão – que também não parece entender muito bem pra que serve um vereador). Aí, amizade, é uma orgia (nham!) de promessas vazias do tipo: “Pela saúde, educação, segurança, cultura esporte e lazer!”. Fora as frases de efeito que a gente ouve através dos genes de nossos antepassados até hoje. Tem os que tentam reeleição e se gabam de uma ou duas leis que teriam criado (Má, Bátima, quatro anos pra criar SÓ DUAS leis?). É, gafanhoto, quatro anos é muuuito tempo...

Já falei num post anterior sobre o que acho das pesquisas de intenção (aquelas que entrevistam 100 ou 1000 pessoas e divulgam como se os milhões de habitantes restantes também tivessem votado – e são sempre os mesmos candidatos). Agora vou falar dos objetos de intenções de votos. Eles criam a cultura do medo e fazem os governos atuais parecerem um droga. No final, quem ganhar, ano que vem, vai fazer de tudo pra mostrar que a cidade prosperou, mas, enquanto isso, vai mostrando correligionários e aliados botando as carinhas de bons moços pra angariar alguns votinhos.

No fim das contas, veja bem em quem você vai votar, ô coió. Parece clichê, mas é pra votar consciente. Nada de dar voto pra quem tem cara de bonzinho – olha o Collor aí, gente! - ou quem se garante apenas em seus famosos nomes ou em famosos nomes de outros (como a candidata que fala menos que seu pai ex-governador ou um que aparece na mesmíssima posição que seu irmão deputado – e, óbvio, de mesmo sobrenome – apareceu antes). Presta atenção se o seu candidato tem mesmo propostas plausíveis ou se é só o mesmo monte de asneiras recicladas dos anos passados.
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