Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

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quarta-feira, 9 de junho de 2021

Comedy Central não admite negros em seu elenco fixo?

 


Vamos falar de comédia. A comédia, assim como o rock, quando chega no Brasil, vira consumo e execução do branco classe média. Talvez por isso tanto comediante se sinta ofendido ao ser criticado por piadas com negros, gays, mulheres, nordestinos, mendigos e pobres de uma maneira geral, afinal, o que eles não podem fazer, né? Não estão acima da lei, do bem e do mal?

 

Aí, observo o canal Comedy Central e lembro que parei de assistir há uns 10 anos por só ver muito branco fazendo piada com pobre, claramente um universo que não conheciam, apenas reforçavam estereótipos e ponto. Mais crianção da turma do fundão do que engraçado. Me afastei. Sem contar a limitação criativa a story telling de sexo, drogas e uma pobreza que não viveram, mas como muitos estão com grana hoje, aí, é aquela forçada de superação pessoal que só a Marimar pra dar um tento. Falam do que podem, né, gente?

 

Aí, voltei a assistir, zapeando, por que reprisam séries negras (Will Smith, Michael Kyle e Chris) e até um especial de stand up de temática Black Power... e só. Se não for como visita, ou reprise gringa, não tem representatividade no canal. Veja os programas de elenco fixo as culpas do Cabral e da Carlota. Parece pré-requisito: Olha, tem que ser branco, hétero e cis. E não é por falta de comediantes negros não, hein. Como confirma o próprio especial Black (embora uns e outros ali e na pista nem se lembrem que são pretos).

 

Ah, eles estrearam, há pouco tempo, uma espécie de mesa redonda, onde tem um negro: O ex-jogador Vampeta. Mas essa participação não conta bem como representatividade, porque além de nunca ter abordado o assunto, o dito cujo está ali por ser ex-jogador e não um comediante, né?

 

Deveriam mudar o nome pra So White Comedy Central, ou Comedy So White.

Depois não vai estranhar quando um fizer piada racista e outros defenderem dizendo que ele não foi, porque em seu convívio, isso é super normal.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Mulher é presa por injúria racial, mas liberada após pagar fiança de mais de 2 mil reais no RJ

 


Ana Paula de Castro Batalha é o nome da ‘princesa’ que consumia no Baródromo (Maracanã) e, diante de uma conta errada, entregue por uma garçonete negra, xingou a mesma de ‘negra fedorenta’ e a acusou de tentar passar-lhe a perna.

Primeiro de tudo, o nome e a cara que tem que aparecer numa notícia de crime é a do criminoso e não da vítima, beleza? Então, preservo a funcionária. Mas a racista... foi presa. O bar publicou uma nota de repúdio, mas não é sobre isso que eu ia falar. É a partir disso.

A criminosa foi enquadrada por injúria racial que, ao contrário do racismo, tem fiança. Pagou mais de R$ 2.200,00 e saiu, depois de ter sido confrontada por clientes próximos, também negros, a quem ofereceu mais racismo e homofobia. Sobrou até pra outra funcionária (nordestina), ofendida com xenofobia. Quer dizer, um ser humano maravilhoso, né?

Mas a reflexão que lanço é a seguinte: Aquela turma que sai em defesa de branco, que acredita em racismo reverso... Agora estão em silêncio, percebe? Quem está quieto diante de coisas assim, que ocorrem todo dia, mas espera novembro pra dizer que somos todos humanos. Cadê?

O Brasil é um grande centro de gerenciamento de ‘síndrome de mucama’. Vê a negada levar no lombo toda hora e acha normal, justo até. Mas se um branco quebra uma unha, mel dels, vamos salvar essa alma injustiçada pela vida. Parabéns pela raiz bem germinada, Europa.

Fogo nos racistas. E todos os seus simpatizantes. Me empresta a manopla, Stark. Por essa causa, eu me sacrifico.

PÁ! Todos os racistas e simpatizantes correndo em chamas e a gente esguichando gasolina neles. Rá!


terça-feira, 29 de outubro de 2019

Fernanda Gentil diz respeitar homofobia e racismo, desde que não batam



Fernanda Gentil causou alvoroço alguns anos atrás quando se revelou homossexual e chegou a enfrentar a homofobia na internet de forma elegante, sutil, porém firme. Quem não lembra do: “Sapatão!”/“Oi, fala!” e de quando ela explicou que a criação de um filho não depende da sexualidade de quem o cria e sim do caráter que vai ser passado. Pô, eu achava isso de uma lindeza tamanha! Tava no mesmo nível de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank enfrentando racismo por ofensas sofridas pela filha. Só que o tempo passa e como diz Harvey Dent – umas mil vezes, em Batman: O Cavaleiro das Trevas – “Ou você morre cedo como herói ou vive o bastante pra se tornar um vilão”. Era algo assim, não lembro, mas estou divagando...

Digo, Tiago Leifert, por exemplo, parecia ser uma cara nova e legal no esporte da Globo, do tipo que falava não esquentar a cabeça com nada porque no ano seguinte, começava tudo de novo e não tinha porque brigar por time de futebol, por exemplo. Aí, ele começou a criticar atletas que levavam para os campos, quadras e pistas suas manifestações sociais. Pegou mal, já que um homem branco, rico e famoso não tem o direito de onde e quando negros devem fazer seus protestos pelo que sofrem na vida. Até porque, se esporte e política não se misturam, porque se canta o hino nacional antes de competições? Então, Tiaguito ainda aprontou mais. Criticou ferrenhamente participantes do BBB que levaram para a casa vigiada suas questões de militância até que passou a levar seu discurso aberto e pessoal de que ‘representatividade não leva a nada’ (te falei que ele só criticou os negros, né?). Já pensou se eu, homem, começasse a dizer às mulheres que exigir respeito e igualdade é perda de tempo? Que tipo de babaca tendencioso eu seria? Mas, graça Olodum, eu não! Já outros...

Então, Tiago não só foi grosseiro com uma jovem militante como usou argumentos fracos e pouco educados de que ela deveria falar dela e não de sua militância. Ela explicou bem que sua militância era por algo que fazia parte dela, que é ser negra. Mas o sinhozinho não gosta do descendente do povo escravizado no passado reclamando, né? Vai atrapalhar seu jogo de vídeo game. A cereja do bolo é que em uma edição seguinte, Leifert – lembra que ele era o descolado e cuca fresca há menos de dez anos? – elogiou uma vencedora do BBB com o discurso de que ela tinha coragem e coisas do tipo... A saber, era uma participante que passou a edição falando livremente que duvidava que um morador de favela não usasse drogas, que a religião afro era algo pra se temer ou que um playboy criminoso não o parecia por ser branco. Tiago defendeu a pessoa que falou isso na noite da premiação. Entendeu o padrão? Negros, calem-se e racistas, parabéns! Provavelmente as congratulações foram por ganharem dos negros.

Aí, aparece Fernanda Gentil e, recentemente, sem revelar em quem votou na última eleição presidencial, que ninguém vai impedi-la de usar essa ou aquela camisa (numa clara referência à camisa da CBF). Disse também que seu partido é o Brasil. Mas esse nem é o pior. Ela apoiar Luciano Huck (bolsominion assumido) em dizer que não votou no PT e nunca votaria? Tranquilo, o PT governou por um bom tempo e trouxe coisas boas e ruins, como toda administração, mas não é o único partido. E gente rica geralmente não vota em quem ajuda o pobre. Eles querem ajudar lá de suas salas confortáveis, prestando algum assistencialismo em troca de audiência, mas não querem um desenvolvimento social real. No apagar das câmeras, é só voltar à sua mansão e sua boa vida. Nada disso me incomoda tanto hoje... HOJE! Mas realmente me gerou inquietação ela, gay assumida, dizer que respeita quem acha beijo gay um crime e quem é racista, desde que o preconceituoso não agrida os alvos do seu ódio.

Existe um mundo de coisa errada nessa fala que, pra mim, é o mesmo que dizer ‘estupra, mas não mata’. Vou tentar enumerar as implicações de uma fala tão desastrada e condescendente com crimes de ódio:
1)      O primeiro e mais básico é que racismo e homofobia são crimes, portanto, você dizer que respeita, está, basicamente respeitando criminosos. É o mesmo que dizer que respeita sequestradores, traficantes, estelionatários, feminicidas e grande elenco.

2)      Ao dizer que entende essa galera, você embasa seus discursos que, no mínimo, podem começar com ‘a Fernanda Gentil concorda, então tá certo’, assim como usam negros comprados por racistas com ‘ele é negro e fala isso, então você que te errado’.

3)      Fernanda, pra ser realmente Gentil, precisa – URGENTEMENTE – entender que discurso de ódio também é crime e também afeta as pessoas. Só de ouvir ou ler alguma ofensa, ameaça, etc, o psicológico das pessoas fica afetado. Palavras também transmitem crimes. Veja que ameaçar alguém pode te levar pra cadeia pelo perigo que oferece à vítima.

4)      Já que falamos em palavras e vítimas, é muito fácil para ela defender o discurso de criminosos porque é branca, rica e famosa. Dificilmente ela sente o ódio violento físico. Ela não faz parte do grupo mais vulnerável, aquele que não vai adiantar pedir pra não apanhar. Tem gente morrendo aos montes na rua só por ser negra, só por ser gay.

Enfim, é isso. Não me interessa se ela votou no bolsomala ou se ela odeia o PT só porque sim. Mas validar discurso de ódio e tentar se passar por moralmente consciente ao pedir que ‘não vai bater’ é um desserviço à sociedade. Se era pra chamar atenção, valia muito mais o fazer em defesa e não ao respeitar que não respeita um grupo do qual ela mesma faz parte.

Às vezes, ao tentar ser isento demais, o ser humano comprova que defende o lado opressor. Mas tem vergonha de falar e receber críticas mais pesadas. Era melhor que ficasse quieta seguindo seu próprio conselho "é só não bater". Ela chegou a fazer uma retratação pelo Instagram. Não vou julgar, esse texto é uma reação à publicação que gerou a polêmica, mas o velho papo de que a edição desfavoreceu é aquilo, né? Sempre é possível, nem sempre provável. 



sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Maquiador recebe mensagens racistas por trabalhar com modelos negras


O maquiador Leonardo Gannancyr participou de um concurso na internet utilizando uma modelo negra e recebeu mensagens racistas de um outro maquiador, que tentou desqualificar seu trabalho alegando que maquiagem em pele negra não fica bem. A conversa foi registrada e a modelo, Luciana Villaça, publicou trechos.

Leonardo afirma que tem preferência em trabalhar com modelos negras e, para este concurso, proposto por uma maquiadora no Instagram, ele se dispôs a manter sua prioridade. O prêmio seria um kit de maquiagem profissional.

Mesmo diante da rejeição a negros por parte de outros maquiadores, Leonardo manteve sua personalidade e seus princípios inclusivos para a pele negra. Ele não ganhou o concurso, mas ficou satisfeito com o apoio que tem recebido.

O maquiador acredita que o colega de profissão que o agrediu com palavras racistas tenha visto seu contato em algum grupo de maquiadores onde ele divulgava sua participação no tal concurso. Aliás, o caso foi registrado na delegacia de Alcântara, São Gonçalo, onde uma advogada o orientou que trata-se de um crime de racismo e não injúria racial. a saber: A maioria dos crimes de racismo é convertido em injúria, porque a pena é menor e há direito à fiança, em caso de prisão.

Assim como disse a modelo, isso é digno de choque, mas não de surpresa. A gente tenta ficar bem e acreditar que isso não é comum de acontecer, mas é frequente esse tipo de porrada. E notamos rapidamente como são as duas abordagens dos racistas. De começo, eles chegam com cinismo tentando parecer que estão ajudando e diante da rejeição de seu 'aconselhamento', a máscara cai de vez e começam as ofensas diretas, como dizer que negros são sujos, por exemplo.



É impressionante como o negro incomodou tanto esse babaca a ponto de ele chamar alguém no privado do zap pra dizer que negro não pode estar onde ele acha que é dono. Não quer negros por perto, não quer negros com chance de vitória e, segundo Leonardo, ainda fez campanha difamatória para que a modelo negra perdesse o concurso. Lixo humano. Merecia ter o nome divulgado, assim como qualquer criminoso dos noticiários, pra todos saberem com quem estarão lidando ao se aproximar desse tipo. Infelizmente, em casos de racismo, só quem fica exposto com cara e nome é a vítima.


Fonte:

https://extra.globo.com/noticias/brasil/maquiador-vitima-de-racismo-por-usar-modelo-negra-em-concurso-24009605.html

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Paula do BBB19 é o retrato do Brasil racista velado

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A BBB Paula já falou que se surpreendeu por um cara que matou a namorada ser branco e não 'faveladão', já se surpreendeu por um colega de edição, morador de comunidade, não ser usuário de drogas (o que ela já admitiu ser, sendo branca e patricinha).

Já disse que 'deus é maior' ao afirmar ter medo de participantes dançando e falando em cultura afro e já disse que sofre racismo reverso sendo "denegrida" por ser loira. E sua irmã, aqui fora do programa, questionou as críticas 'racista ou realista?'. Pois bem... é racista mesmo, amore.

Mas do ponto de vista de como a sociedade é, onde gente próxima defende tanta coisa errada por qualquer pretexto sócio-político... Ela é uma fiel representante da sociedade bolsominion, onde se defende um deus e uma tradicional família brasileira que nunca existiu fora dos seriados estadunidenses antigos e a hipocrisia reina.

Não me surpreenderá se a referida patricinha ganhar o grande prêmio. Aqui nesse país, quem discrimina e segue o que o portuga ensinou por 500 anos leva a bolada.

Essa é uma legítima integrante da 'elite intelectual' que o ministro da educação falou que deve ter exclusividade no acesso ao ensino superior... Bem, um idiota desmiolado e amigo de miliciano pregou algo bem parecido ano passado e hoje é presidente, né? Tudo dá certo pra esses imbecis. Com caixa 2, fake news, mamadeira de piroca e lavagem de dinheiro no pacote.

E depois o babaca sou eu.

Fontes: https://extra.globo.com/tv-e-lazer/bbb/bbb-19-delegacia-de-crimes-raciais-delitos-de-intolerancia-abriu-inquerito-para-apurar-racismo-no-reality-23444024.html

https://capricho.abril.com.br/vida-real/paula-sperling-do-bbb19-e-o-triste-retrato-do-brasil-racista-e-enrustido/

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Flavio Rico e o politicamente correto

Existe uma questão que quando começou a se popularizar na boca da galera, já nesses tempos em que a internet no celular , pra muitos, é fonte incontestável da verdade, não teve o devido desenvolvimento conceitual e já foi tão banalizado que as pessoas que ainda usam o termo, não fazem ideia de como explicar ao certo o que significa. Eu vou tentar dar (UIA!) meu parecer.

Primeiramente fora temer,  estabelecendo o mote deste texto: O blogueiro Flávio Rico, muito experiente no ramo televisivo, tendo trabalhado em grandes emissoras de hoje e de outrora, já deixou claro, em seu blog, que não viu racismo na declaração 'é coisa de preto', de William Waack. Tendo defendido, inclusive, que houve um exagero, que conhecendo o jornalista há muitos anos, ele não teria demonstrado racismo, apenas um mal entendido que, segundo Rico, seria só uma questão de um pedido de desculpas público e segue o baile.

Não apenas isso, Rico esteve recentemente no Altas Horas e foi perguntado por um jovem da plateia sobre o que ele achava do 'politicamente correto', sendo respondido prontamente com um 'muito chato'. E é aí que eu começo a fazer das minhas e vou discorrer sobre o assunto com uma análise do lado que sofre o racismo e que não se vê na TV em 95% das situações mostradas. Vamos lá? Vamos.

A começar pela defesa de William Waack, ele defendeu de forma mais amena (e igualmente corporativista) um argumento que Rachel Sheherazade falou. Segundo a moça que defende linchamentos e justiçagens de playboys delinquentes, Waack foi vítima do 'hipocritamente correto', numa nítida alusão ao termo que, hoje, sem muita descrição conceitual, significa, pra 'eles', ter que segurar a língua pra não falar besteira e tocar um processo. Ou seja, neste caso, demonstra ser "Flávio Rico = Sheherazade". Ponto muuuito contra ele, mas prossigamos.

William Waack, pra quem ficou por fora no fim do ano passado, foi filmado - e vazado - declarando ser 'coisa de preto' quando alguém passa na rua buzinando, incomodando sua atuação no estúdio de jornalismo. Essa atitude, para Rico, não é racismo e por quê? Porque eles se conhecem há décadas e nesse tempo de amizade, ele nunca viu racismo da parte do amigo de olheiras. Oras, se você nunca reparou racismo nele em décadas, só pode significar duas coisas: Ou você é tão racista quanto ele e lhe parece normal atribuir julgamentos e comentários pejorativos a nós, negros (e sabe lá mais quem); ou você pode até ter se surpreendido só agora, mas não isenta 'é coisa de preto' de ser racista.

Ou foi enganado por muito tempo, ou foi distraído por muito tempo. Mas o que vai te ajudar, leitor internauta amigo, a formar sua opinião, vai ser o seguinte: Aquele 'muito chato' que Rico respondeu pode ser interpretado até como uma crítica justa, porque existe muita coisa aí que é exagero e moralismo (que sempre é falso, no máximo, hipócrita). Primeiro, a gente tem que entender que 'politicamente correto' é um termo antigo e significava, basicamente, fazer o tipo 'piada de salão', ser moralmente adequado ao contexto geral da sociedade.

De uns anos pra cá, principalmente no humor, algumas pessoas forçaram tanto a barra, que o termo 'politicamente correto' passou a se chamar de 'patrulha', como se fosse uma perseguição aos 'pobres coitados' comediantes que só queriam fazer suas piadas preconceituosas sem serem processados. Dito isso, o que Flávio Rico quis dizer com 'muito chato'? Bem, no complemento de sua resposta, ele falou que era muito chato ter que ficar se policiando sobre o que falar, pra não dar confusão lá na frente...

Então, eu, particularmente, concluo que o que incomoda a ele é o mesmo que incomoda a Danilo Gentili ou Rachel Sheherazade, por exemplo... É um cara branco, rico (perdão pelo trocadilho) que trabalha num meio onde uns 90% dos contratados e privilegiados são brancos e ricos, sendo que esse meio trabalha sustentado pela maioria negra/parda da sociedade. Deve ser muito chato pra esses caras quererem tornar públicas suas piadas internas preconceituosas e se verem diante de um paredão de opiniões opostas. Pra eles, é patrulha, pra gente é justiça.

Antes de fazer minha reflexão conclusiva, deixa eu dizer o que seria, de fato, politicamente correto: Seria ser parte do grupo que defende os costumes do senso comum, o 'moralista', aquele que quer tudo tão certinho que chega a ser forçado, correto? Então, meus amigos, pra mim, quem realmente tenta manter os costumes como sempre foram há décadas, séculos, é justamente essa turma do preconceito aí, que quer estar acima do bem e do mal pra falar e ofender quem quiser, sem se importar com sentimentos alheios. Na minha visão, ELES deveriam ser chamados de politicamente corretos. O que fazemos ao nos tornarmos militantes de causas sociais, é justamente propor e promover a revolução dos costumes que atrasam a sociedade, buscando mudanças mais justas para todos.

Enfim, defender uma atitude racista já é se tornar, no mínimo, cúmplice, pois racismo é crime, não é só uma opinião. Aliás, crime e desvio de caráter, pois se a opinião carrega essa ideologia cruel e retrógrada, além de criminoso, boa gente não é... não para negros. E se um homem branco e rico acha que o politicamente correto é chato, só pode estar incomodado com a falta de liberdade absoluta de expressão... Sem perceber - ironicamente tendo experiência de anos na TV - qual o limite da comunicação.

E quando um cara - com tantos anos na TV - acha chato ter que escolher melhor o conteúdo que vai publicar, ou ele não é tão bom assim ou ele é tão preconceituoso que não poder ofender um grupo socialmente oprimido lhe causa urticária. Não sabe filtrar pra se expressar ou é do mal. Se não vai falar com respeito aos outros, se não se coloca no lugar do outro pra entender o que ofende, então era melhor abandonar esse meio e fazer alguma outra coisa pra viver, que não dependa de informar coisas ao público.

"Nada descreve melhor o caráter dos homens do que aquilo que eles acham ridículo." - Johann Goethe.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

William Waack é oficialmente demitido da Rede Globo por comentário racista



Então, aconteceu o que já era pra ter acontecido. Willian Waack demitido oficialmente da Rede Globo, após um vídeo de bastidores vazado em que o ‘jornalista’ emite comentário racista. Em comunicado oficial, assinado pelo próprio Waack e pelo manda-chuva do jornalismo de lá, Ali Kamel, a emissora se diz contra racismo ezzZZZZZZZ.... toda aquela conversa que eles mandam mais como formalidade do que outra coisa. É como um deputado chamar o outro de excelência e logo antes ou logo depois, chamar o cara de safado, saca? Só fala pra amenizar a bomba, mas não é o que fala seu coração. Falsidade, politicagem, chame do que quiser, é babaca de qualquer forma e a gente não se engana.

Mas como eu não to aqui pra tapar esgoto aberto com lenço perfumado, vamos observar o tom da hipocrisia dessa atitude meramente política. Vamos? Vamos. Primeiro, o vídeo:


Agora, o tal comunicado:

"Em relação ao vídeo que circulou na internet a partir do dia 8 de novembro de 2017, William Waack reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais.Repudia de forma absoluta o racismo, nunca compactuou com esse sentimento abjeto e sempre lutou por uma sociedade inclusiva e que respeite as diferenças.Pede desculpas a quem se sentiu ofendido, pois todos merecem o seu respeito.

A TV GLOBO e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham.A TV GLOBO reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações.E reitera a excelência profissional de Waack e a imensa contribuição dele ao jornalismo da TV GLOBO e ao brasileiro.E a ele agradece os anos de colaboração".



Agora, vamos analisar, sabendo que a coisa foi escrita pelo jornalismo que vem ditando o certo e o errado há mais de 5 décadas no país de forma áudio-visual. Ou seja, enquanto jornalista formado, estou bem vacinado pra palavras bonitas e nem espírito natalino compreensivo se espera de mim, já que nem sou dado a essas religiosidades, muito menos hipocrisias sócio-comerciais pra me tornar legal apenas em dezembro. Vamos lá(rrr).

“(...) William Waack reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais”. Como assim, nem ali e em nenhum outro momento? Ele xinga alguém que buzinou grosseira
mente próximo ao estúdio (até aí, eu xingaria também, pois buzina não resolve nada, só irrita). Mas, gratuitamente, ele atribui o ato deselegante a ‘preto’, numa certeza de que somente uma pessoa negra faria aquilo que causaria inveja a qualquer cartomante, dado o poder de dedução e adivinhação, pra não dizer perseguição também, pois o que a raça negra fez a ele pra gerar esse ódio e desprezo? Foi ali e deve ter sido em outros momentos sim, já que quem pensa assim não o pensa só uma vez. Seguindo...

“Repudia de forma absoluta o racismo, nunca compactuou com esse sentimento abjeto e sempre lutou por uma sociedade inclusiva e que respeite as diferenças.Pede desculpas a quem se sentiu ofendido, pois todos merecem o seu respeito”. Repudia negros, na tradução, né? Sempre lutou por uma sociedade inclusiva dele e da turma que o defende, que provavelmente, pensa igual e não apenas defende um amiguinho. Quem defende racismo, está defendendo a si mesmo, com medo de ser o próximo denunciado a levar um flagra. Já até escrevi aqui mesmo no blog outros momentos de ‘glória’ de Sr. Waack, como quando atribuiu o assassinato do guitarrista Dimmebag Darrel à ‘violência que seu próprio heavy metal incita’, ou seja, preconceituoso e metido a moralista.


Diego Rocha.
Depois, o segundo parágrafo todo é uma confirmação das mentiras do primeiro, e dando aquela aquecida de pano, dizendo do valor profissional do cara e a suposta política de inclusão de diversidade cultural da emissora. Sobre isso, olha, melhorou muito pra comunidade negra desde A Cabana do Pai Tomáz, quando a protagonista negra tinha seu nome preterido por brancas apenas porque a emissora achava que ia afastar o público (diante do silêncio de todos os seus colegas; e da própria emissora, diante do patrocinador)... Mas é só ligar a TV que a gente vê que a emissora não tem 10% de negros em suas produções. Protagonistas, então, nem pensar. Raridades até quando o contexto retrata classes mais pobres (onde somos maioria certa, por reflexo do pós-escravidão, mas falo disso outra hora).

Conclusão: Bem feito pro Waack, pois racismo é crime e se não for processado, ao menos levou um chute elegante no... trabalho (Rá!). E parabéns a Diego Rocha Pereira, ex-operador de VT que divulgou o flagra. Se teve receio de perder o emprego antes, tendo sido demitido num corte de pessoal posterior (olha a barca!), fez mais do que certo em externar a ofensa sofrida ao viralizar esse lixo de racismo. Não, a ofensa não foi direcionada a ele pessoalmente, mas quando se fala assim, ofendem a todos nós, nos atribuindo um juízo de valor pejorativo e, o pior, com um sorriso triunfante no rosto.

Diego Rocha, o divulgador do vídeo-chave.
Não tem essa de ser bom jornalista. Você perdoaria o Maníaco do Parque porque era um bom patinador? Se você releva um crime por amizade, ou por admiração, então, você é cúmplice. Talvez, até seria o próprio criminoso. Só não foi flagrado. Ainda. Imagina quantos não estão se borrando agora com esse medo. Meu professor de radiojornalismo, Alexandre Ferreira, da Rádio Globo, diga-se, sempre nos alertou para os cuidados com o que se fala num estúdio, seja por gravação ou por transmissão ao vivo.  

P.S.: Ali Kamel, o diretor Thanos do jornalismo global, possui um livro chamado 'Não Somos Racistas'. Daí, a hipocrisia explodindo na ponta do nariz, daí, ele torcer esse mesmo nariz para nós, ramificações do Movimento Negro Unificado.

P.S.: Acho que ele quis dizer 'NÓS Somos Racistas', mas todo racista sabe que é crime, então se esconde nessas falsidades, pois o sistema os apoia e lhes dá o benefício da dúvida.

Fontes:

https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2017/12/22/apos-comentario-racista-william-waack-e-demitido-da-globo.htm

https://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br/2017/11/09/nao-postei-antes-por-medo-de-ser-demitido-diz-editor-do-video-com-waack/


sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Homem rebate atitude racista e recebe aplausos



Sabe aquelas atitudes de rebeldia contra o racismo que de tão simples e diretas chegam a ser desconcertantes? Do tipo que a gente fica entre o êxtase e o “caraça! Queria estar lá, se não pra fazer, pelo menos pra presenciar e abraçar o irmão”.

O que aconteceu

Emmit Eclass Walker, nosso herói negro representativo do momento, estava lá na fila do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, Washington, esperando numa fila pré-embarque para a República Dominicana, onde passaria seu aniversário, quando surge uma moça branca cuspindo racismo e classismo como um cão com hidrofobia. Mas a(s) resposta(s) que ele deu... Olha, vou reproduzir, em tradução livre, o diálogo que Emmit reportou em seu Facebook, porque não teria graça apenas contar no que deu:


Ela: Com licença, acredito que você esteja no lugar errado. Você precisa nos deixar passar. Esta fila é de embarque prioritário.

Emmit: Prioridade significa Primeira classe, certo?

Ela: Sim... agora, me dê licença. Eles vão chamar vocês todos quando nós embarcarmos.

Emmit: (esfreguei meu cartão de embarque na cara dela) Pode relaxar, dona, estou no lugar certo e há mais tempo. Então, você pode embarcar depois de mim.



Ela: (insistentemente) Deve ser militar ou coisa assim, mas nós pagamos pelos nossos assentos, ainda assim, você deveria esperar.

Emmit: (também insiste) Que nada, sou muito grande pra forças armadas. Sou só um preto com dinheiro!




Todos na fila de pré-embarque começaram a aplaudir. (risos)



Percebe a audácia do racista? Ele acha infantilmente que tem que ser o privilegiado. Não conseguindo de primeira, apela pro senso comum de que o negro está em alguma condição de assistencialismo social. E, em último caso, simplesmente acha que deve ter o privilégio de qualquer forma. É dessas pessoas que acham ainda que o lugar do negro é no fundo dos ônibus estadunidenses.


Enfim, palmas, muitas palmas, para Emmit Walker e que venham mais exemplos às redes, porque reagir e responder a um racista é coisa pra se viralizar e servir de exemplo pros nossos, pra responderem com firmeza e sem nervosismo, e pra eles, pra saberem o que os espera quando abrirem o falador pra destilar racismo. Estaremos preparados. 

Enquanto isso... keep Walker!





Fontes:

https://www.bet.com/news/national/2017/12/06/this-man-s-viral-clapback-at-a-white-woman-who-tried-to-tell-him.html?linkId=45586106

https://www.facebook.com/emmit.walker?hc_ref=ARRjr-4I_07R9qQ7LHPf-tirgVt90sy-uevbOhQRi-jk4qfWoPDXe8Vt6lEKoTeeLrs&fref=nf

https://oglobo.globo.com/sociedade/americano-negro-rebate-com-estilo-mulher-que-questionou-por-estar-na-fila-da-primeira-classe-1-22162405

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A linda negra Titi contra a abominável socialite inútil



Tem gente que acredita que o problema no Brasil não é racial e sim, social... Bem, eu já escrevi aqui várias vezes que se vivemos em sociedade, todo TODO problema que afete um grupo inteiro dessa sociedade, É NECESSARIAMENTE um problema social. E o racismo existe aqui desde que o primeiro português pisou nessa terra. Primeiro, foram os nativos daqui, chamados vulgarmente de índios, e depois com o negro, já que o povo africano não veio pra cá em férias ou pra buscar oportunidades de emprego na região administrativa mais próxima. Veio pra cá escravizado, ou melhor, foi sequestrado pra cá para trabalhos forçados e todo tipo de violência física, psicológica e ideológica existente.

Dito isso, vamos ao assunto principal: Titi. A filha adotiva do casal branco global Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbanck. Essa última ocorrência (falo assim, porque racismo é crime previsto em lei) de uma socialite qualquer aí, ofendendo a menina em sua negritude, é só a mais recente (até o momento). Lembro que cheguei a escrever um texto duvidando da autenticidade de Giovanna em fazer uma matéria para o Domingão do Faustão no Malawi, África. Duvidei da emoção toda com as crianças, o que me soou demagogia ou aquela emoção que você tem fora e não leva pra casa. Fica meu solene pedido de desculpas por isso, afinal, vemos tantos brancos ‘bem intencionados’, mas que não nos respeitam, tratando da própria imagem de bonzinho (quando acontece) que fiquei com os dois pés atrás.

Aí, o casal adotou uma menina que participou da tal matéria e eu pensei: “É, me ferrei nessa, mas gostei!”. Gostei porque eu já tinha a plena noção de que isso ia acontecer. Uma menina negra adotada por brancos famosos... Já teve de um tudo nesses últimos 2 anos. Teve gente pra dizer que eles são lindos demais pra adotar uma ‘negrinha’, que a criança deveria ser ao menos brasileira e outras baboseiras ofensivas. O que Titi vem sofrendo nos 2 anos que vive aqui no Brasil é o que todos nós, da melanina acentuada, vivemos todos os dias de todos os anos de nossa vida. 

Voltando um pouco ao lance do ‘problema social’, muita gente acha que o Pelé, por exemplo, não sofre racismo porque é rico e famoso... Mas sabemos que não é bem assim, né? Veja Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão), Barack Obama (aquele mesmo) e a própria Titi. Gente rica e famosa que sofre racismo, porque o ódio não está na classe social ou no recheio da carteira/conta bancária, está no ranço social histórico de que o negro é feito pra ser menos, pra ser o serviçal, ou no máximo, o braço forte e o esportista/artista talentoso (pra ser roubado na apropriação cultural branca que nos rouba pra ganhar dinheiro, diga-se).

Mas a coisa toda ganha ares bem mais graves quando acontece com um famoso. Quando somos nós, pretos pobres, periféricos falando, somos os neuróticos, os ‘malcolm x’, ouvimos coisas do tipo  ‘vocês veem racismo em tudo’, ‘é só uma opinião’ e essas besteiras de quem nitidamente tá defendendo o racista ou por ignorâncias ou por má fé. Agora, quando é com a filha de um famoso, um lindão colírio capricho global, aí a coisa muda. Até quem nem sabe o conceito de racismo diz que ‘é um absurdo em pleno século 21 ainda ter racismo’, como se racismo fosse uma moda que passa. Racismo é a estrutura da sociedade, desde que trouxeram negros escravizados, desde que ‘libertaram’ os negros escravizados, mas não levantaram um dedo pra inseri-los nas sociedade como cidadão, desde que esses negros largados ao deus dará, formaram moradias irregulares, chamadas depois de favelas, desde que o governo promoveu a expulsão dessa camada da sociedade dos centros urbanos pra periferias e subúrbios... enfim, tendeu, né?

Mas não estou reclamando, só acho irônico que precise ser com a filha de um casal famoso pra ter noticiário amplo. No dia a dia, saem notícias como essa frequentemente na internet, nos facebooks e blogs da vida... Nem precisa procurar tanto. E se pensarmos nas vezes que isso acontece no cotidiano... Olha, esse povo defensor da igualdade de ocasião ficaria tão enojado que até poderia abandonar a causa pra não ter que ver isso. Mas, ei, nós não temos essa opção, certo? Mesmo que ignoremos, vamos passar por isso na pele. E vejo com bons olhos que pelo menos o branco defendendo a filha preta ganhe visibilidade. Do jeito que estou calejado, ainda desconfio que futuramente isso vá virar uma parte blindada, tipo, o único espaço onde vão noticiar, deixando o preto do ‘todo dia’ escondido. Ainda mais a globo, onde um diretor de jornalismo conseguiu produzir um livro chamado ‘não somos racistas’. Como fica sua cara agora, Ali Kamel? Percebeu o mundo à sua volta? Vai parar de ignorar ou fingir que não notou?


No mais, palmas para Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbanck e que coma todas as porcarias do mundo na cadeia pra aquela inútil que achou que tava abafando tratando como defeito a lindeza de negritude que a menina Titi é. Alguém mais pensou aí em algum projeto de lei que permite psicólogos e psiquiatras reverterem mentalmente um racista? Porque se alguém pensou em 'cura gay' e muitos defenderam, porque não pensam em 'cura do racista', já uqe racismo sim, mata, violenta e prejudica a sociedade como um todo. É só. Racistas não passarão.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O que precisamos aprender com os EUAses?

Martin Luther King Jr e Malcolm X. Ideias diferentes na
luta contra o racismo. 
Há coisa que se tornam senso comum e a partir daí, a maioria nunca mais para pra observar. A sociedade em geral entende aquilo como um conhecimento fixo e não volta mais naquela situação pra analisar se mudou, se era aquilo mesmo, se impressões não deram a ideia errada e tals... E o tal do conhecimento engessado abordado neste texto é a questão racial nos EUAses (é, eu falo assim da sigla deles, sorry).

A questão é que lá, como aqui, a camada colonizadora e exploradora, europeia e euro-descendente, viveu nas costas de índios e negros escravizados pra seu sustento aristocrático. Mesmo o branco mais pobre ainda era ‘melhor’ que o negro mais inteligente, por exemplo. Sabemos que eles disputam entre eles o poder, mas têm por certo que negros não entram nessa equação. Seria como eles perderem seus privilégios que eles mesmos criam por puro protecionismo e corporativismo.

Mas, enfim, ouço muito defensor velado de racismo alegando que nossa luta aqui é exagero, porque racismo mesmo é lá nos EUAses, com KKK (Ku Klux Klan, não é uma risada de internet) e toda aquela palhaçada. Acontece que aqui, pode não ter um grupo assumidamente racista, mas a ideologia funciona em nível subconsciente. Mas mesmo lá sendo acusado de ser um país racista (e é, estruturalmente), ainda temos diferenças gritantes que não necessariamente são desvantagens.

Veja bem, lá teve uma guerra civil pelo fim da escravidão em todo o território nacional. Tudo bem que não foi por puro humanismo, mas por mudanças nos padrões de produção e desenvolvimento industrial e tecnológico, mas ainda assim, teve algo. Aqui a gente é calado até por ‘amigo’ do lado, só de mencionar algum caso de racismo. Isso hoje em dia. Lá também teve uma série de conflitos físicos e violentos em nome da conquista de direitos civis para os negros. Aqui, cotas raciais ainda são um tabu que muita gente fala sem nem saber do que se tratam, de onde vem a ideologia ou o efeito que isso deve causar na sociedade.

Vale lembrar, sim, que lá, negro é minoria étnica na composição da população do país. Um povo dentro de uma sociedade multiracial. Aqui, somos mais miscigenados e não crescemos com tanta noção étnica, cultural e ideológica enquanto povo. Somos programados a achar que o Brasil foi feito da união pacífica, consensual, harmônica e sorridente. Tipo, o branco, o índio e o negro se juntaram e fizeram filhos e netos ‘mulatinhos’ (argh!) pra tudo acabar em samba. Pura mentira, né? Amigo não escraviza amigo e não faz filho fora de casamento dentro de senzala pra demonstrar carinho. Essa ideia de que a casa grande é a tutora legal e cuidadora da senzala é um dos maiores caôs do país.

Sendo assim, o negro estadunidense tem uma noção de identidade cultural bem mais apurada. Além disso, há produtoras de mídia e cultura inteiramente negras. Veja pelas séries, filmes e mesmo nas produções predominantemente brancas, ainda vemos negros encarnando médicos, advogados, pilotos de avião, presidente do país (muito antes de Obama na vida real, Morgan Freeman já tinha comandado o país em Impacto Profundo) e até o deus bíblico o próprio Freeman já encenou. Não estou ignorando que muitas produções só colocam negros lá pra ser o primeiro a morrer, fazer piadas ou carregar peso. Mas há uma diversidade maior.

Aqui? Existem uns 5 medalhões que podem, a cada 10 anos, protagonizar alguma novela, talvez um filme sobre favela (talvez, porque na hora do protagonismo, eles botam favelado branco pra todo lado). Aqui não temos uma mídia própria, que nos dê espaço. Ficamos disputando com a camada dominante onde eles tanto mandam que nem se importam em excluir os outros. Lá você vê Eu, a patroa e as crianças, Fresh Prince of Bel Air (Um Maluco no Pedaço), Elas e Eu, filmes como Vizinhança do Barulho e outros... Aqui, quando o negro é abordado é o pobre sofrido, tipo Antonia, Subúrbia, sem contar naquele miserável Sexo e as nega (que sofra no inferno, série bizarra, machista e racista).

Quero dizer, cadê o negro sendo o negro brasileiro? Somos só esses bandidos ou pobres submissos que eles veem na gente? E a caneta? Não vamos evoluir nem um passo enquanto quem comanda atrás das câmeras não for preto também. Aí, na frente da telinha, vamos continuar sendo mal representados. Mais de 50% da população aqui é preta ou parda, mas parece não ter a disposição ideológica pra desligar a TV se essa não lhe fizer justiça. Não liga que a TV seja a casa grande, desde que tenha seu programa favorito passando para a senzala. Até no campo da música. O samba e o funk hoje são produtos rentáveis pra midia branca, mas o maior público é o preto, que se acha representado porque não é educado pra contestar, só pra aceitar o que é massivamente empurrado mídia afora.


Então, não é lá que é racista, aqui é muito mais, se você pensar que lá a população negra é pouco mais de 10% do país e ainda assim possuem uma cultura própria e coesa. Aqui negamos o racismo mas não deixamos de praticá-lo. É só abrir os olhos. Quem foge do assunto é porque tá devendo e tem medo de acabar se entregando. 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Um mal dos séculos: Apropriação cultural


Anitta é o exemplo mais atual de apropriação. Para e pensa: Fez de tudo pra garantir uma aparência branquinha, afinou nariz, alisou cabelo, deixou a capa de funkeira pra se afirmar pop e quando está se tornando tudo que a mídia empurrar como bonito e limpinho, aí, quer abusar da sensualidade, dreads, lábios preenchidos e tudo mais? Qual a mensagem? Que ser negra ou afrodescendente não, mas que pode pegar o que for conveniente pra criar uma imagem pré-fabricada.
Quando uma cultura pertence a um grupo representado nas classes trabalhadoras e mais pobres, é normal a sociedade e a própria mídia desprezá-la e até dizer que nem cultura é, ou que é um mal da sociedade. Quantos não falaram e ainda falam que funk é coisa de animal, que é coisa de favelado e de bandido? Aí, de uns anos pra cá, algumas pessoas que nem oriundas dessa cultura são, resolvem dar um gás na comercialização dessa cultura na forma de produtos (artistas e músicas), não porque se renderam ao ritmo, mas porque viram cifrões sobre as cabeças dessas pessoas, e, nada melhor que escolher essas pessoas. Daí aparecem funkeiros brancos, ricos, classe média, do tipo que nunca entraram num baile funk de verdade. O tipo do funkeiro que pode ser adestrado e comandado por eles, sem risco de querer ser autêntico demais e não moldado conforme o mercado. São de ocasião. Isso é apropriação cultural.

Não é porque vivemos numa democracia e que todos têm a liberdade de gostar do que quiserem que o roubo intelectual, moral e comercial não aconteceu. Visto que muito funkeiro aí passa fome enquanto uma meia dúzia é tida como diva, como herói e popstar. É por isso que não se engole essas festas favoritas da vida como legítima manifestação popular. É como você querer o que o pobre tem pra ganhar dinheiro em cima disso, mas sem que o pobre usufrua do lucro que sua própria cultura tem a oferecer.


Aí, contratam esses figurantes de luxo pra vender, massificam a mídia com informações inúteis sobre essas pseudo-estrelas e - ZAZ - nasceu seu produto na pratelheira. Antes do pagode e do funk serem experimentados na mídia, ninguém dava a mínima, era coisa de preto, pobre, gente sem cultura e outras barbaridades... mas quando se tira da mão do pobre e coloca na mão (UIA!) do classe média/alta, filho do diretor, filha da madame, aí, eles tratam a pão-de-ló. Repare nas novelas, por exemplo, quando o foco é a favela... o protagonista é o branco e o preto é o amigo fiel em 90% ou mais das produções. Veja os egípcios (continente africano) da novela bíblica, brancos pintados, diferente de quando os africanos retratados são escravos ou criminosos, aí é preto saindo até pelo telhado.

O problema todo, pra eles, é deixar o pobre subir, quando eles garantem seu protecionismo, aí, eles estão felizes e o pobre fica contente em achar que se vê representado, porque sua música toca na rádio e na balada, mesmo que não seja ele ganhando por aquilo. É assim que vemos essa 'festa na senzala' que é o funk ostentação, os Esquenta da vida e divas pop que nasceram outro dia mesmo, mas já têm panfletagem pra uma era inteira. Rapidamente o histórico de vida simples vira um dramalhão de pobreza e dificuldades (porque o povão adora uma história de superação pra se identificar por catarse).



Quem não sabe que Chuck Berry foi o criador do Rock 'N Rol,
mas, negro, viu seu 'cargo' ser usurpado pela mídia em prol do
branco Elvis Presley, para uma sociedade majoritariamente
branca, um rei ameno e controlável, do jeito que gostavam.
Desde a antiguidade que isso acontece. Não é? Vejamos o europeu roubando as terras e riquezas naturais do índio, do negro, isso, só no Brasil. Quantos não sobem morros pra aprender e depois ganhar dinheiro nas casas fechadas a alta sociedade? Não é roubo cultural? Apropriação? É sim! Não estão compartilhando a arte, estão se apropriando e ganhando com aquilo. Não é um movimento cultural, o pobre que originou aquela cultura não está sendo enaltecido, está sendo mencionado como fato histórico, mas não é o convidado na festinha onde seu esforço é imitado pelo rico que teve a condição de estudar aquilo até parecer com o autêntico. Se for convidado, o pobre deve ganhar o honroso cargo de garçon na festa do rico.

Egito na vida real é africano, na novela bíblica, é branco pintado
de amarelo. Tipo, negros não podem ser reis, só escravos?
E tudo piora quando o pobre é influenciado a achar que tem que ser rico e não a desprezar essa riqueza, porque, a bem da verdade, não faz diferença nenhuma em sua vida, ou não deveria fazer, ou ainda, não faria se o povo percebesse que é só dizer 'ei, ninguém mais vai te seguir, você é que precisa de nós e nós não queremos te servir'... mas sei que é uma utopia e que minha causa é meio que perdida... quem sabe antes do sol explodir e nos engolir a todos, ainda vemos alguma mudança... Até lá, só um bando de hipócritas dizendo que é liberdade e outro bando conformado em ser roubado, sonhando com o dia que vai ser adorado por quem os rouba. Cultura é a maior riqueza de um povo. Por isso fico injuriado.




segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Pathy Dejesus é alvo de comentário racista na Playboy


Pathy Dejesus é a primeira negra a estampar uma capa de aniversário (agosto) da Playboy. Escrevi, quando a bailarina e coreógrafa Ivy Pissotti foi a capa da vez, que em 41 anos de playboy, não tivemos nem 10 capas negras. O país não parou por isso, ninguém chorou pela falta de prestígio que a pele preta tem na mídia (a menos que seja carnaval, óbvio, onde somos objetos baratos pra 'eles'). Vai vendo por aí onde quero chegar.

Aí, vem Suzy Cortez (quem?) Miss Bumbum 2015 (ah, tá...), capa da playboy mexicana e solta: “Eu sabia que a coisa estava feia no Brasil, mas não tanto. E vocês, o que acharam?”

Até aí, nada de mais, né? Só uma questão de implicância gratuita de uma subcelebridade falando de uma atriz, modelo e apresentadora, né? Né? Antes de concluir essa parte, vejamos o que Pathy comentou:

“A coisa não tá feia, flor, tá preta mesmo. Beijos de luz e sucesso pra você”.

Linda de viver, não? Mas, como é o protocolo básico do racista invejoso (perdão pelo pleonasmo), a pessoa faz igual aos biel da vida, igual aos arthur nory da vida e tantos outros que depois que percebem que o veneno ficou visível, lançam um 'FOI SÓ UM MAL ENTENDIDO': Tá na cara que ela jogou Pathy aos possíveis leões pra que comentaristas falassem abertamente o que ela evitou, pra ter essa saída de 'não foi bem isso, você é que exagerou'. Necessidade de auto-afirmação em níveis patológicos. Mas a carreira e a postura da moça já denotam uma carência de compensar o que sente que pode estar fazendo falta: "talento", pois corpo bonito padrão um dia desmorona e aí, comadre? O que faz? Mas estou divagando... Aí, a dona tenta se defender:

Fiz apenas uma comparação afirmando que a minha Playboy é bem mais bonita, mas não que ela seja feia. Achei a foto de mau gosto, com fundo escuro, podia ser algo mais claro, achei que ficou feia. E ela levou para outro lado, levou para o preconceito. Não falei nada de racismo. Escrevi que a coisa estava feia, mas não por ela, pela capa que não achei bonita”, explicou Suzy, que ainda completou: “Eu tenho direito de achar a capa feia ou não, a minha é mais bonita”. Ninguém perguntou, flor. Sorte aí no Mexico.

Típico. Quer aparecer? Faz o gentili e fala umas merdas bem preconceituosas e disfarça de opinião pra que o acusador pareça um exagerado histérico. Ela continuou dizendo que só achou sua capa mais bonita, mas o que ainda não entendi é que se ela só achou sua capa mais bonita, porque foi falar que a da outra é feia e depois disse que não é que achou feia? Tá nervosa com alguma coisa, fia? Tá ruim de justificar a merda lançada? Merda lançada não volta. Pegou mal, errou feio, errou rude.

Quer referências nesse embalo? Nayara Justino e Lupita Nyong'o. A primeira foi eleita pelo público como globeleza num concurso do Fantástico e depois criticada por não ter os traços de Valéria Valensa ou Aline Prado, ou seja, aqueles traços mais 'finos', pele não tão preta, ao passo que a segunda foi eleita a mulher mais bonita do mundo por uma revista de fama internacional, mas invejosos racistas alegaram que era caridade pra revista posar de boazinha. Também falaram isso de Leila Lopes, a Miss Angola que ganhou o Miss Universo em 2011, enfim, tendeu, né? Se é preto não pode ser bonito. Sempre falo que o branco mais mais ou menos é tido como bonito, o preto mais lindo só pode ser eleito bonito por peninha, na cabeça do racista. 

Já reparou que se tirar o foco do racismo, essas "opiniões" não fazem sentido? Tipo, se ela não se incomodou com o - na cabeça dela - "desespero" da playboy Brasil em colocar "até" uma negra na capa pra chamar atenção, o que sobra? Inveja? Maldade? Porque esse papo de 'só uma opinião' não cola, afinal, opinião a gente dá quando pedem, pra falar besteira, é melhor se calar. Muito mais deve ter doído nela ter que ir pra uma playboy onde vão saber menos ainda quem ela é, e no próprio país, "perder" pra Pathy. 

Ainda temos o próprio retrospecto social que restringe a beleza negra ao padrão "globeleza", onde a pele não é tão escura, o nariz não é lá muito largo, enfim, a preta ideal do racista é uma branca de pele escura, "da cor do pecado", ou seja, a preta é uma branca que a sociedade se sente menos culpada em objetificar. Essa laia quando diz 'feio' está tentando dizer 'preto'. Está na cara que a insatisfação da dita cuja se deu por uma negra estampa uma playboy, que até pouco tempo, era domínio de subcelebridades como ela, que só pode exibir o corpo. Imagina, em seu ambiente comum, aparece uma negra, multitalentosa e ainda chama atenção por outros atributos que não falas pseudo-polêmicas de opiniões desnecessárias e mal explicadas? Aff...  

Pathy Dejesus é atriz, modelo, apresentadora, DJ, primeira negra em rótulo de xampu e de protetor solar, primeira negra em campanha impressa de cerveja e agora, aceitou ser a primeira negra numa capa de aniversário da playboy. Porquê, Pathy? "Ser a primeira (a estampar a capa comemorativa)? Isso é a minha cara!”.

Suzy Cortez é Miss Bumbum 2015. Torçamos por ela também.

Um pouco mais de Pathy Dejesus porque nunca é demais. Ela é demais, mas nunca é demais, sacou? Rá! Enfim...























terça-feira, 20 de outubro de 2015

“Fãs” racistas de Star Wars ameaçam boicotar novo filme da série por causa de protagonista negro


Olha, primeiro, eu explico as aspas no ‘fãs’ (olha elas aí de novo, melhores amigas da ironia). Acontece que fã que é fã entende que existem inúmeras raças diferentes no universo criado por George Lucas (aquele veio safado que substituiu o ator original de Anakin idoso por Hayden Christensen, num Box da trilogia clássica, lançado há uns 10 ou 12 anos, pra pegar carona na onda dos filmes mais recentes).


Mas tem uma coisa que eu não posso negar, nego. O binino de apartamento criado a leite com pêra e ovomaltinO que acompanha SW, seja da fraca trilogia ‘prequel’ ou ‘dazantiga’, com um olhar mais atento, ou nem tanto, percebe que na trilogia antiga só tem um (isso mesmo, disse UM/UNO/ONE) personagem negro, que todos nós, nerds, conhecemos como Lando Calrissian, o cafajeste amigo de Han Solo. Descontamos aí, James Earl Jones, porque só sua voz serviu para Darth Vader e não o visual. Desse ponto de vista, acho natural que os racistinhas da mamãe se contorçam feito vampiro gratinado em molho de água benta católica. E só. Parei com a gentileza aqui.


De resto, esses mimimizentos estão doídos (UIA!) com um protagonista negro desde o primeiro anúncio do ator John Boyega, assim como se doeram com o Tocha Humana de Michael B. Jordan, assim como se doeram com o Falcão assumindo o manto do Capitão América nas HQs, assim como se doeriam se algum personagem de Dragon Ball Z fosse negro e forte e não aquela caricatura escrota de Sr. Popo ou até um cavaleiro do zodíaco preto, também iria dar meteoros de pégasos no gene racista dessa laia. Aposto que é o tipinho que se amarra nos Xis-Méin, mas não aceita diferenças quando vão ao cinema assistir a um filme qualquer. Humpf, sei, depois nós é que vemos racismo em tudo e não a trozoba do racismo é que escorre pra todo lado.

Você pode até tentar falar no Madimbu reencarnado, mas não conta, não é um personagem original, tampouco protagonista.

Enfim, desconsidero essa gente besta que acha que protagonista tem que ser branco, desconsidero quem desconsidera a diversidade de público, pois, há muito tempo que já passamos dessa época tenebrosa em que até empresas de nome evitavam se associar a negros pra obter prestígio da maioria branca, como aconteceu nos EUAses, onde o branco é maioria, portanto, gera esse tipo de estardalhaço. Aqui, haveria meia dúzia de piadas ridículas de filhinhos de papai metidos a profissionais do humor e os mimadinhos se achariam, mas teriam que engolir. Mas estou divagando...

Podem boicotar o quanto quiserem, quem ficar vai ver algo novo já com o protagonista, lembrando que além de quase não haver negros, também não há mulheres na primeira trilogia, exceto a co-protagonista Princesa Leia. Repare só como JJ Abrahams deve ter reparado nisso, e tratou logo de já dar seu cartão de visitas, quando pega um conceito para renová-lo, como fez com Star Trek recentemente.

Sabemos que o fato mais importante aqui é que George Lucas não manda mais em SW, ou seja, chances enormes de ter história com sentido, pé e cabeça.

Enfim, deixem que queimem os olhos dos babaquinhas ao se depararem com um negro e uma mulher protagonizando uma das maiores e mais famosas franquias da cultura pop mundial. É bom pra aprenderem que o mundo mudou (de novo) e que coadjuvante, alívio cômico, vilão ou o primeiro figurante a morrer é até legal, mas só compensa quando o lugar de protagonismo também está lá contemplando a todos. Falar sobre boicote mesmo, não vou, vai vir a mesma turminha ‘mas eu não conheci assim, tá errado, ai, quero sentar na vassoura’ e por aí vai.

Como eu sempre falo, a mente reacionária (desculpa o paradoxo de chamar isso de ‘mente’) tem essa tendência, sobretudo em nerds, quando conhecem algo, não aceitam qualquer mudança. Deveriam viver na era medieval ainda. Nerd e reacionário, de um modo geral, é um tipo de ser que não aceita que seu pequeno mundinho seja modificado, pois isso significa que não detêm mais o poder do conhecimento absoluto e isso pra eles é muita coisa no universo, se sentem integrantes de um seleto grupo com privilégios de uma sociedade superior. A mesma coisa que um racista pensa sobre outras etnias que não a branca. Só tenho a dizer a eles: Bem feito, bem feito! Rá! E já estou vendo gente que nunca mencionou qualquer relação com Star Wars dizer que já está interessada em assistir ao episódio VII, "O Despertar da Força", só pra AFROntar. Acho isso uma deçicia, sabe porquê? Porque isso mostra que assim como um público pode se renovar de geração pra geração, nesse caso, o público até melhora, já que o racistinha vai latir pra mamãe e a galera que tem tutano na mente fica pra apreciar a representatividade.



Como observação final: Vamos pensar no próximo tópico: Personagens alienígenas com pesadas caracterizações  interpretados por negros. Parem com esse conceito ‘negro x personagem ‘de cor’’. Não somos ‘de cor’ pra caber em personagens onde somos atuantes, mas com uma maquiagem que esconde a naturalidade da ndgritude... er... bem, isso fica pra um próximo post. 


Por enquanto, aprecio o alarde – há meses, como todo nerd do bem – deste jeito aqui, ó:



Reacinha da mãe, eu não sou seu pai e que a força esteja com você!

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