Coisa de 4, 5 anos atrás, a modinha era as funkeiras – e demais
‘artistas pop’ se entregarem de vez às letras desafiadoras de egos. Sabe,
aquelas em que meninas xingam outras meninas na disputa de atenção dos meninos
bêbados da balada (que, por sua vez, só estão vendo um pedaço de carne dando
mole no salão) e essas coisas.
Pois bem, ainda tem gente batendo nessa tecla, como se já
não fosse bem infantilóide em adolescentes, mulheres feitas aderem a isso
porque inegavelmente, o público jovem é o maior consumidor de modas de mídia.
Pode ser apelativo e sem inspiração, mas não é crime, certo? Mas... e quando a
coisa sai do limite? E quando em vez de repetitivo, a coisa descamba pra
imitação descarada?
Pois é, é o que Claudia Leitte aprontou agora. Depois de
surgir como um clone de Ivete Sangalo, tentar uma carreira internacional
macarrônica, apelar se auto-intitulando ‘nega lora’, e ser a jurada mais ‘meme’
do The Voice e do mundo, Milllk vem com essa abordagem, um tanto, defasada de ‘lacradora’.
Amigas minhas, fãs de Karol Conka há tempos, já usavam essa expressão, entre
outras, desde esses 4, 5 anos.
Veja só a recente ‘Lacradora’, de Claudia e a anterior ‘Lista
Vip’, de Conka, respectivamente. Veja que Ivete Jr. nem se importou em criar
outra palavra pra, quem sabe, dar seu próprio estilo em algo reciclado. Pra
quê, né?
Copo na mão
E as inimigas no chão
Copo na mão
E as inimigas no chão
Claudinha lacradora
Dando nas recalcadas
Enquanto a gente brinda
Elas tomam pisão
"Lista Vip":
O nome 'tá na lista então é só chegar
Arrasei meu look sei que vou causar
Drink na mão, inimigas no chão
Pisando firme, sente a pressão
Só falo uma vez preste atenção
Uma vez preste atenção
Não há impedimento de uma certa repetição de padrão, ainda
mais quando a abordagem dá retorno financeiro e midiático, mas, gente... Imitar
versos inteiros onde nem dá pra dizer que são expressões de amplo uso popular? Até
Anitta, que já é um mexidão diluído de várias tendências pop internacionais
segue uma linha minimamente própria.
Em suma, perseguir o sucesso não é proibido, mas a exemplo
de Latino, essa busca por atenção já caiu na galhofa. Latino ainda teve um tempo
que se preocupou pelo menos, em imitar quem não era tão conhecido (ele tem uma
coreografia antiga baseada em Everybody, dos Backstreet Boys), pois se
beneficiava no atraso que as novidades tinham pra chegar aqui antes da internet
explodir como fenômeno da comunicação descentralizada. Milllk, nem isso. Ou tá
presumindo errado que o público não tem internet – nem TV paga – ou já entrou
no desespero da ura da febre do rato da subcelebridade carente de ficar em
evidência.
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