Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

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terça-feira, 25 de junho de 2013

Funk federativo do Brasil

Eu já falei aqui mesmo no blog que respeito e admiro o funk como a voz dos excluídos que ele é. Não, não adianta querer subir num pedestal acima da razão e decidir o que é e o que não vale como cultura. É cultura popular sim e não falo daquela aberração que toma conta dos proibidões, eu falo por exemplo, de Mc Federado e os Lelekes. Todo mundo sabia reclamar ou usar como divertimento seu bordão instantâneo "Aaaah, lelek, lek, lek...", mas quantos sabem que ele, o - agora ex - Mc Federado perdeu tudo o que conseguiu nos poucos meses em que esteve em evidência? Pois é, o jovem perdeu sua música e até seu apelido de infância, devido a uma briga de empresários, o ex e o atual. A briga ficou feia entre Rômulo Costa (o Papai Smurf do funk, segundo eles, por que, pra mim, ele é o Lula do funk, mas deixa pra lá) e Edimar Santana, o antigo Mc D'eddy (Ô, alô, Pirão, alô, alô, Boa Vistão... lembra dessa? Eu posto aqui, logo abaixo).

Resultado, um dos dançarinos ficou com a nova formação de Eddy e o nome original, ganho na justiça, enquanto isso, Rômulo Costa continua milionário, paizão e funkeiro... Mas Paulo Vitor Conceição da Silva, nem Mc Federado é mais. Agora ele e os remanescentes são Os Originais e estão na batalha, tentando não se abater, mesmo com a morte da irmã de Paulo, que precisava de um transplante de rins e a família não teve dinheiro (R$650,00) pra bancar um exame. O dinheiro foi oferecido por Rômulo Costa, mas não chegou a tempo. Então, se deixarmos de lado os preconceitos com o que os justifica, como a banalização d mulher, do sexo, da violência e essas coisas, podemos ver que o funk tem um lado bom, tem esse lado social, cultural. Como o garoto ia sobressair sem o funk? Qualquer possibilidade, mas vivendo em comunidade, é muito melhor que ele emplaque um refrão grudento (e contagiante, pra mim) do que ser um desiludido na vida sem perspectivas.

Falando em funk, nessa onda de manifestos (não vou falar nisso de novo, vou esperar o desenrolar da onda, porque está muito estranho ainda), fique com o melhor funk de todos. Na verdade, é um rap, mas com uma batida de funk e hip hop (aquele fundo musical dramático é o tom que precisava). E, já disse isso no Facebook, se metade dos funkeiros se preocupassem em fazer mais letras assim, o funk não era tão discriminado enquanto cultura. E esse lado de consciência social deveria ser divulgado mais vezes, assim, o pobre não ia ficar arrepiado só de ver sua moda num Esquenta da vida, e sim, teria a tal força que Mc Cidinho fala no rap clássico "O povo tem a força, só precisa descobrir, se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui. Eu só quero é ser feliz...".
Vale muito a pena ouvir até o final. E é impossível não fazer um aceno com a cabeça de 'concordo' a cada lapada que eles dão sobre nossa sociedade decadente brasileira clamando por salvação da alienação.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Depressivos na depressão


Acho que a juventude não entendeu muito bem o sentido de 'depressão'. Acho que confundem isso com sarcasmo. O humor mordaz é o que não se priva de soar 'mal humorado' pra fazer graça. Por exemplo, aquele seu amigo ou parente que se destaca por ser engraçado demais, mas sem dar um sorriso, saca?

Mas, de uns tempos pra cá, é um tal de páginas no Facebook e sites pela internet com o complemento 'na depressão', que irrita. Porque, na prática da coisa, esses conteúdos são irônicos, no mínimo. Mas sabe qual é minha opinião sobre a proliferação exacerbada de tanta pose de depressivo/hipster/gótico/apaputaqpariu? Modinha, ou melhor, a contra-modinha, que só sai de uma direção diferente, mas acaba se precipitando numa outra modinha.

Deixa eu explicar melhor, isso me veio logo após o texto anterior, quando dei uma passeada sobre impressões acerca da juventude que se deixa levar por um visual e atitudes chocantes, por necessidade de auto-afirmação. Isso vem do desejo de muitos jovens e se mostrar o contrário de suas influências diretas. Quando um pai é muito conservador, é perfeitamente plausível que, mesmo que por um curto período, seu filho engendre para o lado do liberalismo. É como aquela turma politizada que sempre é oposição, até quando um candidato da oposição se elege. Veja bem, não estou dizendo que é uma regra, apenas um comportamento comum (viu? UM - disse 1 - comportamento comum, não O comportamento).

Mas, vá lá, vai vendo aí, a busca por um estilo próprio faz as pessoas correrem atrás do que a maioria não vai. E depressão é uma coisa que a maioria não procura. Voilá! Uma horda de depressivos achando que estão fora do mainstream, mas, sem perceber, criaram um novo grupo que, justamente, é o mainstream. O que um hipster tem por característica básica? Fã de Los Hermanos e imagens bucólicas? Talvez, mas, mais básica ainda, é a característica de querer estar na vanguarda dos acontecimentos culturais e têxteis do mundo. Daí, assim como o Rock N' Roll, depois o Heavy Metal, seguido pelo Punk, Grunge, Nu Metal e depois o tal do Alternativo (por exemplo), agora muitos só querem ser diferentes, e quando suas "descobertas" ganham o grande público, largam de mão e vão procurar outra novidade pra inventar.

Assim, eles vão fugindo do que é 'pop', mas nada foi criado com alguma originalidade já há uns 20 anos. É como a moda, você pega uma bata e costura diferente do que era nos anos '1970, pronto! Você está na moda retrô. Hoje, não se busca a pose de mau ou subversivo, mas sim, de intelectualóide. Tomemos a banda da Anna Júlia como exemplo. Integrantes já afirmaram que, confrontando críticas quanto a seu estilo, responderam "bom e velho rock n' roll? bom e velho é Papai Noel'. Você tem direito a opiniões, mas quando você acha que pode fazer qualquer coisa e rotular com o que te convém, você está se achando um formador de opinião dos piores. Eles mesmos já falaram, há anos, que Iron Maiden, por exemplo, seria pop, já que suas músicas tinham a mesma estrutura de qualquer canção pop (letra, refrão, letra, refrão, solo, refrão).

Até faz sentido, mas o que os faria não pop, então? Pop é popular, não necessariamente modinha. Muito mais moda, hoje em dia, é uma banda se dissolver, vender caralhadas montes de ingressos a preços pouco camaradas, cada um seguir suas próprias carreiras pra, depois, anunciarem seu retorno por curta temporada, pra vender mais um porrilhão de ingressos e assim vai.

Vá assistir filme iraniano pra confrontar a cultura pop ocidental judaico cristã, morde fronha!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Halloween - Aceitar ou não aceitar?




Todo mundo lembra do Halloween, ninguém lembra o dia do folclore.Não sou idealista, eu admiro o halloween, inclusive sei seus significados (como a abóbora com carinha de má, a data em que ocorre e até o significado geral em torno do dia e sua sequência, no dia de finados).
O que me causa certo incômodo é a modinha de se abrir as pernas pra uma cultura que não a sua e não ter a decência de saber de onde vem.
Naturalizar-se culturalmente precisa de mais do que ser 'do contra' em relação ao seu país, só porque tem problemas que você acha que não tem lá fora.
O que me causa certo incômodo é a modinha de se abrir as pernas pra uma cultura que não a sua e não ter a decência de saber de onde vem.Naturalizar-se culturalmente precisa de mais do que ser 'do contra' em relação ao seu país, só porque tem problemas que você acha que não tem lá fora.





Eu, particularmente, adoro ler sobre druidasStonehenge, espantar espíritos à véspera do dia de todos os santos, o subsequente dia de finados e tals. Mas também, enquanto brasileiro E pesquisador nato, também sei que hoje é Dia do Saci, uma lenda brasileira, mas isso não interessa aos rebeldezinhos da vida.


É só ver assim: 


Há a corrente dos que defende o Halloween porque é legal, está na moda e mexe com coisas sobrenaturais que você já cansou de ver nos filmes.

Tem a galera que defende a cultura nacional e que se dane o resto (dizendo que é satanismo ou só por fascismo mesmo).


O problema é que as duas correntes não conseguem escapar da argumentação mais detalhada, só defendem por rebeldia. 'Ah, eu sou nacionalista', 'Ah, eu gosto do que vem de fora pra parecer moderninho'. Que goste, mas que não encha o saco como se isso fizesse de você mais legal. Não faz. Você é só um adolescente mental em busca de auto-afirmação da sua tribo.


Criticar os nacionalistas também é outro erro, já que o primeiro argumento é que tudo o que temos aqui foi feito fora... ALÔÔ! Será que alguém não percebeu que os EUAses também não têm tradições externas? e... ops, adivinhem... Halloween é uma. Quando a tradição religiosa foi criada, nem existiam EUAses, nem Brasil


Cerimônia Druida de Halloween, cultura Celta muito ancestral a EUAses e Brasil.
Então, joguem um absorvente interno sabor maracujina na goela e pare de tentar parecer modernoso gozando com o pau dos outros. Tem espaço pra todo mundo.

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