Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Comedy Central não admite negros em seu elenco fixo?

 


Vamos falar de comédia. A comédia, assim como o rock, quando chega no Brasil, vira consumo e execução do branco classe média. Talvez por isso tanto comediante se sinta ofendido ao ser criticado por piadas com negros, gays, mulheres, nordestinos, mendigos e pobres de uma maneira geral, afinal, o que eles não podem fazer, né? Não estão acima da lei, do bem e do mal?

 

Aí, observo o canal Comedy Central e lembro que parei de assistir há uns 10 anos por só ver muito branco fazendo piada com pobre, claramente um universo que não conheciam, apenas reforçavam estereótipos e ponto. Mais crianção da turma do fundão do que engraçado. Me afastei. Sem contar a limitação criativa a story telling de sexo, drogas e uma pobreza que não viveram, mas como muitos estão com grana hoje, aí, é aquela forçada de superação pessoal que só a Marimar pra dar um tento. Falam do que podem, né, gente?

 

Aí, voltei a assistir, zapeando, por que reprisam séries negras (Will Smith, Michael Kyle e Chris) e até um especial de stand up de temática Black Power... e só. Se não for como visita, ou reprise gringa, não tem representatividade no canal. Veja os programas de elenco fixo as culpas do Cabral e da Carlota. Parece pré-requisito: Olha, tem que ser branco, hétero e cis. E não é por falta de comediantes negros não, hein. Como confirma o próprio especial Black (embora uns e outros ali e na pista nem se lembrem que são pretos).

 

Ah, eles estrearam, há pouco tempo, uma espécie de mesa redonda, onde tem um negro: O ex-jogador Vampeta. Mas essa participação não conta bem como representatividade, porque além de nunca ter abordado o assunto, o dito cujo está ali por ser ex-jogador e não um comediante, né?

 

Deveriam mudar o nome pra So White Comedy Central, ou Comedy So White.

Depois não vai estranhar quando um fizer piada racista e outros defenderem dizendo que ele não foi, porque em seu convívio, isso é super normal.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

É só uma opinião... É só isso mesmo?

 


O que é opinião?

 

Em diversos dicionários, opinião é algo que se relaciona intimamente (UIA!) com julgamento. Em geral, é a maneira de pensar algum assunto. Ou seja, opinião é, necessariamente um pensamento estabelecido, um julgamento pessoal sobre algo ou alguém. E, quando esse pensamento é disseminado por uma classe dominante de forma massiva, essa opinião se torna uma espécie de regra, tradição, costume. Vamos arredondar esse conceito na expressão mais conhecida pra descrever: Senso comum. O senso comum não tem nada a ver com lei, tanto que racismo é crime, mas tanta gente pratica e se safa de boas. Por que a lei mesmo, as pessoas querem burlar, mas se sua bisavó tinha medo de um relâmpago ser atraído pelo espelho da penteadeira... mel dels, desconstruir isso dá até azar.

 

O problema da opinião é que muita gente acha que só porque tem direito a ter, quer sair comunicando por aí e, pior, acha que não pode ser contestado. Sim, a gente pode emitir uma opinião e alguém achar uma m... essa é a opinião de quem te ouviu, entende? O que não pode haver é a falta de respeito. Tem gente que é tão desrespeitoso que quer impor sua opinião na vida dos outros. Estamos no mês do Orgulho LGBTQIA+ e o mês mal começou, e já nos deparamos com (sub-)celebridades repassando vídeo de religioso conservador defendendo homofobia. Um exemplo particular é o que vejo em alguns grupos dos quais faço parte por motivos de força maior.

 

Uma leve mudança numa logo de grupo de zap em homenagem à diversidade, cega tanto os conservadores que a gente tem que explicar que uma referência ao arco-íris (símbolo da luta LGBTQIA+) não altera uma logo, um avatar, muito menos a bandeira de uma instituição. A certeza de que não quer essas cores por perto é tão agressiva, é uma aversão tão grande, que o racional perdeu pra repulsa... E, bem, tenho uma notícia pra te dar, se você pensa e age assim e diz que é só sua opinião... Bem, segundo diversos dicionários, uma forte aversão, um medo irracional da presença de algo se chama FOBIA. E um medo irracional de ter LGBTQIA+ por perto é... Acertou, miserávi, você tem homofobia. Que é uma rejeição que não faz o doente sofrer, faz a vítima, no país que mais mata gays no mundo.

 

Opinião não é pra quem tem, é pra quem conhece o assunto. Só odiar vai fazer você reproduzir aquelas frases feitas de sempre e isso, hoje em dia, é refutado tão facilmente quando ligar um carro. Aliás, a opinião do preconceituoso é isso. Um carro. Velho e fora de uso. Aí, quando o esperto vai usar, ele tem certeza de que funciona, mas vai ficar na pista e se pá, ainda passa vergonha.   

Rafa Kalimann, Caio Castro, Patrícia Abravanel, Claudio Duarte e a homofobia enrustida

Todos os envolvidos nesta colagem já largaram seu chorume homofóbico.

Rafa Kalimann vive derrapando entre pagar de fada sensata e ficar dando uma de isentona (o que é o mesmo que defender o atual desgoverno). Caio Castro é isento até no que faz (ator que não curte ler, né?), mas convive com Grazi, outra isentona assumida, mas que vestiu muito camisa da CBF num passado recente de manifestações pelo governo que acabou com o ministério da cultura.

 

Patrícia Abravanel, dispensa apresentações, né? Já pagou mico dançando em manifestação do boze ao lado do Tirulipa e do veio da Havan, e isso não tem dois meses. Além do maridão ser daqueles bolsominions capacho mesmo, de repassar fake news e discurso de ódio. E os três restantes, então, não tem nem o que falar... Aliás, de um ainda tem.

 

O terceiro da direita (que irônico o termo, não?) é um pastor chamado Claudio Duarte. E ele é o protagonista do tal vídeo publicado e  defendido pelos distintos acima, mas criticado pela comunidade LGBTQIA+. No vídeo, o pastor usa de lábia de líder religioso carismático pra destilar homofobia e eu explico por quê eles se acham tão injustiçados pelas críticas.

 

Primeiro, como não há ódio direto, palavras violentas e ameaças, acham que estão apenas dando (UIA!) uma opinião descompromissada. Fingem que respeitam, mas se você analisar, a pessoa não diz que respeita APESAR de, ela deixa claro que preferia que você nem existisse, mas se existe, também não vai matar.

 

É o tipo de gente que quando vê violência contra o gay, vai tentar justificar que a vítima deu motivo se assumindo, se expondo na rua ou na internet. No mais, fico com a resposta de Tiago Abravanel, de que opinião é sobre o que beber, sobre a roupa que vai usar. Sexualidade é respeito. Algo fora disso, já é homofobia. Já é discurso de ódio.

 

Deixa os outros serem. Não é da sua conta. Não gosta de namoro entre pessoas do mesmo sexo, não namore pessoas do mesmo sexo. Pra finalizar, acho realmente que quem se incomoda, não odeia o gay, só odeia que não teve a mesma coragem de sair do armário por medo de preconceito. Aí, preferiu ficar do lado do opressor pra apedrejar quem acha que é fraco.

Ironicamente, esse é o tipo do homofóbico que é enrustido. Em que sentido, Saga? Ah, aí, é com você decidir. É uma questão de opinião. Rá!

terça-feira, 1 de junho de 2021

Mulher é presa por injúria racial, mas liberada após pagar fiança de mais de 2 mil reais no RJ

 


Ana Paula de Castro Batalha é o nome da ‘princesa’ que consumia no Baródromo (Maracanã) e, diante de uma conta errada, entregue por uma garçonete negra, xingou a mesma de ‘negra fedorenta’ e a acusou de tentar passar-lhe a perna.

Primeiro de tudo, o nome e a cara que tem que aparecer numa notícia de crime é a do criminoso e não da vítima, beleza? Então, preservo a funcionária. Mas a racista... foi presa. O bar publicou uma nota de repúdio, mas não é sobre isso que eu ia falar. É a partir disso.

A criminosa foi enquadrada por injúria racial que, ao contrário do racismo, tem fiança. Pagou mais de R$ 2.200,00 e saiu, depois de ter sido confrontada por clientes próximos, também negros, a quem ofereceu mais racismo e homofobia. Sobrou até pra outra funcionária (nordestina), ofendida com xenofobia. Quer dizer, um ser humano maravilhoso, né?

Mas a reflexão que lanço é a seguinte: Aquela turma que sai em defesa de branco, que acredita em racismo reverso... Agora estão em silêncio, percebe? Quem está quieto diante de coisas assim, que ocorrem todo dia, mas espera novembro pra dizer que somos todos humanos. Cadê?

O Brasil é um grande centro de gerenciamento de ‘síndrome de mucama’. Vê a negada levar no lombo toda hora e acha normal, justo até. Mas se um branco quebra uma unha, mel dels, vamos salvar essa alma injustiçada pela vida. Parabéns pela raiz bem germinada, Europa.

Fogo nos racistas. E todos os seus simpatizantes. Me empresta a manopla, Stark. Por essa causa, eu me sacrifico.

PÁ! Todos os racistas e simpatizantes correndo em chamas e a gente esguichando gasolina neles. Rá!


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