Pessoas que acham que hoje em dia é que os valores estão
invertidos... Aloou!
Vamos pegar o hoje e analisar que há uma falta de ética
tremenda, suborno e desvio de verba pública entre governantes e parlamentares,
até golpe político a gente vê. Temos uma pá de gente apoiando políticos apenas
porque seguem a mesma religião e essa mesma galera apoia gente que esteve lá na
época em que o país estava congelado no passado e afundado em dívidas. Aliás,
alguns dos apoiados dessa turma religiosa, que se diz cristã, mas acumula
riqueza material, contrariando o grande JC, destilam ódio pela sexualidade
alheia, usam religião pra promover discórdia entre seus fiéis e aqueles que não
seguem seu código humano de conduta submissa. Defendem e/ou justificam
violência contra mulher, racismo pra eles é só piada e essas coisas... Ufa... Tá
uma barra, né?
Ok, mas vamos fazer uma regressão nessa linha do tempo
louca só pra gente ver se é só o hoje mesmo que tá caótico, tá? Olha, há uns 12
ou 13 anos, o país ganhava um assunto político tremendo pra se falar em todo
canto. Um esquema de suborno que ganhou o simpático apelido de mensalão. Entre
os mesmos parlamentares que estão lá ainda, se revezando e ganhando o voto do
teimoso do povo que insiste em se gabar de não querer saber de política.
Voltando um pouco mais, lá pelo ano 2000, eu, por
exemplo, entrava nessa loucura de briga de foice chamada mercado de trabalho.
Era governo FHC/PSDB, o desemprego estava nas alturas (exemplos de mudanças
drásticas dentro da minha própria casa com desemprego e privatizações) e meu
primeiro emprego foi uma terceirização ganhando um, então, salário-mínimo: R$
300,00. Aliás, líquido mesmo, era em torno de R$220,00. Concursos públicos
congelados e faculdades públicas sucateadas.
Lembrando que durante o maravilhoso (#sqn) governo FHC (1994-1998/1998-2000),
depois de muito privatizar e chamar aposentados de vagabundos, foi em sua
gestão que vivemos um racionamento de energia (que só alarmou a população e
gerou umas taxas a mais com a desculpa de que eram precauções futuras). Teve a
galera dos ‘anões do orçamento’, ali por 1995 e arredores. Em 1996, matavam
sem-terras como moscas e o mundo assistia horrorizado.
Alguns anos antes, em 1990, o – então – candidato Lula,
era mostrado como um ignorante de pai e mãe pela edição de um debate
tendencioso, onde quem ganhou foi Fernando Collor, expulso da presidência do
país num dos maiores escândalos políticos já vistos por aqui, quiçá, no mundo,
em 1992. A Globo continua apoiando aquela mesma galera e não aprendeu nem a
disfarçar com o tempo. Ah, isso, 5 anos depois de o primeiro presidente eleito
democraticamente ter sido substituído pelo vice, já que falecera sob
circunstâncias estranhas na véspera de assumir o cargo. Esse vice que assumiu
em seu lugar era José Sarney, esse mesmo, dono do Maranhão, pai da Roseana e
que fazia parte de um partido que estava lá nos altos escalões da ditadura.
Aliás, nessa época, 1985, encerrava-se oficialmente, um
período iniciado há uns 50 anos, quando vivíamos sob as botas de chumbo e miras
de morte em uma ditadura que torturava e matava gente só por pensar diferente
do governo (todos que sobreviveram ou ganharam fama de rebelde, louco ou
terrorista). E essa ditadura, veio por meio da deposição de um outro presidente
eleito democraticamente, João Goulart, Jango, apontado em diversas pesquisas da
época como muito querido e popular pelo povo. Defendia a Reforma Agrária... que
até hoje se faz de tudo pra que não ocorra, ao contrário da reforma da
previdência e trabalhista, onde direitos básicos de décadas estão sendo
modificados. Sabe quem apoiou o golpe e se tornou um gigante em sua área de
atuação? Rede Globo. Pois é, a platinada não nasceu esse baluarte da
comunicação. Puxou muito saco pra chegar onde chegou.
Antes desse golpe (que os responsáveis mentiam dizendo
ser uma medida de defesa contra um suposto golpe comunista no país, que nunca
ocorreu e muitos deles hoje admitem que nunca houve essa ameaça), teve a
ditadura de Getúlio Vargas, que era visto como homem do povo, mas enquanto
fazia agrados culturais por um lado, estabelecia suas vontades ideológicas de
acordo com seus aliados, brasileiros ou estadunidenses. Em seu Estado Novo,
1937, a pobreza foi escondida e a negritude foi maquiada de ‘mulato’ ou ‘miscigenado’,
porque pegaria mal uma população predominantemente preta num país que queria –
ele – pra um modelo ‘europeu tropial’ e ainda defendendo o ‘american way of
life’.
E o que houve com a população negra que era escondida da
mídia de Gegê? Duas décadas antes, estava sendo expulsa para a criação de
favelas, subsistência, subemprego (biscates), falta de saneamento, educação e propenso
à criminalidade. E de onde veio isso? Diretamente do fim da escravidão, que, se
hoje reclamam que cotas seriam ‘racismo inverso’, quando assinaram as leis que
foram liberando os negros da ganância e maldade dos brancos fazendeiros,
simplesmente expulsaram essa população das fazendas e jogaram na rua, sem
qualquer plano de inclusão social. Não éramos cidadãos, e sim, ‘aquele neguinho’,
a empregada, o serviçal... aquele que até hoje ‘tem cara de empregado/bandido’...
Enfim... Voltamos numa rápida conversa, coisa de uns 130
anos e vimos que muuuita coisa aconteceu. Se pararmos pra pensar que parece
muito pra um indivíduo, mas para uma sociedade, 130 é o tempo de uma ida ao
banheiro, devido à quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo. Pense que a
escravidão, sendo um crime contra a humanidade, foi ‘aceita’ por toda a
sociedade, inclusive pelas igrejas (que tinham poder político e nada fizeram
enquanto instituição). E, só no Brasil, essa violência generalizada contra o
negro aconteceu por mais de 300 anos, respingando em seus descendentes até
hoje. Ou seja, mudar hábitos de grupos grandes demora.
Isso porque não abordei os estereópticos preconceituosos com gays, mulheres bonitas e burras, religiões afro discriminadas, exclusão de negros na mídia, representatividade alcançada às duras penas de forma mínima, celebridades falando e fazendo o que querem e saindo impunes enquanto pobres vão presos por nada e não aparece um promotor pra libertá-los, enfim, tendeu, né?
Daí, concluímos o quê? Antigamente não era mais ético nem
mais moral... Só não tinha internet pra espalhar a fofoca.
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