Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

Mostrando postagens com marcador beijo gay. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador beijo gay. Mostrar todas as postagens

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Beijo gay: Naturalize a diversidade

Finalmente aconteceu: Um beijo no capítulo final de uma novela das 21h, na Globo.

felix serio

Não mudo minha opinião em nada sobre o autor de Amor à Vida, Carrasco, o Walcyr, mas há que se demonstrar elegância em não rotulá-lo de maluco – coisa que eu faço – o tempo todo – não, precisamos de uma pausa pra não cair na rotina. O dóido de pedra Walcyr Carrasco fez uma bagunça tamanha em sua novela que ninguém lembra de metade das tramóias que ele inventou nesse quase um ano de AaV, fato.

Muita coisa foi ridícula, como a zorratotalização da gordofobia de Perséfone – na verdade, ela era virgem porque era uma chata que não sabia se relacionar com homens, não por ser gorda, repararam? – o mesmo problema de pastelaão com Tatá Werneck, uma família paulistana em que cada membro possuía um sotaque diferente, personagens que nem seus intérpretes entendiam, racismo e classismo do autor, um quadrado amoroso tão útil quanto bolso em pijama e Suzana não sabendo falar o nome de seu filho.

felix apocalipse

Mas, algumas coisas, não necessariamente propositais, se destacaram positivamente. Mateus Solano comprovou seu talento e foi dono da novela, Thiago Fragoso foi outro que se tornou querido do público com desenvoltura, mesmo tendo surgido na trama bem depois de seu início, aliás, viraram protagonistas bem antes do final da novela. Não à toa, é deles mesmo que vou falar. Eu tinha lido que Carrasco tinha recebido carta branca pra liberar uma bicota entre os personagens Felix (Solano) e Niko (fragoso), então especulou-se muito, tanto que escrevi recentemente falando disso, mas não é sobre o beijo em si que eu falo, é sobre o modo como aconteceu.

Como já era de se esperar, nenhum lar onde a TV estivesse ligada na novela explodiu por causa de dois homens se beijando. Mulheres já se beijaram e também não deflagraram a terceira guerra mundial. Na verdade, foi tão natural quanto qualquer outro beijo, entre velhos, jovens, vilões ou cachorros. Como eu digo, beijo é beijo. E aposto que na sua janelinha do xvideos também rola de um tudo e você não se vê no inferno - ou tendo que aturar gente falando alto no celular ao seu lado, que é a mesma coisa - , não é? 

A utilidade desse beijo, muito mais que todos os 1.657 merchans sociais empurrados juntos, é a naturalização de algo que é fato. A homossexualidade existe, é comum e não é se trancando em casa que você vai ignorá-la.Pessoas se beijando não agridem mais do que pessoas hétero se beijando. Isso pode, com o tempo, diminuir bastante a intolerância, a sensação de estranheza que muitos cismam de ter. Naturalize o ser humano em sua diversidade. Pois é isso, o beijo gay foi tão natural quanto poderia ser, parabéns aos atores e, que deus me perdoe, ao autor também!         


 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Beijo Gay Às 21h

Caras, eu não compro muito essa ideia de ‘beijo gay’, simplesmente porque não vejo um beijo tendo sexualidade direcionada. O tempo todo, homens e mulheres se beijam de forma afetuosa, familiar, pra aparecer e mais qualquer outro motivo. Agora, dizer que o beijo é gay só pra dar o que falar é uma apelação que já virou um clichê, ou melhor, uma lenda urbana, tipo a bola quadrada do Quico.

Falo isso porque a última que eu soube, seria uma ‘carta branca’ dada a Walcir, O Carrasco, para que enfiasse (UIA!) um beijo gay – quórum pra isso ele tem, já que além de vários personagens gays, ele simplesmente pode decidir que todo o elenco virou gay numa batalha no Iraque entre gorilas-ninja cibernéticos vindos do futuro e mulheres venusianas gigantes com tanguinhas de leopardo, visão laser e braços biônicos, no planeta Zandor.

Hipérboles à parte, eu fico até com um certo receio – paranoico, admito – de que esse ‘boom’ de personagens gays de uns anos pra cá seja apenas pra atrair o público gay na expectativa de ver um beijo entre homens ou mulheres no horário nobre. Seria uma vitória para a militância pelos direitos igualitários e o respeito social ao gay, mas, na boa? Beijo gay já rolou em tantos lugares que a questão de ser numa novela global é quase um fetiche, apenas.

Tantos filmes aí em que atores até conceituados se beijam e simulam sexo, que esperar isso de uma novela é tipo, o que falta só, porque assim quem rolar, explicitamente, vai perder a graça e não vai mais restar nada, talvez esperem alguma outra coisa, mas aí seria dar asas demais à imaginação, fica pra outra hora.


No mais, esse negócio de falar em beijo gay, com essa definição de sexualidade é só pra criar expectativa, uma ambientação pra gerar burburinho, mas é inútil, porque ninguém fala em ‘beijo velho’ entre idosos ou ‘beijo gordo’, entre gordos. Beijo é beijo, e você faz em quem te der na telha, em quem te agradar, oras. Beijo com sobrenome, talvez TALVEZ o esquimó, mas como nunca vi um casal esquimó se beijando, nem sei se é verdade ou lenda.

E, lembrando, já houve outros "beijos gay" na TV aberta.Gisele Tigre e Luciana Vendramini que o digam.


Powered By Blogger