Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Quem não deve... não Temer! Rá!


Derrubaram Dilma Roussef sem provas de nada, muito menos pra uma  medida drástica como um impeachment.

Colocando Temer (que misteriosamente se virou contra ela bem às vésperas do evento), os golpistas disseram em alto e bom som: "Cansamos de perder nas urnas, queremos ganhar no grito".

Não tendo Dilma no caminho, os olhares se voltaram para Lula, pois é especulado há anos que ele voltaria a se candidatar ao final do (até então democrático) mandato de reeleição de Dilma.

Já que Lula se tornou o alvo, os golpistas inventaram N acusações pra minar a opinião pública sobre ele (onde também ganha com folga desses vampiros), culminando com a medida arbitrária de Sergio Moro, condenando-o a uma prisão sem sentença.

E o que isso faria, já que é 'mole' reverter uma prisão ilegal como essa? Eles ganham tempo. Isso complica a vida de um candidato a praticamente um ano das eleições. Daqui a pouco começa o tempo de inscrição, campanha, etc... e eles colocam essa tora fumegante no caminho do candidato mais cotado a vencer.

Ah, não esquecendo que colocaram uma tora fumegante e revestida de carne estragada na estrada do Temer e do Aécio também... Mas eles inventaram um circo público de votação sobre investigar ou não o presidente golpista, onde prevaleceu o NÃO (investigar).

O que isso quer dizer? Quem não deve, não Temer. Rá! Falando sério, Lula foi preso por nada e tá aí, respondendo a essa palhaçada como o moleque nerd do filme anos '80 que apanha do valentão babaca, e Temer fica escondido atrás de uma falsa democracia?? Sim. É mais uma etapa do golpe.

E tenho certeza de que se Lula, ainda assim, conseguir êxito nas eleições, vamos voltar para a década de 1960 um dia depois, se não no mesmo dia. Vão vir com o mesmo papo de toda ditadura, onde criam um monstro externo (crise, comunismo, PT), alardeiam a população impressionável (inventam lendas urbanas propagadas pela mídia convencional) e tomam o poder, fazem o que querem do cidadão/trabalhador e o povão vai na onda do 'é tudo ladrão' e nem percebe de onde tá vindo a dedada... no olho... da cara.

Ninguém delatou Dilma ou Lula e rapidamente levantou-se um impeachment pra um e uma prisão pra outro. Só pra chatear, manchar e difamar sua oposição. Temer foi citado em denúncias sérias de corrupção e nem um inquérito eles abrem. É muita má vontade, nem pra fingirem que rolou um processo pra absolve-lo (que é o que eu imaginava, já que depois que dão um golpe, a gente pode esperar qualquer m... deles).

Pensa comigo: Se ele (Temer) se torna inimigo de Dilma e Lula, mas seu ciclo de aliados é composto por Bolsonaro, Aécio Neves, Sergio Moro, Eduardo Cunha e essa turma, ainda sendo do mesmo partido de Sérgio Cabral Filho, Eduardo Paes e Pezão... faça as contas e veja bem quem você pode estar apoiando. Vê legal aí se o seu remédio não tem um desenho de caveira com ossos cruzados no rótulo... Porque vai piorar quando esquentarem o bumbum no trono do poder absoluto de quem decide tudo sem largar do osso. Olha os retrocessos que tivemos em meses de Temer presidente. Só olha.


 No mais é: Parabéns, golpistas, fingiram bem estar preocupados com a democracia, votando pra blindar seu presidente de cera. Se gostassem de transparência, fariam uma audiência pública televisionada com perguntas neutras (de gente competente, hein, nada de amiguinhos convenientes) ao seu chefe borra-botas.

Desde as SMS's milagrosas prometendo prêmios a quem não participou de promoção alguma que eu não via um golpe tão descarado e fajuto.

Esse golpe é tipo aquelas quinquilharias que o Coyote encomendava pra pegar o Papa-Léguas. A diferença é que na vida real, os coyotes conseguem, se não pegar, pelo menos neutralizar sua presa. mas vamos ver, os tempos são outros, de repente a reação não fica por isso mesmo.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Marisa Letícia *1950 ┼2017


2 de fevereiro de 2017. Marisa Letícia se foi. Mas deixou um legado que é uma lição pra uma vida inteira... De origem humilde, descendente de italianos, décima filha de sitiantes, foi operária ainda adolescente e só deixou atividades profissionais quando se casou pela primeira vez, aos 19 anos. Enviuvou apenas seis meses depois, quando seu primeiro marido foi assassinado. Estava gestando seu primogênito, Marcos. Ao chegar ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo – SP, para obter um benefício deixado pelo marido, Marisa conheceu Lula, que trabalhava no Serviço de Assistência Social do sindicato. Quatro anos depois, em 1974, casaram-se.

 Marisa não foi o tipo de mulher que apenas fazia figuração colorida para mostrar ao povo uma imagem de comercial de margarina. Nem poderia, já que era estranho à grande população lidar com um líder popular operário e sua esposa não menos operária. E isso Marisa foi, uma operária da vida. Lula tinha nela seu porto seguro, ela esteve com ele desde o começo, quando produziu a primeira bandeira do PT com um pano vindo da Itália e andava por aí angariando assinaturas para a construção de um partido dos trabalhadores. Teve personalidade quando, em 1980, ainda sob domínios da ditadura, promoveu reuniões clandestinas em sua casa e protestos só de mulheres pelas prisões dos líderes sindicais (dentre os quais, Lula), chegando até a recusar a presença de homens. Essa é a força de uma mulher valente.

Esteve com Lula nas turbulências, nas derrotas ao longo de anos frente a um país que ainda relutava em aceitar um ex-metalúrgico como presidente, guiado por uma mídia tendenciosa que sempre vendeu beleza e elegância padronizadas em proporção igual à nocividade perante à população mais pobre. Também esteve com Lula nas vitórias. Era Lula lá na cadeira de presidente do Brasil e Marisa lá, ao seu lado. Sem alarde. Os que a conheceram de perto afirmam que era avessa a badalações, era de vestir a roupa que lhe agradasse sem olhar etiqueta e assim aparentava tanto quanto se falava. Uma mulher admirável. Longe de ser uma mera acompanhante, Marisa Letícia era uma assessora de Lula, a mais próxima, e porque não ousar dizer, a mais confiável.

Em decorrência dessa vitória mais estrondosa, em 2002, Marisa se tornou Primeira-Dama e esteve com Lula quando elegemos um presidente operário, ouvimos desconfianças saindo até dos ralos de esgotos das cidades, mas vimos o miserável deixar a miséria, o negro e o pobre acessando estudos e tecnologias até há alguns anos inimagináveis de se obter. Qual não deve ter sido a força dessa mulher quando surgiam piadas e deboches e até acusações nunca comprovadas sobre Lula. Para nós, é o Lula, o presidente de ações de melhorias sociais, de apelo popular. Para ela, era Lula, o companheiro de uma vida, o marido, pai de seus filhos. Enfim, dívidas históricas foram muito amenizadas.  

Além do ‘carro-chefe’ Lula, Marisa era a figura doce ao lado do marido quando escândalos de comprovação duvidosa tentavam associá-lo de toda forma, sem nunca ter visto comprovações. A sociedade melhorou no tempo que Marisa Letícia foi Primeira-Dama. Nunca movimentos sociais avançaram tanto.

Perdemos, em meio a um momento maldosamente atribulado de nossa sociedade, uma – perdão pelo clichê, mas é o mais adequado – grande guerreira do povo. Por isso, é com profundo pesar, e muito apoio à família Lula da Silva, que a UNEGRO presta essa homenagem à Marisa Letícia. 

Vá em paz, Marisa Letícia.

Força, Lula!


Jornalista Fernando Sagatiba – Comissão de Comunicação da Unegro
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