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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Não compartilhe boatos de internet. Não seja um mentiroso virtual

Uma das principais coisas sobre boatos de internet é fazer com que os mais distraídos tenham um sentimento de urgência e emotividade, pra garantir que o povão repasse rápido e pra um monte de gente. Assim, as mentiras se espalham mais rápido e como a maioria nem se preocupa em saber de onde veio ou se é verdade, o whatsapp, facebook, a internet em geral, vira esse antro de baboseiras.

Mas é fácil detectar esses spam/hoax/mentira/lorota e eu te mostro algumas características abaixo:



1) Senso de urgência - A mentira sempre vem com alguma frase do tipo 'rápido, repasse/compartilhe antes que retirem do youtube/facebook/conchinchina'. Aí, tu tá lá doido pra espalhar uma novidade e ganhar atenção - ZAZ - contou mentira pros outros crente que tá descobrindo ouro no quintal.


2) Senso de emoção - Os textos, vídeos e áudios mentirosos geralmente, vêm com algum apelo emotivo, tipo 'Desabafo de alguma pessoa famosa, de alguém que foi vítima de violência ou é parente de quem tenha sido'. Você tá lá achando que precisa extravasar o estresse do cotidiano e se deixa levar pela visão de vítima que a mensagem traz sem nem saber se a pessoa falou aquilo mesmo.


3) Senso de utilidade pública - Ok, esse é meio que um desdobramento do item 1, mas tem uma leve diferença. Enquanto no 1, a pessoa quer ser o primeiro fofoqueiro bem informado a contar uma novidade, neste item, a marionete pessoa acha que está mudando o país numa dedada (UIA!) no celular. Ingênuo e carente, mas talvez, bem intencionado.



4) Assuntos de interesse comum - O teor desses boatos é, basicamente, algo que a maioria dá atenção porque é coisa que muitos vivenciam e sabem que está perto. Não é como se o ser humano ficasse, de repente, empático ao próximo, mas acaba lembrando de uma experiência negativa e isso dá o impulso de repassar. Algum caso famoso de violência, corrupção política, nomes de celebridades, etc.








5) Senso comum - Esse é o que gera tudo mais, pois é aquele conhecimento que recebemos não sei de onde, mas por ser algo que recebemos desde cedo e com pinta de costume ou tradição, nem temos o instinto de se perguntar 'porque a gente age assim?' ou 'será que isso é certo ou só estamos acostumados?' ou ainda 'será que é verdade? de onde saiu essa história?'.



Enfim, é preciso questionar, contestar, investigar. O google tá aí pra desmentir um monte de notícias. Fala a verdade, onde você se informou pra saber que esse ou aquele boato de internet é verdade? E não é fácil, sabe, tentar estabelecer conversas com quem já chega com mentiras decoradas querendo de fender que são verdades incontestáveis, mas quando a gente pergunte 'onde você aprendeu isso?', a pessoa desconversa, não responde e insiste que aquilo que ela viu por aí é a mais pura verdade.


Não é engraçado e não é porque estamos a um clique de compartilhar que a coisa perde a gravidade ou a importância. Num boato, pessoas morrem linchadas sem motivo, gente inocente vira bandido na boca de fofoqueiro e não podemos perpetuar esse costume de 'ih, diz que é verdade, então deve ser porque uma vez eu vi que aconteceu isso e era verdade?'. A gente não pode ficar espalhando mentiras, por exemplo, sobre um político, só porque em outro tempo um outro político foi culpado.















Precisamos de provas, evidências, coisas que precisem mais do que 'ah, se disseram que é, então deve ser verdade'. Por exemplo, precisamos de verdade e não só de chamadas de noticiários repetitivos sobre um tema. Você ouve desde criança pra olhar pros lados antes de atravessar a rua, mas precisa saber o sentido disso, do contrário, você vai olhar, vai ver o carro vindo e vai atravessar mesmo assim.



Como eu sei que a maioria nem quer ter o trabalho de ler o próprio boato inteiro e já sai repassando, aposto que isso vai continuar por muito e muito tempo. Mas quem quer ter o prazer de dizer que tá colaborando coma sociedade, precisa ler informações em mais de uma fonte, precisa que essa fonte seja confiável e não tendenciosa e ainda ter o discernimento de calcular que pode estar repassando uma mentira mesmo com tudo isso.


É obrigação do cidadão ter essa responsabilidade. Não repassemos mentiras, porque o papel de ridículo é todo nosso quando chega um 'chato' (tipo eu, boa parte do tempo) e lança no meio da rodinha (UIA!) de conversa algum link, revista ou mero comentário desmentindo ou pondo em dúvida aquela certeza que o boateiro acha que tem. Os impressionáveis não são formadores de opinião, só marionetes. Nós não.


Não tem aquele lance que parece interessante, mas que você nem leu e já repassou porque o título parecia promissor? Então, quase certamente é uma mentira e você pode estar cometendo o crime de difamação/calúnia/que mentira/que lorota boa/pega na mintchura. Não seja um criminoso, não seja um tolinho de internet. Lendas urbanas surgem o tempo todo e só crianças deveriam ter o aval pra acreditar em falácias sem questionar porque elas sim têm a defesa da falta de experiência e conhecimento de vida.


 

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Desdobrando: Capacidade interpretativa de um revoltoddy fascista



Há alguns dias, eu escrevi sobre o comportamento carente afetivo das pessoas que simplesmente repassam notícias de whatsapp e facebook como verdade só pra terem a necessidade de atenção suprida. Pra se sentir um super herói da informação, sendo o primeiro a contar uma novidade, o que, na cabeça dessas pessoas, vai torná-las mais amadas. NINGUÉM LIGA! Se for outro carente, vai repassar como se fosse uma novidade ainda e se não for carente, talvez, tenha bom senso de não repassar porque pode ser mentira, já que boatos de internet são feitos para parecerem atraentes e urgentes. “Repasse já, antes que apaguem, foi um amigo ontem, um deputado hoje, mexe com seu dinheiro, foi perto da sua casa, etc...”. Sempre algo que parece ser caso de vida ou morte e os carentes vão...

Mas além de carentes, neste caso, também junta outra doença mental dos tempos de redes sociais: Os revoltoddys sócio-políticos formados pelo instituto JN/Veja de sociologia e ciência política. O que significa? Que são aqueles revoltadinhos ‘contra isso tudo que tá aí’. Saca, aqueles que rosnaram pra Lula e Dilma por anos e agora que foram defenestrados (temporariamente, se deus quiser), ainda são alvo das piadinhas e ofensas, como se o cara que realizou o sonho reaça de tirar o PT do governo não fosse o real responsável e a principal cara de uma galera, que só existe pra atrapalhar a vida do pobre.

Juntando esses dois, dá um resultado indigesto. Postei aquela foto ‘printada’ em que dois policiais executam dois caras caídos e deixei bem explicado que não se tratava de defender criminalidade nem nada, pois, se fossem dois bandidos, que fossem levados à lei, afinal, eram policiais fardados ali. A PM não pode chegar atirando em gente caída, pois se não é confronto, não é caso de legítima defesa. Não era ‘eles ou a polícia’. Mas o problema que levantei foi o fato de pessoas estarem repassando fotos de gente atribuindo xingamentos e crimes sem qualquer prova, praticamente incriminando essas pessoas por filmarem e divulgarem essa ação da polícia.

Na ocasião, compartilhei no meu Facebook e frisei que não era sobre os executados serem criminosos ou não, mas sobre compartilhamentos falsos que podem estragar a vida de inocentes, só porque algum defensor de execuções sumárias não gostou de ver um malfeito do estado ser publicado. Ali, veio gente no meu face comentar coisas como ‘foram tarde’ ou ‘eles mereceram’. O bizarro é que é gente que tem parentes pequenos que estão totalmente passíveis de levar uma dura mais futuramente desses policiais mesmo, se bobear, só por serem pobres e pretos andando por aí sem coleira. Sem contar que ficou na cara que ou não leram meu texto e comentaram só olhando a foto do link ou leram e – pior – NÃO ENTENDERAM NADA! Só ódio imposto pelo senso comum e um analfabetismo funcional de interpretação de texto.

Aí, sai a notícia de que um dos tiros que atingiu a menina Maria Eduarda, em Acari, saiu de uma arma policial. Isso, momentos depois de eu ter lido no Extra que um dos tiros saiu de uma arma calibre 7.62, de uso policial, mas também de posse de bandidos. Como um colega escolado na vida de comunidade falou, é um atirando e o outro respondendo e quem tá no meio tá arriscado. Ok. Então, essa certeza de que a polícia é o superman e os bandidos são o coringa não procede, principalmente pra mim, depois da 18º dura que levei, antes mesmo dos 21 anos, e também longe de mim dizer que bandidagem é o Zorro ou o Bátema, que chegam na surdina e salvam o cidadão do perigo.


Mas esse recado é para os analistas do nosso sistema que acham que sabem de tudo por qualquer migalha de notícia que alguém espalha sem qualquer comprovação. Repassar boatos é fofoca. É feio. É rude.

Revoltoddy é só um apelido ridículo pra fascista, ok? Gente que defende extrema violência e dureza contra os oprimidos e alivia os opressores... mesmo fazendo parte do grupo oprimido.

Enquanto eu escrevia sobre o link abaixo...

http://extra.globo.com/casos-de-policia/pericia-afirma-que-um-dos-tiros-que-atingiu-maria-eduarda-veio-de-arma-da-pm-21167845.html

... fiquei sabendo que a fofocaria fez mais vítimas. Alguém divulgou fotos e informações que causaram ódio coletivo e um casal foi agredido por causa de um boato desses. Imagina aqui no RJ, com pessoas filmando ações criminosas de agentes do Estado?

http://extra.globo.com/noticias/eboato-everdade/homem-mulher-vitimas-de-boatos-sao-espancados-na-regiao-dos-lagos-21167818.html
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