Não assisto TV aberta – voluntariamente – há anos. E, desde
que saí do BackOffice do atendimento ao telespectador da globo, em 2012, reduzi
bastante a cota de audiência involuntária também. Mas tenho esbarrado em tantos
comentários sobre o recente prêmio Melhores do Ano, do Domingão/Globo, que até
formulei teorias, claro, baseado na época que eu ainda assistia a esses eventos
com cara de ‘amigo oculto da firma’.
Bem, acontece o que já falei aqui várias vezes, quando falo
sobre modismos e massificação de mídia. O que acontece é que essas premiações
dão controvérsia nos resultados e aí, começam veículos de comunicação (jornais,
sites, revistas, programas de TV, etc) a levantarem como polêmica pra atiçar o
burburinho da audiência, sobretudo dos fãs, que entram em guerra por seus
ídolos do momento. Ah, e atraem a atenção de enxeridos como eu também. Rá!
Vamos valorizar um negro ganhando, pois não é sempre. Dá-lhe Jonathan Azevedo. |
Primeiro, o mais óbvio. Ivete, segundo alguns blogueiros e
internautas, não teve a relevância que justificaria ser a cantora do ano de
2017. De acordo com essa corrente de opiniões, seu destaque maior veio por
estar grávida de gêmeas e por ter assumido a cadeira de jurada/técnica no The
Voice Brasil. Isso, pelo que falaram, não seria mérito pra ganhar como cantora.
Ok, segura ae, que eu já volto nisso.
Segundo, temos a Bibi Perigosa de Juliana Paes dando o que
falar, mas perdendo pra Paolla Oliveira, a ourta protagonista da mesma novela.
Segundo a própria Juliana, ela já saiu de casa naquele clima de ‘já ganhou’ e,
sei lá o que ela prometeu pros filhos, disse que chorou e sentiu um buraco no
peito quando pensou na frustração dos pequenos em casa.
Bem ,sobre os dois casos, bastaria argumentar que é uma
votação aberta ao público e que não obedece a critérios técnicos, apenas à
emoção de cada fã clube e sua disposição de perder horas na vida pra tornar gente
famosa e rica ainda mais vaidosa e popular na mídia. Ainda, tudo tem aquela
cara de festinha de fim de ano da empresa, onde você pode não ganhar o prêmio,
mas tá no emprego, então, uma cestinha com frango congelado você leva. É tudo
de casa, parafraseando um nome de programa da própria emissora. Pior seria se
as opções englobassem todos que atuaram em cada categoria. Já pensou, não ser
uma premiação apenas no âmbito globo/associados (gravadoras, canais pagos, afiliados,
sites parceiros).
Em suma, se Ivete ganhou na frente de Anitta e Marília
Mendonça, isso só prova que as modinhas ainda não têm bagagem pra superar quem
tem uma carreira de algumas décadas e uma legião de fãs sólida. E se Juliana,
que é bem mais atriz que Paolla Oliveira, perdeu na globo, já to sabendo que
receberá prêmio da crítica na mesma categoria, agora na virada pra 2018 em
outra instituição mais abrangente.
Na ponta do lápis e no frigir dos ovos, é tudo uma tempestade num dedal com água. Uma guerra de vaidades de fãs enquanto seus ídolos continuam ricos e famosos. Lembre-se: Enquanto algum parente ou amigo seu chora pra receber o salário em dia, Luan acaba de comprar um jatinho de $17 milhões. Mas, anime-se, o possante pode ir de sampa ao Chile sem precisar fazer paradas. Yey! ¬ ¬
P.S,: Artistas negros continuam sendo minoria absoluta nesses ambientes, porque não recebem papéis relevantes o suficiente pra disputar ou mesmo criar sua base de fãs. Sendo assim, continuo não dando a mínima a esses espetáculos de exclusão do negro abertos à mídia. Se não me vejo representado, não dou ibope.
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