A cultura do assédio é tão naturalizada que muitos nem
sabem diferenciar um flerte de um assédio.
É só se questionar se você está dando opção à pessoa
de dizer não e seguir com a vida.
Se você tenta controlar a decisão de modo a parecer
que a pessoa te deve obediência... Já passou do flerte no primeiro não. É
assédio há tempos essa 'conversa.'
Homens têm muito isso programado pela sociedade, essa
ideia de que o não quer dizer sim e que a mulher só diz não pra fazer o cara
persistir até ela ceder. Olha, num flerte, há troca, a coisa é correspondida,
as cantadas vêm dos dois lados. Se um cara acha que precisa puxar o braço da
mulher, mexer em seu cabelo ao passar por ela numa balada ou ficar ‘sufocando’
a garota, então, esse cara é um assediador – e possivelmente um sociopata.
Vemos sempre notícias do tipo que um cara agride uma
mulher porque ela disse não, aí, o cara se ‘justifica’ dizendo que ela que
provocou (com roupas, gestos e supostos olhares) e não sabe que muito antes da
agressão, ele já agia feito um opressor/agressor/predador. O corpo é dela e a
cabeça é dela, parceiro.
Se ela não quer, não rola. Imagine um machão desses
sendo assediado por um outro homem, por exemplo. Rapidamente o machinho quer
até brigar, porque acha um absurdo. São origens diferentes, mas é a mesma
situação: Alguém querendo ser dono de você quando você quer continuar com sua
vida sem esses malas incomodando.
A cultura do estupro, a cultura do machismo, do assédio,
é tudo página diferente do mesmo livro social que condena a mulher a tudo e
safa o homem de tudo desde de imemoriáveis tempos, porquestão de religiões que
enaltecem homens como os grandes provedores da humanidade e as mulheres como as
que ou traíram ou foram submissas.
Precisamos combater isso e precisamos também – muito –
falar isso entre nós, homens. Questione-se se você se incomoda e porque esse
assunto te incomodaria, pois, se você não vê necessidade de se achar soluções
para lidar e punir o assédio, talvez seja parte do problema. Reflita!
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