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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Daiane dos Santos se emociona com medalha de prata de Rebeca Andrade


 Em 2009, uma menina negra chamada Rebeca Rodrigues de Andrade pode treinar por um dia com sua referência na ginástica: Daiane do Santos, que havia visitado o centro de treinamento de Rebeca, em Guarulhos-SP, de onde a menina é.


Daiane já era referência no esporte e se destacava, não só pelo talento, mas por resultados e o pioneirismo em ser a primeira negra a realizar esses grandes feitos que encantaram o Brasil. Quem esquece seu brilho ao som de Brasileirinho? O duplo mortal carpado e outras bossas que não sei mesmo especificar, só admirar.


E agora, a jovem Rebeca arrasa, ganha medalha ao som de Baile de Favela e Daiane se emociona (não só ela, né, mas vamos lá se não eu choro de novo). Isso significa que as referências estão concretando uma estrada pra outras, hoje, crianças, olhares e se inspirarem.


Pode parecer algo frívolo pra muitos (congelados por dentro em todos os sentidos), mas quando alguém mostra um feito, o normal é que aquilo inspire a todos, mas quando quem faz é de um feitio que não está sempre naquele lugar de exposição, aquilo inspira toda uma gama de gente que nem pensava em estar ali. Ou se pensava, era um sonho distante, porque ninguém igual tinha chegado ali.


Basta lembrarmos que a atriz Whoopi Goldberg se admirou quando viu Nichelle Nichols como Uhura em Star Trek em um cargo de tripulação que não subserviente. Quer dizer, negras até aquela época, eram empregadas ou escravas, mas uma tripulante viajante do espaço? Então, é isso. Rebeca viu Daiane abrir um caminho feito de terreno baldio até virar uma estrada e agora, está seguindo brilhante. 


A minha irmãzinha (não, não conheço Daiane pessoalmente, é que temos os mesmos sobrenomes e quase a mesma idade, rá!) não poupou na emoção ao vibrar com a medalha de Rebeca (que, diga-se, ainda pode ganhar outras, essa foi só no individual artístico). 


"A primeira medalha do Brasil num Mundial de Ginástica foi negra. A primeira medalha do Brasil na Ginástica feminina foi negra. Isso é muito importante. Diziam que a gente não podia estar nesses lugares”, comemorou Daiane ao ver o desempenho de Rebeca.

Porque a Rússia está como ROC na olimpíada de Tóquio 2020?

Uma coisa que acho que muita gente já reparou, mas não sabe o porquê é o motivo de os atletas da Rússia estarem representando uma bandeira “aleatória” sem nome, apenas com a sigla ROC. Mas você já se perguntou isso? Titio Saga dá uma moral. 

 É que em 2019, um escândalo aconteceu quando a Agência Mundial Antidoping (WADA, em Inglês) averiguou que um laboratório em Moscou estava adulterando amostras pra evitar a confirmação de doping de atletas. A punição foi que o país ficaria proibido de participar de competições internacionais. 

 Mas a restrição não proibiu todos os russos. Acontece que a imposição punitiva só determinava que não se usasse a bandeira, o nome e o hino do país. Então, quem não estava sob suspeita de doping em 2019, ficou liberado pra competir, desde que se submetendo à regra. 

 Com isso, os atletas russos não envolvidos em casos de doping podem participar de competições internacionais, mas sem usar bandeira, nome ou mesmo o hino do país e tudo aquilo que eu já falei. Então, ficou combinado que a Rússia não estaria de cara limpa, por assim dizer, sendo formado, assim, um comitê olímpico russo. Por isso o nome ROC (Russian Olympic Commitee, em Inglês). 

 As cores estão lá, com anéis olímpicos e a chama na bandeira do comitê e nos uniformes. Mas o “hino” tocado é o Concerto Para Piano Nº1, de Tchaikovsky. E a proibição vai até o final de 2022. Ou seja, até lá, seja a atual Olimpíada, Copa 2022 e Olimpíada de Inverno de 2022, a coisa ainda tá russa... quer dizer, restrita. Rá! Rússia mesmo, com nome, bandeira e hino, em jogos olímpicos, só em 2024. 

 Achei legal, porque um país ser punido de forma administrativa e institucional é o justo, por demonstrar má fé em seus procedimentos, mas isso não poderia afetar os atletas e comissões que disputavam suas modalidades de forma honesta. Já pensou, punir todos os atletas por erros de alguns? Então, a novidade de 2022 foi essa e não uma nova denominação como eu pensava. Risos. 

 Ah, vai que teve outra mudança geopolítica e eu não tava sabendo. Ainda mais neste contexto, num país que já disputou competições com o nome de URSS/USSR, ou, popularmente, União Soviética. É, sou desse tempo também. Rá! Bons jogos.
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