Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Um ano sem Marielle Franco




Era 14 de março de 2018 e eu me preparava para retomar uma importante parte da minha vida, após alguns meses de licença do trabalho por um braço quebrado à base de porrada por tipos suspeitos de linguajar diferenciado da bandidagem “comum”, mas com os procedimentos bem característicos.

Era um mundo de emoções por inseguranças, anseios, projeções, enfim, muita coisa rolando na mente esperando ansiosamente chegar o dia seguinte, quando retomaria minha rotina (e valeu a pena aprender a não ter mais pânico de sequer sair de casa). O braço ainda não esticava, na posição que ficara pouco mais de um mês dentro do gesso, mas a vontade de voltar a tocar meu cavaco era maior, então, mesmo sem força ou muita coordenação, arrisquei (veja abaixo, o vídeo que eu gravava no momento em que tudo ocorreu e a notícia se espalhou).




Toquei uma música minha referente à afirmação do cabelo crespo natural e no mesmo momento passava o filme Ó Pai, Ó, que todos sabem, eu amo! Então posicionei o celular me filmando com a TV ao fundo, porque achava representativo demais falar de um traço da minha negritude enquanto passava um filme situado em Salvador – BA e com negros protagonistas... Pois bem, gravei e assim que passei para o PC, vi as notificações pipocando em vários grupos e a notícia chocante era que tinham assassinado a vereadora Marielle Franco.

A minha mente, que ainda buscava entendimento para minhas próprias vivências pessoais depois de um forte trauma, se viu em turbilhões eternos por tentar concatenar que a tal vereadora era, não só uma política, era amiga de amigos meus, uma pessoa com quem estive pouco tempo antes numa roda de debates em tom de informalidade para falar sobre projetos e necessidades da população carioca e negra, em geral. Era demais para mim.

Lembro que naquela noite, mais tarde, desabou um temporal violento, ao que só me ocorria ser uma reação (sobre)natural a um evento tão drástico quanto a execução brutal de uma mulher preta lésbica, de origem pobre que finalmente desfrutava de alguma projeção para poder lutar pelos seus, pelos nossos. Esse foi o erro dela e em momento algum me ocorreu a mínima chance de não ter sido um crime encomendado.

Lembrei, na hora, dos versos do ilustríssimo compositor imperiano Beto Sem Braço:

“ São Pedro abriu a porta e fez chover
Uma tromba d’água caiu
 Pingos grossos foram pêsames
Por um dos nossos que partiu

Derramaram tantas lágrimas
Foram tantas lágrimas
Muitas lágrimas
Daquela covardia que se viu “

(Música: Precipício, gravada originalmente por Jovelina Pérola Negra)

Parecia inacreditável ter uma digna e valorosa representante do povo socialmente mais vulnerável simplesmente retirada de nós dessa maneira estúpida, mas o que vimos depois foi que sua voz foi amplificada por todos aqueles que ela representava e inspirava admiração. Estamos aí, Marielle Presente e vamos levando.

Então, perguntamos de lá até sempre: ‘Quem matou Marielle Franco?’

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Vídeo anunciando tempestade pelo Whatsapp é fake



Ou melhor, nem é fake, é o que se chama de hoax, mas com alguma base distorcida ao extremo. Esse vídeo 'prevendo' uma verdadeira catástrofe climática não é verdadeiro, ele usa termos e jargões pra soar com propriedade, mas o tal especialista comete erros básicos pra quem entende de meteorologia.

Eu?! Não mesmo, eu não entendo lhufas de meteorologia, apenas sei olhar o céu e falar 'vai chover' ou, no máximo, sentir o calor extremo do Rio de Janeiro e falar 'esse calor todo, traz chuva logo depois'. Afora o vento mudando eu não sei dizer muito mal se a nuvem é de chuva ou se é aquela tipo algodão que a gente fica tentando ver figuras, mas estou divagando...

Bem, acesse aqui  e veja a matéria do G1 explicando que não é possível fazer uma previsão climática com os dados que ele passa. Desde a imagem ser de um aplicativo de auxílio e não de satélite, passando por dizer que são imagens em tempo real, quando isso não é possível, até especificar a hora que vai começar, coisa que definitivamente não dá pra fazer.

De resto, insisto naquelas dicas clássicas pra se identificar uma fake news, ou, no máximo, fazer questionamentos pra desconfiar de estar sendo usado como instrumento da mentira alheia pra causar estardalhaço, chamar atenção e morrer achando que contribuiu com alguma coisa pra humanidade:

1- O 'locutor' não se identifica. Tão especialista que não pode dizer quem é e o que o fez entendido no assunto? Próximo!

2- Distorções como a da data em que a 'previsão' foi feita pra parecer que é atual.

3- Não tem uma fonte verídica de informação, tudo é jogado em tom de alarme pra gerar aquela urgência dos mais influenciáveis e assim, alcançar a viralização da mensagem.

4- Procure outra fonte de informação antes de repassar, porque nesse mundo, PESSOAS MENTEM!!! Desconfie, a internet não tem como ponto forte a garantia de honestidade em seus conteúdos compartilhados.

No mais, existe sim um alerta para uma virada de tempo e é óbvio que requer atenção, mas não é esse tsunami com queda de meteoro todo. É uma época do ano que está normalmente propícia a isso.

No geral, só assim pra ver o tornado se formando aqui:


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Paula do BBB19 é o retrato do Brasil racista velado

Resultado de imagem para paula bbb

A BBB Paula já falou que se surpreendeu por um cara que matou a namorada ser branco e não 'faveladão', já se surpreendeu por um colega de edição, morador de comunidade, não ser usuário de drogas (o que ela já admitiu ser, sendo branca e patricinha).

Já disse que 'deus é maior' ao afirmar ter medo de participantes dançando e falando em cultura afro e já disse que sofre racismo reverso sendo "denegrida" por ser loira. E sua irmã, aqui fora do programa, questionou as críticas 'racista ou realista?'. Pois bem... é racista mesmo, amore.

Mas do ponto de vista de como a sociedade é, onde gente próxima defende tanta coisa errada por qualquer pretexto sócio-político... Ela é uma fiel representante da sociedade bolsominion, onde se defende um deus e uma tradicional família brasileira que nunca existiu fora dos seriados estadunidenses antigos e a hipocrisia reina.

Não me surpreenderá se a referida patricinha ganhar o grande prêmio. Aqui nesse país, quem discrimina e segue o que o portuga ensinou por 500 anos leva a bolada.

Essa é uma legítima integrante da 'elite intelectual' que o ministro da educação falou que deve ter exclusividade no acesso ao ensino superior... Bem, um idiota desmiolado e amigo de miliciano pregou algo bem parecido ano passado e hoje é presidente, né? Tudo dá certo pra esses imbecis. Com caixa 2, fake news, mamadeira de piroca e lavagem de dinheiro no pacote.

E depois o babaca sou eu.

Fontes: https://extra.globo.com/tv-e-lazer/bbb/bbb-19-delegacia-de-crimes-raciais-delitos-de-intolerancia-abriu-inquerito-para-apurar-racismo-no-reality-23444024.html

https://capricho.abril.com.br/vida-real/paula-sperling-do-bbb19-e-o-triste-retrato-do-brasil-racista-e-enrustido/

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Nego tem que respeitar


Ultimamente, me vi numa situação complicada. Primeiro, há meses, foi lançado o clipe de Me Solta, de Nego do Borel e, como tento fazer sempre, deixei o barulho inicial passar pra assistir e tirar minhas próprias conclusões sem ruídos de opiniões no calor do momento. Só que em 2018 aconteceu de tudo e nunca me sentia no momento pra poder dar (UIA!) um parecer sem ter palavra ofuscada por algum acontecimento mais urgente. É só ver que teve virada de mesa no carnaval, copa de futebol, eleições e suas respectivas campanhas tomando tempo e abalando relacionamentos e por aí foi...

Virando o ano, continuo assistindo eventualmente o tal clipe pra chegar num momento como este, onde finalmente vou poder falar alguma coisa sobre Nego do Borel e a polêmica ‘gay’ que ele se meteu... na verdade, ele acaba de se meter em outra roubada e foi isso que me fez ver o momento mais oportuno pra opinar publicamente.

Vejamos, quando Me Solta saiu, a galera caiu de pau em cima dele porque ele estaria se apropriando do lugar de fala de gays e trans pra ganhar o chamado ‘pink money’ (lucrar e se tornar mais popular às custas da comunidade lgbt). Confesso que sobre isso não posso falar muito, não sou dono desse lugar de fala. Apenas achei mais um personagem visando a.... er... visibilidade que essas situações acarretam. Enfim, por ideologia ou puro oportunismo, achei que ele só queria chamar atenção e ganhar likes, views e se manter na boca do povo, nessa sociedade de assuntos cada vez mais velozes e efêmeros.

Ok, Pink Money, pegou mal com a galera arco-íris e eu saquei cada lado que falou sobre. Mas também gerou muita homofobia, afinal, é nesse clipe que ele dá o famigerado beijo (é, só beijo, porque beijo gay não existe, existe beijo e quem tá beijando. Idoso beijando é beijo idoso? Então...). Admito que quando finalmente assisti, não entendi porque de tanta falação, ódio e piadinhas preconceituosas. Se ele é gay, se era uma brincadeira que ele levou a sério ou se ele apenas foi um ator, problema dele. Um beijo que não dura 5 segundos, num contexto musical em que ele se (tra)veste de uma personagem que se afirma querendo dançar sem intervenções e deixando claro que pode sim parar pra ‘pegar’ alguém e voltar pra curtição. Se a tal ‘Nega da Borelli’ é um personagem clichê, estereótipo, se já existia antes ou o escambau a quatro, não me interessa. Tá acompanhando até aqui? Personagem gay, provável oportunismo midiático, preconceito, homofobia, beijo entre homens e ele conseguindo ser notícia. Ok? Ok.

Eu já tinha preparado uma defesa há tempos, principalmente pelos artistas que participam do clipe. Numa sociedade hipócrita que não se queixa da falta de negros na TV do país com mais negros fora da África, ninguém fez notícia em cima do fato de que os figurantes e dançarinos do clipe são maioria negra. Aliás, tem negros, gordos, sei lá, possivelmente gays, enfim, vários tipo, estando meio que na cara que ou são moradores da própria comunidade onde se passa o clipe, ou pelo menos, são artistas de companhias e grupos de classes sociais menos abastadas, ou seja, gerou emprego pra preto e pobre e isso conta ponto a favor do cara...



Como Seu Sandoval Quaresma (do saudoso Brandão Filho, em A Escolinha do Professor Raimundo), entre erros e acertos, tudo indicava que pelo menos midiaticamente, Nego do Borel ia ganhar um 10, por saber chamar atenção nos tempos em que a internet dispersa pensamentos e por empregar preto pobre na mesma mídia que enxerta brancos em todo canto de funk, hip hop e samba/pagode. Popularesco, representativo e empreendedor. Parabéns, certo? Errado! O Sandoval pretim acertou antes, com alguma polêmica, certo, mas no último sábado deu um vacilo que jogou bem contra a questão com lgbts.

A travesti Luisa Marilac - a dos 'bons drink', famosa na internet pelo meme/bordão ‘se isso é tá na pior, porran!’, foi lá no instagram de Nego do Borel elogia-lo por uma foto. Com emotis, carinhas e elogios, ela demonstrava seu carinho e admiração de fã do funkeiro. E o que ele faz? Responde com ironia transfóbica, se referindo à Luísa como homem, numa óbvia reação ‘machinho da mamãe’, que não aceita ser elogiado por um gay/trans. Ele acjhou o quê? Que se só respondesse ‘obrigado pelo carinho’ estaria se queimando? Logo ele, a Nega da Borelli daquele clipe que comecei falando lá no alto do texto? Pô, Nego! Vacilo, hein!

Já li recentemente que Luísa perdeu trabalho por causa da ‘treta’, pois o anunciante não gosta de ‘barraco’, Nego já veio a público se desculpar (como de praxe, pra apagar incêndios com a opinião pública, fãs, patrocinadores e contratantes) e a coisa deve ficar por isso mesmo. Luísa, aliás, mandou um papo reto, sugeriu que o artista (o qual ela deixou de seguir nas redes sociais) amadureça e aprenda a respeitar o próximo. E não tá errada não, hein! A pessoa conseguiu deixar de se prostituir pra viver como digital influencer (é assim quem chama hoje?) e isso tudo sendo quem é e vem um meninão fazer piada com uma parte da personalidade que compõe aquele ser humano? Faça-me o favor, né?



Como eu disse, Sandoval Quaresma era aquele personagem que ia respondendo tudo bem até a hora que oe professor lançava a pergunta final 'pra ganhar o 10' e ele inventava um monte de baboseira (que, no caso dele, era a graça do personagem) e acabava, com muito custo, ganhando um 4, ou um 6... Mas no caso do nosso querido Nego Quaresma, essa última dele foi 0, tão grande quanto o tamanco que ele usou no clipe de Me Solta. Enquanto isso, que Luísa não deixe esse mal-estar lhe derrubar o psicológico, que disseram que ela estava na pior, mas se isso é tá na pior... 





Tem que fazer igual menina Maísa Silva. Silvio Santos perguntou à jovem atriz se ela sabia o que é uma 'bicha' e a resposta da moça foi simplesmente: "É uma designação muito antiga e inadequada para homossexuais masculinos". Aprendeu, Nego, como é que se faz?

Porran, Nego tem que se desconstruir!


Fontes: 


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Sobre representatividade: "Ma, Saga, naquele tempo era assim..."

Há quase 10 anos que eu assisto TV fechada e tenho várias análises a respeito desse universo. Desde as mudanças socioculturais que influenciaram em seu conteúdo (como o tipo de programas, aumento na dublagem, visando o público 'Classe C emergente', o crescimento de campanhas publicitárias onde era praticamente sobre a própria programação (trava-língua essa, hein) e se tornou quase o mesmo merchan da TV aberta, etc...). E a observação/divagação da vez é sobre representatividade, ou melhor, a representatividade ao longo dos tempos.

Porque é uma situação recorrente: A gente critica alguma produção e vem alguém de lá pra dizer "ain, mas não dá pra fazer a análise de hoje com algo do passado". Olha, já adianto que dá sim, porque questões socioculturais e políticas não são acontecimentos isolados. São parte de um processo que envolve a própria sociedade.

"Saga, você tá sendo muito técnico, fala em português".

Ok, falando em português, tem aquela que o português olha uma casca de banana e... BRINQS!

Vamos lá, trocando em miúdos: O que muitos acham que é apenas lembrança, como um capítulo de um livro, no frigir dos ovos, é uma parte desse imenso filme que se chama a história do mundo. E vou provar isso com um rápido estudo de casos informal (e diria tão mal organizado quanto bem intencionado - Rá!).

Resultado de imagem para friendsA primeira e principal série citada nesses casos é Friends. Vemos meia dúzia de jovens neuróticos e bonitos, brancos toda vida, vivendo o cotidiano agitado e sexy da Nova York de meados dos anos de 1990. De vez em quando, brotava um negro como segurança, figurante, recepcionista, etc. Às vezes. Até que em duas temporadas distintas, há participações de negros com algo mais do que papel de escada/figuração dos protagonistas brancos classe média. Estou falando de Gabrielle Union e Aisha Tyler.



O curioso é que ambas as atrizes foram escaladas para papéis de interesses amorosos de Ross e Joey simultaneamente. Union é uma nova vizinha objeto de uma aposta na disputa por sair com ela e Tyler, é uma doutora renomada que inicialmente sai com Joey, mas acaba se interessando por Ross, por terem os mesmos interesses intelectuais. Mas a pegadinha é que ela se torna tão volúvel quando assumem o relacionamento, que ela volta com um ex antigo na frente de Ross. Representou, né? (leia este último trecho com muita ironia).

Enfim, aí, a galera vem com aquele papo tão ou mais chapa-branca que a própria série, de que naqueles tempos era diferente, não se via a representatividade como hoje... É? Friends foi de 1994 a 2004. Eu imagino que a audiência jovem de hoje, na casa dos 20 anos, possa até achar que Friends é muito antiga, do tempo dos seus pais, mas pra quem tá beirando os 40, que nem eu, ela soa datada, mas não tão antiga. E durou 10 anos. DEZ ANOS com participações mínimas de negros. Além das duas moças que chegaram perto do elenco principal com alguma relação, foram espalhados negros pelas cozinhas, portarias, recepções ou naqueles papéis condescendentes, tipo o chefe durão, a diretora mandona e só. Muitos nem nomes tinham, apenas 'segurança 2', 'motorista de taxi 1'.

"Ain, Saga, ainda não me convenci. Friends é de outra época.". Ok, você ainda pode lembrar do nacional Sai de Baixo, que durou de 1996 a 2002. Sem negros no elenco principal e nas muitas participações, foram escassos. Lembro muito nitidamente, assim de primeira, do Tony Tornado, como um rei africano (pegou a visão?).

Resultado de imagem para how i met your motherVamos pra outro exemplo de grande sucesso estadunidense e internacional: How I Met Your Mother (HIMYM). Cinco protagonistas, ou melhor, um protagonista e seus amigos por 10 anos buscando a tal mãe dos filhos dele (que mal aparece e a gente descobre que morreu - spoiller!?). Essa é conhecida por alguns como uma versão mais descolada de Friends (modelos bem sucedidos na mídia fazem escola, isso é inegável, até porque, 'um bar é melhor do que uma cafeteria').

Mas o curioso dessa série não é a falta de representatividade, mas a representatividade um tanto forçada que lançaram. Novamente, toda sorte de brancos no elenco principal, recorrente, participações especiais e figurações, até que você chega a uma participação negra com alguma relevância na série: O meio-irmão de Barney, James. Ele é gay e negro e isso, por si só, já seria um sinal dos novos tempos, já que a série nasceu depois (ela nasceu em 2005, um ano após Friends encerrar e terminou em 2014).

Tipo, não tinham onde enfiar um personagem com importância moderada pra ser representativo e lançaram, num personagem só, duas 'minorias' da população de lá. Estranho ele não ter alguma ascendência asiática, ser vegano, hipster e nerd. Não é que não possa haver negros gays no meio da série, mas neste caso, ficou bem forçado, visto que nenhum outro personagem próximo do elenco principal é negro ou gay. Lembra que Chandler, de Friends, em tese, seria gay numa revisão de roteiro antes da definitiva (o que soa esquisito, já que foram 10 anos de piadas homofóbicas de Ross sobre sua ex com a companheira dela e com o próprio Chandler). Mas estamos falando de HIMYM.

Imagem relacionadaAliás, falei sobre a representatividade forçada no irmão de Barney e lembrei de outras duas séries. A primeira é Young and Hungry (Jovem e Gourmet, no Brasil). A série foi de 2014 a 2018, bem mais atual que todas aqui e a representatividade nela era um gay asiático afetado (vou citar já já outro exemplo do estereótipo), a empregada do mocinho branco rico, Yolanda, uma mulher preta de gênio explosivo e a melhor amiga da protagonista branca, que era de ascendência latina. Representou? Não. É só olhar meia hora da série que além de ser um amontoado de clichês de comédias românticas/sitcoms, o roteiro é pífio e os serviçais estereotipados só aparecem pra fazerem suas piadas preconceituosas (naquela ideia de que o alvo fazendo piada consigo mesmo não soaria tão agressivo). Piada pra branco rir.

Resultado de imagem para superstoreFalei que ia citar outro asiático com trejeitos afeminados e com ares de estilo alternativo, mas citarei dois. Two Broke Girls (2011-2017), tinha lá o gerente da lanchonete onde as protagonistas trabalhavam, Han. E em Superstore, temos Mateo. A série começou em 2015 e ainda está sendo produzida. Bem atual, né? E aí, ainda acha que de Friends pra cá tem tanto tempo assim, quando se considera o passar dos anos em sequência e não empacotado num box de dvd empoeirado apoiando o celular passando Netflix?

Não é que não possa ter esse tipo de personagem, mas quero mostrar aqui que a representatividade, muitas vezes, é só uma muleta pra série passar por inclusiva e agregadora, mas estabelece apenas um enxerto e não uma situação que parecesse de fato natural naquele contexto. Mas não acabou, ainda, deixei a mais chamativa do momento por último, apesar de que tem muita coisa que já foi fala aqui, mas você já vai entender o porquê - que foi anunciada lá no começo.

The Big Bang Theory, finalmente, vai acabar. Graças! A série até tem lá seus momentos de risos, boas sacadas do universo nerd, mas é uma porcaria de um bullying visto pelo lado de dentro da janela, né? Convenhamos, a protagonista mesmo é a Penny, que olha de fora e faz o deboche com aquele mundo recluso da cultura pop/nerd. E com o tempo, a série foi perdendo o pouco apelo original, da pegada científica e tals pra ser só um monte de piadas pejorativas contadas pelos próprios alvos delas (Stuart, argh!).

Resultado de imagem para the big bang theoryMas a situação da comédia (trocadilho bom, hein!) é que seguiu o modelo Friends de ser. Deixe tudo de lado e dê foco nas relações. E é aquilo, virou uma grande terapia de casais brancos, piadas preconceituosas, pais desajustados, mother issues, um montão de contradições de roteiro, estereótipos de pessoas socialmente arredias e a única mulher do elenco original que não tem um sobrenome até que se casa com o protagonista josé mayer dos nerds e adota seu sobrenome.

Bem, a série é do Chuck Lorre e você já deve ter reparado que suas obras sempre começam com meia dúzia de episódios com uma ideia minimamente original e tudo descamba para as piadas de sexo, bebidas, drogas, amarguras familiares e o fatal momento da lição de amizade ao fim do episódio. Sério, assista a qualquer coisa de Two and a Half Men, Mom, Mike & Molly, além da própria TBBT. Que, aliás, voltando, ao tema, conseguiu seguir tanto a fórmula de Friends que ou você admite que esse papo de outra época não cola ou estamos ainda em 1994, quando tudo era, supostamente, diferente.

Veja, os negros da série são tipo Raj (ou o paquistanês Timmy, de Rules of Engagement - 2007 - 2013). Só aparecem pra servirem de piada racista naquela fórmula de tentar soar menos escroto se o alvo é seu amigo. É aquele bullying que tenta te convencer que as risadas são COM você e não DE você. E porque mais a chefe dos protagonistas, negra, aparece? Sheldon, por exemplo, que já deixou de ser o antissocial pra ser apenas um cara arrogante, faz comentários racistas o tempo todo perto dela.

Olha que 'legal', numa série que conseguiu repetir a mesma atriz negra em três personagens recepcionistas/enfermeira diferentes ao longo da série, dá a outra um personagem fixo em um cargo de chefia apenas para ela ser alvo de chacota. Ou seja, o protagonista está fazendo uma piada babaca, a plateia gravada está rindo pra te induzir a rir dela. Repare, que o nerd é alvo de preconceito, a série reforça esse preconceito e outros.

Enfim, é isso, e olha que não citei muitas outras séries com pouca ou nenhuma representatividade (lembrando que negros estarem presentes não significa representatividade, muitas vezes estamos representando o racismo reforçado). Muitas dessas série internacionais são feitas pelo branco, visto que nos EUAses as etnias são bem definidas, diferente da miscigenação que aconteceu aqui no brasil. Isso explica que lá tenha o público alvo branco e o público alvo preto, latino, asiático, etc. Agora não explica aqui no Brasil, onde a maioria da população é preta/parda e não se vê na tela. Assista Toma Lá Dá Cá, Pé na Cova, o já citado Sai de Baixo, novelas em geral, programas de TV, etc...

Por lá, veja também Mad About You, Blossom, Seinfeld (que inclusive tem um episódio onde George resolve provar que não é racista e tenta fazer amizade com todos os negros que já participaram da série e leva um detetizador para almoçar com seu chefe também negro), Supernatural, etc... E repare que citei séries de 1994 até hoje. Séries duraram 10 anos ou mais, que atravessaram épocas e nunca tiveram a sacada de falar 'ei, vamos fazer algo novo e incluir tipos diferentes do branco médio'. Até acontece no modelo minoria, tipo Donald Glover em Community ou Iris West em Flash, bem inseridos no universo branco, mas se falarem que é de uma época quando praticamente não soava errado, Um Maluco no Pedaço (Will Smith) é de 1992 e The Cosby Show é de uma década anterior. Enquanto aqui o negro só aparece em alguma quantidade se a novela tratar de escravidão, porque até favela é branca na telinha.

Então, quando vemos o negro de forma periférica em obras que representam uma sociedade que ele ergueu à força pro branco viver, sim, isso incomoda. Já cansamos desse lugar sem background, sem vida, sem família, sem romance, enfim, sem ser visto como um cidadão completo e não o empregado pra transar e abrir portas e servir café.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

The Big Bang Theory envelhece mal e passou muito da hora de acabar

Resultado de imagem para the big bang theory chato

The Big Bang Theory é um marco na TV mundial. Ponto. Mas está muito longe de ser algo perfeito, nem mesmo irrepreensível.

O primeiro choque que tive, foi quando a série, ainda em suas primeiras temporadas, me foi apresentada como 'a sua cara', nerd que sou, desde os tempos em que isso era uma droga, um mundo paralelo dos anti-sociais e adoradores de culturas fora do padrão pop da sociedade.

Pois bem, fui assistir e gostei de muita coisa ali. Ok, teve muito clichê de tevê estadunidense, como as idas e vindas irritantes do casal principal, o integrante da galera que não é branco e vira alvo de piadas racistas, os exageros das características mais marcantes de cada personagem...

Sério, a falta de sentido no casal Penny-Leonard me fez pegar implicância e torcer pra que ficassem separados, era muito mais interessante pra mim que fossem um ex-casal mal resolvido, porém que se ama do que aquela rotina Ted-Robin, de How I Met Your Mother, ou ainda o primordial 'Ross-Rachel', de Friends. Detesto do fundo do coração essa 'muleta' de roteiro que é o casal que fica se desencontrando.

A caricaturização dos personagens também não me apetece. A partir do momento que se viu o sucesso da falta de traquejo social do Sheldon, ele passou a falar 'bazinga' até pra dar bom dia. As batidas na porta deixaram de ser um TOC pra ser uma mania. E nem vou falar em como ele perde toda a coerência quando o roteiro manda que seja um retardado mental diante de piadas dos amigos ou faz as vezes de um 'vilão' arrogante, sendo desprezado pelos amigos. Hoje, confortável e meio de saco cheio, Jim Parsons apenas interpreta ele mesmo.

Note como Sheldon deixou de ser o frio, calculista, porém irritantemente brilhante amigo da ponta do sofá para um afetado vizinho chato e cheio de manias. Há quanto tempo você notou que os próprios atores já estão com cara de 'velhinhos', do tipo, cansados dos papéis, mas ainda querendo manter o contracheque. Parsons que foi o responsável pelo anúncio do fim da série. Imagine se ele não se cansa da coisa, quanto tempo mais iam explorar o público cativo em nome de uma série que foi inovadora e fez seu nome há 10 anos, e hoje é apenas rentável.

Por fim, não posso deixar de dizer que tudo passa (até Jim Parsons - Rá - horrível essa) e toda série tem lá seu momento de pouca inspiração (menos Seinfeld, a única comédia que não apelou para romances e caricaturas que desviassem do foco), mas o que me incomoda mesmo em TBBT é justamente o que muitos acham que é seu charme e até seu mote.

Explico: Não é uma série nerd. Juntaram um monte de clichês do senso comum e forçaram a amizade. É um Friends composto por uma dúzia de 'Ross' e algumas 'Rachel'. Não bastava eles serem cientistas, ainda são aficcionados por cultura pop, amam Star Trek, Star Wars e todas as séries de ficção científica e metade do tempo não sabiam como se portar em público. Ou seja, é como assistir um filme dos anos 80/90 composto apenas pelo núcleo de humor. Mas não é nerd. Ou melhor, é nerd, mas não é um elogio, é condescendente.

Basicamente, a série trabalha com o mundo nerd mas pelo prisma de que não é nerd. Vivemos num momento da sociedade que não existe mais o nerd. Porque, por exemplo, aquele tipo ligado em tecnologia, filmes e séries, quadrinhos e ciências, que era o nerd, hoje é qualquer um. Todo mundo fica ligado no novo celular/TV/PC, etc... todo mundo tem e não tem traquejo social, devido aos facebooks, instagrams e whatsapps da vida... tendeu? todo mundo hoje tem as características que apontavam facilmente para os nerds de 20, 30 anos atrás.

Então, a série mostra um mundo pouco conhecido e injustiçado, certo? ERRADO! A série faz piadas frequentemente com a falta de vida social e mostra os protagonistas como pobres coitados fora do mundo real, vivendo como se acreditassem nas histórias que assistem e leem. Toda hora sobram piadas ridicularizando o nerd, como se fosse o máximo viver da cultura padrão pop. Community era muito mais nerd na essência (lembra do episódio feito em CGI ou aquele que a história se passa como um jogo de 32 bits?). TBBT é apenas mais um Friends, aquela série que rende, dura muito, poderia ter acabado como uma pérola há mais de 5 anos, mas o dinheiro que dá é maior que a dignidade artística e o mundo é de quem paga boletos em dia.

Não foi de todo ruim, mas não acho essa pressão toda de boa. É uma série ok, que foi se modificando conforme o mercado respondia, como qualquer produto, deu pra deixar seu nome na história televisiva gringa, mas não se mostrou o que tentou vender. Mas como fazer série ainda não mata, então o mundo permite essas coisas do marketing. O desgaste depois que apelou-se pra fórmula mais rentável é natural. Quem não lembra de Smal(hação)lville e suas intermináveis temporadas que iam a lugar algum? Ou a atual Supernatural que é mais velha que parte de sua audiência? Mais do mesmo. Só quem lucra com isso que tá amando (o dinheiro, não a produção).

Enfim, é coisa do Chuck Lorre também, né? Ele é mestre em fazer produções de gosto duvidoso que não mantém a coerência nem na primeira temporada. Vamos aos exemplos? Além de TBBT, são dele Mike & Molly, Mom e a supervalorizada Two and a Half Men. O que têm em comum? São produções com um mote original e criativo, mas que parece já planejado pra virar um amontoado de piadas repetitivas e recicladas assim que cham a atenção do público.

Se você, como eu, já assistiu regularmente a todas as séries citadas, já percebeu a repetição de piadas sobre sexo, problemas de relacionamento com os pais (e entre os pais), bebedeiras e momentos sincerão seguidos de vômito, ressaca, gordofobia, exclusão e estereótipos de negros e gays tarados, além de, porque não, peidos. Até alguns atores circulam nos mais diversos papéis, mostrando que nem os roteiros e nem os testes de atores variam muito. É como assistir à obra de Adam Sandler. Mais do mesmo, que às vezes nos pega desprevenidos e acabamos dando uma risada ou outra.

Vá em paz, The Big Bang Theory! Os atores já estão murchando pela idade, não tá convencendo mais como um grupo de amigos que não se desgruda. Ainda agem como os originais de 12 anos atrás, quando Jim Parsons já tinha uns 40 anos no papel de um cientista de 27. Sheldon casando e ainda usando camisas sobrepostas de super heróis é estranho como Roberto Bolaños fazendo o Chaves com mais de 60. Chega! Tem uma hora que tem que parar e partir pra outra.

Os roteiros ficam dando voltas, toda hora as situações são recicladas com atores diferentes (as já citadas idas e vindas, as situações de relacionamentos, empregos, trewta com os pais, etc), além das incongruências, como Sheldon viver falando que seu pai era um bronco bêbado e mal educado, ao passo que na série Young Sheldon ele é apenas um pai dedicado que está aprendendo a lidar com o filho gênio. Mas sobre isso eu falo mais em um outro texto.

Ps: Gosto muito do modo como Raj evoluiu no momento em que percebeu que vivia numa relação tóxica com Howard. E o próprio Howard, evoluindo e deixando de ser o filhinho da mamãe, apesar de isso ter tirado um pouco de sua graça, mas é mais coisa da série do que do personagem especificamente. E Leonard, você não sabia nem falar com a Penny e depois passou a ser disputado por Penny, Pryia e ainda pegando outras no processo... Sai dessa, você não é o Zé Mayer. Rá!

Ps²: Chuck Lorre não deve conhecer muitos negros para fazerem pontas em seus dramas de gente branca. E o Raj, então, coitado...

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Voto 13 estratégico 2018


Imagem relacionada
Porque eu não sou petista, mas sou Haddad 13, neste segundo turno?
(Por Fernando Sagatiba Saga)

Porque ao contrário de uma dúzia de entendido que só acompanha politica pelo zap, a ciência política que ja estudo e observo há pouco mais de dez anos, me fazem observar e lembrar de como
caminhou até aqui a jovem democracia brasileira (que bênção na vida a sociologia, antropologia, psicologia e outras co-irmãs da família Comunicação Social).

Durante o governo federal encabeçado pelo PT, nunca houve tanto desenvolvimento em tecnologia (é, seu smart e seu zap não vieram das mãos da mãe natureza) e o acesso a ela. O produto interno bruto aumentou, inflação estancou em menor percentual... E ainda tem gente garoteando dizendo que o PT afundou o país. Tava lindão antes, né?

Erros? Sim, o partido cometeu e não foram poucos. Mas nem de longe se compara ao outro lado, que se faz de família, mas tem registrado aí falas violentas e hostis a mulheres, negros, gays, favelado, etc. Antes um governo imperfeito que diminua o desemprego do que um hipócrita que vende a alma por voto de crente e defende tortura e ditadura.

Ciro e PDT já declararam seu posicionamento: Haddad 13.
#ELENÃO
Não vou me prolongar (mais?!), só declaro meu voto, embora secreto por direito, em meu xará, Fernando Haddad (13), pprque não é vergonha votar estrategicamente. Muito respeito e amor por quem está até saindo do nulo de revolta para o 13 estratégico.

Politica é um jogo de xadrez, tem que se pensar dois movimentos a frente e falando de Brasil, Haddad é passo para o futuro, o outro é cinco pra idade da pedra.

Vamos ficar atentos ao horário tb. Vote 13, porque depois das 16h tudo estará acabado. Ra.
E nem adiantará criticar o governo por internet porque só numa democracia isso é possível.

Programas sociais são comunismo ou capitalismo?

Resultado de imagem para programas sociais

De vez em quando eu vejo uns compartilhamentos do tipo 'esse era o governo do PT, usando dinheiro público pra investir em serviços pra população. Meu dinheiro e o seu usado pra bancar pobre'...

Manowwww.... Se o dinheiro é PÚBLICO nada mais certo do que ser usado para o POVO. Que o rico ache um absurdo, eu entendo, porque eles querem manter sua exclusividade de privilégios e o pobre tendo acesso a bons serviços faz o playboy perceber que não é melhor do que ninguém só porque tem dinheiro...

Mas pobre achando que governo usar dinheiro público em serviços sociais é 'comunismo'... vou te falar... comunismo não teria disputa por dinheiro, seria o serviço prestado e dividido por todos.

Se tem dinheiro em troca de serviço e o governo apenas seguiu a Constituição Federal... isso é capitalismo mesmo, só que não tão desigual e selvagem quanto o pobre metido a rico acha que é.

Nada é mais capitalista do que investir dinheiro numa enorme parcela da população pra que tenha condições de continuar trabalhando e sustentando esse país e sua minoria rica.

Pior é classe média achando que tem que defender o lado do rico, crente que vai ganhar alguma coisa se o pobre voltar pra miséria que estava até 2003.

É uma questão de lógica, se o pobre estiver afundado na lama, adivinha que camada da sociedade estará logo depois na alça de mira pra servir de toco pro rico não sujar o pé?

Pensa, desgraça, pensa!

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Comunismo é de cristo?

O comunismo é só uma teoria de sistema que, a bem da verdade, só pode ter sido puramente praticada em locais como quilombos, tribos, etc, porque o resto, quando observamos, é só uma forma diferente de capitalismo.

Agora, acumular riqueza e dominar a mente de grupos sociais para obedecerem cegamente e alimentá-los de fé e dinheiro não é sistema sócio-econômico... ou melhor, é e se chama capitalismo.

No entanto muita gente deturpa o sentido do cristianismo e acaba agindo mais como os vilões de seu livro sagrado do que como o herói.

Na verdade, a Europa empurrou sua religião pra cima dos países que invadiu como forma de dominação e apropriação. Fé é pra pobre, porque desde a era medieval que a ricaiada usa qualquer desculpa e/ou crendice pra convencer o pobre de que fé é o mais importante, enquanto eles ficam com o dinheiro todo.

Mas na essência do livro que escreveram, está lá o amor e a caridade acima de qualquer coisa. Eles praticam isso? Digo, os políticos que andam em roupas caras, templos acarpetados de nem gastar sapato e acúmulo de riqueza em sedes ostentativas? Em suma: Seguem o que pregam? Além de todo julgamento de quem é diferente do padrão retrógrado e conservador que defendem, justificando alianças bizarras entre igrejas e partidos políticos?

Aí é que a porca torce o rabo. Só falta mandar Jesus 'voltar pra Cuba'. Pegaram Jesus pra cristo. Rá! ;p

Powered By Blogger