Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Vagabundo é f... pensa que humor está acima do bem e do mal


Um babaquinha dessa leva recente de pseudo-artistas/humoristas/qualquer coisa assim lançou um vídeo com um título se referindo a esses memes racistas ‘nego isso, nego aquilo’. Não vou dar ibope pra isso sequer mencionando o nome da coisa e da bosta fumegante que com certeza é. Não vi e não gostei, até porque é mais um daqueles que defende o humor ofensivo e repete trozobas políticas conservadoras que não têm vez aqui. Sendo assim, vou logo ao assunto.


Se vocês viram esses memes, certamente, já perceberam que não são piadas tão inocentes quanto os mentirosos preconceituosos querem desesperadamente empurrar, né? Pois bem, ali, são fotos de negros, pessoas, que estão sendo usadas como alvo. Muitas delas são agressivas de muito branco por aí achar pesado e babaca. Foto de negro até com deficiência pra ilustrar expressões que são costumeiras desde a escravidão, mas que ganham a cara de qualquer um. Qualquer um no sentido que se usa a expressão e no sentido de que as pessoas gostam de se defender ofendendo os outros, que não eles mesmos.

Veja bem, do mesmo jeito que se usa a expressão ‘nego/neguim...’, pelo menos aqui no RJ, também se fala ‘vagabundo...’. Então, vamos propor o seguinte: No lugar de ‘nego’, use ‘vagabundo’ e no lugar da foto de alguém desconhecido (que provavelmente é filho, irmão, sobrinho, pai, amigo de alguém), use uma foto de um amigo seu, de um parente seu, ou alguém de seu convívio. Por exemplo, crie uma montagem/meme com ‘vagabundo é foda’ e poste uma foto de sua própria mãe ali. Repasse aos amiguinhos de internet, nos grupos de whatsap e nas páginas de facebook. Vá ver sua tchurminha politicamente babaca rindo dos seus. Veja se é engraçado a qualquer custo. Você não vai fazer, né? Porque sabe que é ofensivo. Só não se importa com os outros. O riso dos outros ou o choro dos outros.


Dizem que negro que contesta esse tipo de ‘humor’ é alguém que se faz de vítima, mas, peraê, bátema, se EU sou o ofendido e a “piada” tá ali pra todo mundo ver que faz referência direta, como que a culpa é minha e não de quem quer a todo custo arrancar risadas constrangidas apontando pra alguém e falando ‘haha, você é preto’? Não entendi a lógica. Mas, em todo caso, fica a dica: Crie um meme com algum dos seus e exponha-o à rajada de risadas. Tenho certeza de que muitos vão te dizer que é engraçado. Quero ver você ir contra a turba preconceituosa quando for um dos seus ou você mesmo sendo alvo da maldade. Vagabundo é f... acha que humor é uma entidade acima da lei. Liberdade de expressão é isso, Mané, você fala o que quer, depois vai ter que responder por isso, porque uma parte muito importante da Constituição é omitida nessas horas, se é que é conhecida. O direito de resposta é garantido e proporcional ao agravo.



Quanto ao babaquinha que citei no início, bem, é mais um na inclusão digital da aula de biologia:  QUALQUER MICRÓBIO COM UMA CÂMERA GRAVA O QUE QUER. Isso não é arte, é só mais um palhaço querendo fazer o gentili, se travestindo num personagem a La lobão pra chamar atenção e puxar saco da mídia que adora essa provocação a grupos historicamente discriminados. Se é tão inteligente, faz piada com o opressor, lamber as botas dele é só subserviência.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Para respeitar o próximo é preciso se colocar no lugar dele...



... e parar com a palhaçada do "se eu fiz ou deixei de fazer, eles têm que agir igual". Empatia é o contrário de egocentrismo. Se colocar no lugar do próximo é muito importante pra que o respeito seja legítimo. Respeito não é entender o outro como você se entende (se é que se entende) e você não precisa estar nos sapatos do outro pra saber o que ele passa. Quer um exemplo? Eu não sou gay, mas enquanto negro, sei bem o que é ser discriminado por algo que sou, sem ao menos ter feito mal a alguém. Mas, num tropeço, num espirro, estou lá com um alvo na testa para os discursos "não sou preconceituoso, mas tinha que ser *insira aqui qualquer grupo discriminado hipócrita e descaradamente*".

Porque eu falo isso? Bem, por que tenho ouvido demais essas frases que se fingem condescendentes e terminam despejando racismo, homofobia, machismo, xenofobia e demais preconceitos. E é absurdo quando isso vem de gente que deveria saber o que é ser discriminado e não fazer o que não gosta que façam consigo. Um internauta comentou isso num texto meu lá no Raiz do Samba em Foco. Ele se disse branco e gay, mas declarou ali uma empatia com a causa negra por saber que enquanto a sociedade tiver qualquer preconceito, ninguém terá paz e não seremos um grupo social justo. Idealista demais? Sim, mas não poderia aceitar como lei do universo uma sociedade que me trata como bandido por causa da minha cor ou do meu cabelo. Pro inferno com injustiças sociais.



O que acontece é que muita gente não sabe que união é melhor do que diferença, ou melhor, só aceita a ideia de união se for no seu clubinho, igreja, casa, quintal e essas coisas. Um complexo de inferioridade que tenta se compensar diminuindo o outro. O racismo é assim. Você acha que realmente o racista acredita na não humanidade do negro ou do índio? Bullshit! É a mesma lógica da inquisição espanhola (hmm, espanhola, UIA!). Você não acredita realmente, mas precisa oprimir alguém pra saber que você está no controle. A escravidão foi isso, suas sequelas sociais são isso. Repare que enquanto o negro, mesmo que por feridas e vioolência, foi empurrado para um senso de grupo muito forte. Não nascemos aqui, fomos roubados pra cá pra trabalhos forçados e acabamos erguendo esse país no braço. Para o caucasiano euro sobrou o quê? Ser um grupo normal, dominante e com o poder de ir a qualquer lugar sem precisar fazer cara de bonzinho ou se calar pra não incomodar os outros com suas lamúrias seculares.

A normalidade deixou muita gente cega para sua própria identidade, o que, não deveria necessariamente, mas acontece, faz muita gente ressentida com a identidade do negro. Por exemplo, muita gente adora cuspir o 'se eu usar uma camisa 100% branco...' ou 'ninguém é 100% negro...'. A questão é essa, não falamos só de biologia, mas de ideologia, coisa que uma pessoa "de fora" só poderia saber tendo convívio. Mas convívio de verdade, não um ou dois diferentes no meio da casa grande, porque aí, é muito fácil falar que seus amigos diferentes de estimação são bem resolvidos, como o marido satisfeito que não dá prazer à mulher, mas pelo silêncio dela, acha que arrebenta na cama, saca?



Volto ao exemplo dos gays. Tenho pessoas próximas muito queridas que são gays e quando tive convívio social, aquelas piadas distantes e estereotipadas já não fizeram tanto sentido pra mim. Foi como assistir a um stand up do Chris Rock e depois pegar uma sessão de Zorra Total. Tipo... não é nada disso. Estereotipar quando você conhece, fica muito difícil, se você tem algum cérebro e um pouco de coração. Lembrei agora da história de um juiz que era contra cotas raciais até que se viu participando de um pré-vestibular em comunidade carente e mudou de ideia. Disse ele que aprendeu na faculdade que era preciso passar uma noite na cadeia pra condenar alguém (ou algo assim) e é por aí mesmo que eu penso. Vejo muita gente apenas julgando, e achando que sua opinião é algo tão válido que brota da cabeça e vai direto pra internet sem passar as vistas num livro ou num artigo. Muita gente ignorante em tempos que você digita meia palavra e o Google busca um mundo pra você.

Um grande mal na humanidade é achar que ela é humana à beça e não enxergar que essa humanidade, no sentido restrito, é que é o problema. Ser racional demais deixou a humanidade burra e viciada nas verdades que ela mesma criou. Contestar faz parte do aprendizado e ficar na adivinhação é meio que burrice demais pra quem tem instrumentos de comunicação nas mãos. É um bebê com uma metralhadora. Às vezes não acontece nada, mas pode causar um prejuízo enorme e nem ter noção disso. Mais respeito e mais gentileza com o coleguinha. Tá carente, tá se sentindo uma bosta? Vai fazer análise, vai beber, vai pro raio que o parta, mas deixa as pessoas que já têm seus próprios problemas na vida seguirem em frente. Se não vem pra somar, Não enche.

terça-feira, 11 de março de 2014

Rodriguinho e o pensamento infantil

Por Jean Wyllys — publicado originalmente em 07/03/2014, no site Carta Capital.

he man site.jpg
Pode notar: Quem tenta descrever o mundo com sua visão simplista e
ignóbil, deixa bem explícito seu posicionamento ideológico... Ou falta de.
Em desenhos de super-heróis animados destinados às crianças, a vida é dividida de maneira simples e esquemática: há o Bem e o Mal; heróis e vilões: de um lado, Esqueleto; do outro He-Man, ou, de um lado, a Legião do Mal; do outro, a Liga da Justiça. Nesse esquema montado para estruturas cognitivas de uma criança em formação, o mundo é o cenário de uma guerra entre dois lados perfeitamente definidos, sem contradições nem interseções. Contudo, quando a gente cresce e começa a conhecer o mundo como ele é de fato, a vida se apresenta em sua complexidade e precisamos nos esforçar mais para compreendê-la fora do esquema simplista dos desenhos animados de nossa infância: é o que chamamos de amadurecimento. Há, no entanto, pessoas que, mesmo depois de adultas, continuam analisando o mundo com as estruturas cognitivas e emocionais de uma criança e, por isso, têm sérias dificuldades em lidar a complexidade da vida. É o caso de Rodriguinho, aquele colunista da revista marrom e enfant terrible que distrai a corte de reacionários brasileiros sem discernimento, mas com muita indigência intelectual. Em seu novo desabafo macartista, ele responde ao meu texto - "Desonestidade intelectual" - publicado nesta sexta-feira em O Globo, tentando enquadrar meu pensamento em seus esquemas infantis por não conseguir ir além: quem é o "bom" e quem o "mau"? Oriente ou Ocidente? Negros ou brancos? Gays ou héteros? Feijão preto ou o caviar?

Vou tentar ser didático e espero que dessa vez ele consiga compreender. E passarei ao largo de suas referências ao BBB, porque estas são frutos de sua inveja mal-disfarçada do sucesso alheio. Deve ser mesmo frustrante para alguém criado a Toddy e Ovomaltine em bairros nobres e formado em escolas papai-pagou-filhinho-passou ter de ver um gay assumido, mestiço, nordestino, sem apadrinhamentos nem capitanias hereditárias, vindo das camadas mais pobres da população na posição que eu ocupo hoje. Também não comentarei outras pérolas da estupidez que não valem a pena.

No primeiro texto que Rodriguinho publicou em O Globo, ele dizia que o movimento gay é de esquerda; odeia Ocidente — e, portanto, os brancos — e gosta da África; e que, por isso, não critica a lei homofóbica aprovada em Uganda, já que, para fazê-lo, o movimento gay precisaria dizer que os negros são homofóbicos. Vejam como sua simplificação é burra — e racista — ao ponto de não diferenciar "negros" de "africanos" e "brancos" de "ocidentais". Ele precisa colocar um grupo inteiro do lado dos bons e o outro  — porque, em sua percepção como na das crianças, o mundo é binário e só tem dois grupos de pessoas — do lado dos maus.

E precisa imaginar que eu faço o mesmo, só que no sentido contrário ao dele: Uganda aprovou uma lei anti-gay porque os negros africanos esquerdistas são homofóbicos, mas nós, gays, não criticamos essa lei porque somos de esquerda e, portanto, gostamos dos negros e detestamos os brancos, que são ocidentais judeus e cristãos, e, por isso, inimigos da esquerda...

Harvey Milk era negro, Obama é branco e Karl Marx era oriental. Não é mesmo? (Aviso que isto é uma ironia, já que a claque de Rodriguinho tem as mesmas estruturas cognitivas que a dele e, por isso, pode não captar a ironia de um texto.)

Além de informar o colunista sobre tudo o que os movimentos gays do mundo inteiro têm feito para denunciar a lei homofóbica de Uganda e outras semelhantes, eu tentei explicar para ele algumas questões básicas que ele parece desconhecer sobre a história da África. Tentei que ele compreendesse que as primeiras leis homofóbicas desse continente (as chamadas leis "antissodomia") foram levadas pelo Império Britânico quando dominava vastos territórios por ali; e que a onda de preconceitos anti-homossexuais que infelizmente tem se espalhado por lá nos últimos anos não tem raízes nas culturas africanas, como o colunista imagina, mas na religião dos conquistadores e, mais recentemente, na ação política de igrejas evangélicas fundamentalistas dos EUA que investem milhões de dólares na "evangelização" desses povos, usando o preconceito contra os homossexuais como estratégia de marketing e financiando campanhas de políticos homofóbicos.

São dados da realidade, comprováveis com uma mínima pesquisa histórica. Há livros, documentários e teses que se debruçam sobre esse fenômeno e estão disponíveis para quem quiser ler. E, afinal de contas, não deveria ser difícil de compreender, porque no nosso próprio país, a força do discurso homofóbico vem, também, do fundamentalismo evangélico (que não é a mesma coisa que o evangelismo ou o cristianismo, mas uma versão fanática, extremista e preconceituosa dele, da mesma maneira que o islamismo dos aiatolás do Irã ou dos terroristas de Al-Qaeda não é a mesma coisa que a religião de Maomé, mas uma versão fanática, extremista e preconceituosa dela).

Contudo, sua estrutura cognitiva infantil --que divide a vida entre bons e maus-- precisava adaptar minha resposta à sua visão do mundo. Então, o que ele entendeu é que eu estava dizendo que a culpa da homofobia na África é "do Ocidente", da Grã-Bretanha e dos EUA, e não, como ele acha, "dos negros".

Ele diz: para Jean Wyllys, a culpa é "do homem branco ocidental". Não, menino, você não está entendendo nada! Há fatos históricos, como a implantação das leis antissodomia britânicas nas colônias africanas, e há fatos mais atuais, como a ação das igrejas fundamentalistas dos EUA que desmentem a sua burra e racista teoria de que a homofobia é um "traço cultural dos negros africanos"; porém, nem uma coisa nem a outra dizem respeito ao Ocidente como um todo uniforme e atemporal: nem as leis dos britânicos daquela época dizem respeito à sociedade atual desse país, que tem até casamento igualitário — de fato, os gays britânicos, que também são ocidentais, foram vítimas dessas leis, como testemunha a história do cientista Alan Turing —, nem a ação das igrejas neo-pentecostais americanas dizem respeito ao povo americano como um todo.

E nada disso tem a ver com a esquerda e a direita — afinal, da mesma maneira que o Império Britânico levou leis homofóbicas à Índia e às colônias africanas, o estalinismo soviético levou homofobia e outras calamidades aos países socialistas. A história da humanidade vai além, muito além, do esquema mental e da indigência intelectual que a divide em Legião do Mal e Liga da Justiça.

É fato que a homofobia — o nome que hoje adotamos para se referir à interdição e aversão à relação sexual entre pessoas do mesmo sexo — é um fundamento das religiões abraâmicas — as chamadas "religiões do livro": o judaísmo, o islamismo e o cristianismo; e está ligada à exortação "crescei e multiplicai-vos" feita pelo Deus de um povo (as tribos patriarcais semitas) que precisava sobreviver à fuga do cativeiro até a "Terra Prometida".

Essa exortação fez, do sexo para procriação, o único legítimo, e se converteu num valor reproduzido e transmitido ao longo dos séculos, pela língua e demais regimes de representação, nas culturas engendradas e influenciadas por essas religiões. E as sociedades ocidentais ainda carregam o legado dessa história, embora muitos teólogos e líderes religiosos já não façam a mesma leitura desses fatos (um exemplo é o arcebispo anglicano Desmond Tutu, da África do Sul, ativo militante contra o racismo e a homofobia, mas também tem outros exemplos nas igrejas protestantes dos "ocidentais" EUA e Grã-Bretanha). Também é fato que as sociedades ocidentais, capitalistas e com democracias liberais (nem todas as sociedades capitalistas são ocidentais, nem todas são democráticas), no último século, avançaram mais (e mais rápido) no reconhecimento dos direitos humanos da população LGBT e outras minorias, do que outros regimes.

E é fato, também, que os países africanos mais subdesenvolvidos e com regimes pós-coloniais que ainda nem chegaram ao capitalismo liberal têm condições de miséria (tanto no acesso aos bens de consumo quanto aos bens culturais e à educação formal) e carência de regras democráticas que fazem com que eles sejam mais permeáveis à ação dos fundamentalismos religiosos. A própria Igreja católica tem começado a olhar mais para a África e a América Latina, ao tempo que perde influência na Europa, que já foi seu berço e seu império. Para entender tudo isso tem que estudar e pensar um pouco mais!

Eu poderia continuar enumerando outros fatos, mas o fundamental é compreender que o mundo é bem mais complexo do que os desenhos animados e não há blocos estáticos, uniformes, atemporais, essenciais. A luta contra a homofobia, o racismo, o machismo, a intolerância religiosa e outras ameaças contra a liberdade e a dignidade humana é um desafio no capitalismo e no socialismo, em Cuba e nos EUA, no Oriente e no Ocidente, em Roma e em Teerã, no judaísmo, no islamismo, no cristianismo e até entre os ateus. E tem dado passos e recuos em cada canto do mundo. Os preconceitos se entrecruzam das maneiras mais diversas — há gays racistas, negros homofóbicos, mulheres antissemitas, judeus xenófobos, etc. — e atravessam nossa cultura das mais diversas formas, em diferentes regimes políticos e econômicos.

Quem quiser derrotá-los e construir uma sociedade mais justa e mais livre, precisará se livrar dos dogmatismos e deixar de ver o mundo como uma guerra entre o Bem e o Mal, como o vêem as crianças e os indigentes intelectuais (tenho pena dos conservadores que adotaram o enfant terrible como seu mentor intelectual). Precisará fazer política, no melhor dos sentidos, que é o que eu tento fazer cada dia da minha vida.

terça-feira, 16 de julho de 2013

É só uma piada? Tem certeza?



Algumas tiradas do documentário: 




E esse "grand finale" nada mais é do que o que eu falei o texto inteiro, sobretudo na parte da sexta série mental em que muitos vivem se achando comediantes. Público, tem até pro crack, então, audiência não determina qualidade, ainda mais, quando pensamos na parte conservadora que essa gente defende por tabela.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Há males que vêm pra bem da causa LGBT

Há males que vêm pra bem, não é carnaval que se faz em torno da vida afetiva de Daniela, nem é presepada colorida a luta de Jean Wyllis, muito menos se perde o valor da arte deixada por Cazuza, Renato Russo ou Cássia Éller, mas hoje temos como discutir e debater porque as pessoas querem mais respeito, chega daquele modelo caricato de língua presa, escandaloso e tarado, gays são pessoas, advogados, médicos, jornalistas, operadores de telemarketing e não sói cabeleireiros e maquiadores afetados. Têm dignidade sim, têm educação, há os que não têm, mas todo rótulo vai ter essas nuances. Concordo com Letícia, pois a necessidade de afirmação e luta por respeito faz com que muitos agreguem à luta só pra mostrar que têm personalidade e voz.

Se não fossem esses vácuos fascistas e desesperados pra aparecer, como Felicianos, Malafaias e Bolsonaros, nunca teríamos um tempo em que redes sociais são verdadeiros alto-falantes para quem até bem pouco tempo atrás tinha uma voz muito específica em blogs, mas, graças, veio o momento de responder, com protestos, piadas ou reflexões. Não é politicamente correto, é respeito, é a evolução da humanidade. Desde que o mundo é mundo, existe homossexualidade, mas quem conseguir provar que foi isso que gerou guerras e miséria no mundo, eu pago um Big Mac.
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