Falcão, o cantor nordestino, não o vocalista d'O Rappa, fez críticas a Pablo Vittar, sobre sua performance cantante. Tico Santa Cruz saiu em defesa da cantora e os dois têm sua razão, mas precisam analisar mais minuciosamente a questão, pois um ponto de vista mais lógico passa e se alimenta necessariamente nos dois pontos de vista, na minha opinião. Concordo com Tico Santa Cruz ao defender a importância de Pablo Vittar na representatividade trans na sociedade e na cultura pop... Palmas e o Tocantins inteiro para a artista! (mas defender seus desafinos e falsetes pode ser uma arapuca que queimará o filme lá na frente. Sabe, daquele tipo que ganha o respeito pelo lado social, mas perde pelo lado artístico?).
E o pior de tudo é que a maioria nem sabe diferenciar. Tem homofóbico que nem entende de música criticando, tem lgbt defendendo falhas técnicas e artísticas confundindo arte e representatividade... Enfim, ainda não se preparou a sociedade pra debater o assunto sem vícios, maldades e discernimento das particularidades do tema. Mas é legal que se levante a questão hoje, pra que o assunto amadureça e, um dia, tomara, possamos conversar sobre isso como tem que ser, isto é, de modo a comportar essa fatia da sociedade de modo a serem vistos como cidadãos e cidadãs trans e que isso signifique a normalidade no que diz respeito a aceitarmos que existem pessoas diferentes do protagonista da novela e que ser diferente não é um crime e nem diz respeito a ninguém, restando o respeito da população em geral.
Minha preocupação mesmo é que na ânsia de se legitimar um importante passo de representatividade gay/trans, o lado musical fique blindado no velho clichê, já citado, de um lado não aceitar críticas achando que é tudo homofobia, muito menos o outro lado achando que tudo se defende porque é gay/trans. Isso só esvazia o bojo do rico assunto a tratar e corre o risco de aceitarmos apresentações cantadas assim:
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