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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Melhores do Ano, Ivete e Juliana Paes





Não assisto TV aberta – voluntariamente – há anos. E, desde que saí do BackOffice do atendimento ao telespectador da globo, em 2012, reduzi bastante a cota de audiência involuntária também. Mas tenho esbarrado em tantos comentários sobre o recente prêmio Melhores do Ano, do Domingão/Globo, que até formulei teorias, claro, baseado na época que eu ainda assistia a esses eventos com cara de ‘amigo oculto da firma’.

Bem, acontece o que já falei aqui várias vezes, quando falo sobre modismos e massificação de mídia. O que acontece é que essas premiações dão controvérsia nos resultados e aí, começam veículos de comunicação (jornais, sites, revistas, programas de TV, etc) a levantarem como polêmica pra atiçar o burburinho da audiência, sobretudo dos fãs, que entram em guerra por seus ídolos do momento. Ah, e atraem a atenção de enxeridos como eu também. Rá!

Vamos valorizar um negro ganhando, pois
não é sempre. Dá-lhe Jonathan Azevedo.
 Bem, tudo começou, pra mim, quando vi artigos, fofocas digitais e comentários na web sobre duas ‘polêmicas’: A vitória de Ivete Sangalo como melhor cantora e a NÃO vitória de Juliana Paes como melhor atriz. Teve também Faustão sendo Faustão, e ganhando o prêmio do inconveniente do ano, por insistir em chamar Pablo ViTTar de Pablo ViLLar e por fazer piada de gordo com ele e Marília Mendonça (deixando-a nitidamente desconfortável), mas vamos nos ater aos prêmios.

Primeiro, o mais óbvio. Ivete, segundo alguns blogueiros e internautas, não teve a relevância que justificaria ser a cantora do ano de 2017. De acordo com essa corrente de opiniões, seu destaque maior veio por estar grávida de gêmeas e por ter assumido a cadeira de jurada/técnica no The Voice Brasil. Isso, pelo que falaram, não seria mérito pra ganhar como cantora. Ok, segura ae, que eu já volto nisso.

Segundo, temos a Bibi Perigosa de Juliana Paes dando o que falar, mas perdendo pra Paolla Oliveira, a ourta protagonista da mesma novela. Segundo a própria Juliana, ela já saiu de casa naquele clima de ‘já ganhou’ e, sei lá o que ela prometeu pros filhos, disse que chorou e sentiu um buraco no peito quando pensou na frustração dos pequenos em casa.

Bem ,sobre os dois casos, bastaria argumentar que é uma votação aberta ao público e que não obedece a critérios técnicos, apenas à emoção de cada fã clube e sua disposição de perder horas na vida pra tornar gente famosa e rica ainda mais vaidosa e popular na mídia. Ainda, tudo tem aquela cara de festinha de fim de ano da empresa, onde você pode não ganhar o prêmio, mas tá no emprego, então, uma cestinha com frango congelado você leva. É tudo de casa, parafraseando um nome de programa da própria emissora. Pior seria se as opções englobassem todos que atuaram em cada categoria. Já pensou, não ser uma premiação apenas no âmbito globo/associados (gravadoras, canais pagos, afiliados, sites parceiros).

Em suma, se Ivete ganhou na frente de Anitta e Marília Mendonça, isso só prova que as modinhas ainda não têm bagagem pra superar quem tem uma carreira de algumas décadas e uma legião de fãs sólida. E se Juliana, que é bem mais atriz que Paolla Oliveira, perdeu na globo, já to sabendo que receberá prêmio da crítica na mesma categoria, agora na virada pra 2018 em outra instituição mais abrangente.

Na ponta do lápis e no frigir dos ovos, é tudo uma tempestade num dedal com água. Uma guerra de vaidades de fãs enquanto seus ídolos continuam ricos e famosos. Lembre-se: Enquanto algum parente ou amigo seu chora pra receber o salário em dia, Luan acaba de comprar um jatinho de $17 milhões. Mas, anime-se, o possante pode ir de sampa ao Chile sem precisar fazer paradas. Yey! ¬ ¬ 



P.S,: Artistas negros continuam sendo minoria absoluta nesses ambientes, porque não recebem papéis relevantes o suficiente pra disputar ou mesmo criar sua base de fãs. Sendo assim, continuo não dando a mínima a esses espetáculos de exclusão do negro abertos à mídia. Se não me vejo representado, não dou ibope.

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