Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Vinde a mim os recalcados!


Você se incomoda quando vê algum tipo de personagem agir em desacordo com o que você julga certo só porque o tal personagem tem algo em comum com você? Acautelai-vos! Elucidá-los-ei! Eis que surge um ‘recalcado DETECTADO’!!!

Romário parou de jogar, mas eu não parei de futucar (eitcha, comentário oportunista seguido de expressão esdrúxula!). O que pega nesse post é a galera do recalque que, não à toa, se enche de complexo e dispara impropérios como se não houvesse amanhã.

Saiba mais agora: A novela Duas Caras parece um emaranhado de situações forçadas sem um roteiro aparente e isso todo mundo pode perceber (embora não faça – ou não queira). É uma favela lírica, personagens-arquétipos-non-sense de segmentos da nossa sociedade, etc. Claro que incomoda! Eu também fico irritado em ver determinada caracterização de personagem se tornar alvo/motivo de escândalo. O que não dá é pra ver os recalcados julgarem a obra por não mostrar seu lado como super-poderoso. Não que não caiba uma ressalva do tipo: Um personagem mais esclarecido chega e explica que nem todos são assim, por exemplo.

Digo isso por alguns (alguns, nada, muitos!) comentários a respeito de personagens evangélicos da referida novela global. Tá, evangélico algum tem obrigação de ver um personagem da sua religião agir de forma imprópria e ficar quieto, mas, calma lá, por que um evangélico não poderia cometer improbidades? Só porque é evangélico? Evangélico não carrega dinheiro em cueca ou transporta dinheiro não declarado? Eu curto heavy metal e, mesmo assim, não acho totalmente errado quando mostram os headbangers como acéfalos na tênue linha entre um homem das cavernas e um ogro. E por quê? Porque acontece. Existem tipos assim, sim.

Isto posto, não acho apropriado resmungar por algum evangélico ser exibido como violento (ou, redundantemente, idiota) numa novela. Ninguém está acima do bem e do mal. Acusar de preconceito a emissora por isso é, no mínimo, estúpido. Qualquer um sabe que a pregação enaltece seu próprio povo e se convence de que os de fora são os imperfeitos (obviamente, há uma grande deturpação da palavra ‘pecador’ aí).

Veja, abaixo, o que te faz um recalcado. Você é um alvo deste texto se toma (UIA!) como ofensas pessoais o comportamento de personagens da ficção sendo:

-- Evangélicos fundamentalistas: Daqueles que julgam e ofendem pessoas em nome de sua religião.

-- Negros do mal: Favelados, bandidos, escravos, empregados, etc.

-- Mulheres superficiais: Interesseiras, trambiqueiras, vadias, loiras burras e tals.

Enfim, citei só os mais manjados, mas há os casos de espíritas caricatos, homossexuais afetados e mais. Se pararmos para reclamar disso, a teledramaturgia, e ficção em geral, pára. PURRA!!! Vai dizer que não existem tipos exatamente como os citados acima? Claro que sim, mas, os recalcadinhos adoram se doer (UIA²!!!) como se aquilo fosse uma propaganda publicitária de lavagem cerebral contra sua tchurminha. Se você não se adequa ao clichê, ao arquétipo, ao paradigma (hmm!), legal, mas não pense que todo mundo é assim. Temos, muito, a tendência de julgar o (mundo) externo a partir do (nosso) interno, mas deixa de ser ego(etno)cêntrico, ô, poia!

Curiosidades:

- Há quem arme banzé (sério, quem fala assim, hoje?) por utilizarem a palavra ‘denegrir’ (que significa enegrecer, manchar, infamar). Segundo recalques inflamados, a palavra seria uma ofensa aos negros, como dizer que uma situação está “negra” (e evangélicos dizem que a Globo está denegrindo a imagem dos religiosos - coisa que, segundo eles, não acontece com os 'macumbeiros').

- Na mesma frase que um evangélico acusa a Rede Globo de preconceituosa em relação aos evangélicos, vem um comentário do tipo: “...enquanto mostra homossexuais em horário nobre como se fosse uma coisa normal...”. Sei não, parece preconceito também.

domingo, 6 de abril de 2008

Beleza-Padrão


Bem, vamos logo ao propósito da pauta (ih, tem mesmo isso?!?)

O que é a beleza? É o que VOCÊ acha agradável de se ver (ouvir, falar, fazer, etc)? Ou seria o que alguém determinou?

Se você vai pelo senso comum e acha bonito o que uma multidão também acha (e se acha no direito de pensar que é formadora de opinião), digo-te: BUCHA! Mas, calma, nada de pensar: “Ma, Garcia, e se eu achar bonito mesmo, independente da maioria, mesmo que a maioria também ache?”. Eu mesmo (com toda a tendência controversa e polêmica inerente ao ser) concordo com o senso comum em vários aspectos, mas, nem a pau que eu vou classificar como feio algo ou alguém que foge do padrão pretensamente determinado pela maioria (ou por quem a influencia).

Isso me traz ao ponto que originou a idéia deste post: Preta Gil. Sim, a filha do ministro (que ela não me veja falando assim, hehe) gerou assunto ao se mostrar descontente com piadas, comentários e afins sobre sua forma física. Tá, concordo com ela no que tange ao fato desagradável de ser alvo de mediocridades e impropérios sobre o que não diz respeito a alheios. Só que, vamos, venhamos e convenhamos, a moçoila é uma personalidade pública. Mesmo que seja atriz, cantora e tals, mexeriqueiros de plantão vão falar de sua vida pessoal (fazer o quê? Eu também acho fútil e superficial²).

O que me impele a divagar aqui é algo que eu li sobre Preta, quando ela falou que só não é uma saradona porque não quer. Concordo também nisso, simplesmente, porque as saradonas do pedaço malham forte, e isso não é dádiva de Deus, qualquer um que pague a mensalidade da academia consegue. O que me incomodou foi ver que Preta, mesmo dizendo estar bem resolvida consigo mesma, dá assunto pra mídia de fofoca com sua insatisfação. Afinal, todo mundo sabe que isso é igual a apelido na época de escola. Quando você menos gosta é, justamente, quando a coisa pega.

Com isso, quero dizer (quero, nada, DIGO!), que existem belezas diferentes. PURRA, com tantos biótipos diferentes, como uma mente pode se considerar normal determinando só UMA referência para algo?! Não, não espere que eu caia naquela baboseira de “o que importa é a beleza interior!”, isso é pra filmes da Xuxa e do Didi (onde o elenco é lindo de morrer... RÁ!!!) ou pra cirurgiões... Ah, vai, os caras devem saber quando um coração é bonito ou um rim é feio – nesse momento, gargalho como se não houvesse amanhã!

Uma mulher nunca, repito, NUNCA vai ser interessante só com beleza física. Pode ser atraente (a menos que adote a forma do He-man, aí fica bizarro!), mas, se for burra feito uma porta... aff, é tão útil quanto conhaque pra abastecer carro de fórmula 1. Nesses casos, só serve como status, tipo: Olha a gostosona ali, tô pegando! E depois? Vira pro lado ou arrisca um “Será que chove?” pra puxar assunto? Cuidado, o resultado pode ser desastroso e traumático – Rá!

O negócio é o seguinte, acho que uma pessoa pode ser bem resolvida consigo mesma e tirar críticas de letra (Duvido que o Faustão se incomode com isso – Ô loco, meu, tanto no pessoal quanto no profissional, bichooo!). Pensa bem... A Luciana Gimenez é lindíssima e não conhecida pelo intelecto, por exemplo. Marília Gabriela não é, nem de longe, um símbolo sexual, mas é uma das personalidades públicas mais conceituadas em sua área (o adorável jornalismo) e ainda ataca de atriz. Qual dos dois tipos você acha que dura mais? Alguém conhece uma inteligência que tenha desenvolvido barriga? E celulite? E... que mulher não tem celulite? As saradonas, saca, aquelas pessoas que fazem curso pra gordinhos do amanhã.

FGarcia® malha... malha os outros, mas, se ofender algum recalcado (ops!), pede desculpas.
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