Brigitte Bardot antes e hoje. |
Bom, que bom que esse assunto ainda está no começo, na
grande mídia, pois existem diversas possibilidades de caminhos a seguir. Eu vou
deduzir algumas aqui para esse tipo de comportamento. A primeira coisa é você
nem ter provas de nada e já deduzir que as acusações são falsas. Existe gente
que só quer aparecer ou ainda se beneficiar ou prejudicar alguém? Sim. Podem
existir acusações falsas por aí? Sim. Mas, pra ter chutado tão seguramente que
movimentos em prol de vítimas de abusos são besteira por haver casos assim, das
duas, uma: Ou elas são do tipo que se insinuaram muito em troca de papéis (e se
foi, particularidades delas), ou estavam sendo assediadas e não só nunca
perceberam (tempos em que isso era naturalizado, cultural) como ainda acharam
que estavam no controle da situação (de ser objeto).
Graziella Moretto e Pedro Cardoso. |
Há também a possibilidade de saberem alguma coisa por
baixo dos panos que não sabemos. Alguma corrente interesseira da qual fizeram
parte, ou apenas tomaram conhecimento, ou, confirmando meu ponto anterior,
acharam que eram jogadoras espertas e estavam sendo apenas peças no tabuleiro.
Lembro de Pedro Cardoso, ator, que há alguns anos, se indispôs com a mídia,
paparazzi e essas coisas e nesse bololô da sua fama de resmungão (ninguém gosta
de quem vai contra o senso comum), ele fez denúncias públicas sobre diretores
que criavam cenas de sexo e nudez feminina, apenas para fazerem sessões prive com
seus amigos e se gabarem de terem despido essa e aquela atriz. Uma total
demonstração de machismo, de ‘poder’ sobre a mulher. Em tempo, a própria esposa
do ator, a também atriz, Graziella Moretto teria sido vítima de uma dessas ‘pegadinhas’. Eles, inclusive, têm até uma peça juntos criticando o machismo.
Catherine Deneuve antes e hoje. |
Enfim, como falei, não que Bardot e Deneuve não tenham lá
sua razão pra falarem o que falam, mas acho que o momento não é de refrear essa
tendência de denúncias. É justamente o contrário, vamos ouvir todo mundo e se
for comprovado que não foi bem assim, ok, mas evitar o assunto logo quando ele
tá se expandindo é covardia. Faz parecer que as atrizes veteranas querem
esconder algo ou se promoverem sendo o pessoal ‘do contra’, que toma esse
posicionamento babaca sempre que algum grupo socialmente oprimido denuncia o
crime que sofre historicamente. É quando falam que é ‘mimimi’ ou ‘patrulha do
politicamente correto’, quando querem ter resguardado o direito de ofender e
agredir e tentar calar as vítimas na base da chantagem emocional.
Tipo aquele valentão que bate no nerd e o faz parecer
ridículo se o nerd correr para denunciá-lo. Neste caso, o valentão não está
desafiando o nerd (‘vai correndo contar pra mamãe’), ele está desesperadamente
torcendo pra que o nerd se sinta envergonhado, pois sabe que entrando a
autoridade (a lei ou, no exemplo, a mãe) na história, ele corre muito mais
risco de pagar pela ofensa ou agressão.
No mais, sempre vai ter a turma do ‘ah, você tá fazendo
tempestade num copo d’água’. Pegue o copo com água, jogue na cara do
intrometido que nem foi chamado na conversa e siga denunciando, apoiando e
debatendo o assunto. Assédio é crime, gente, não é um mero bate-boca de
esquina. Pessoas se traumatizam, se deprimem, isso afeta o ser humano e as
pessoas à sua volta.
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