Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Relatos Interessantes: É só uma piada

Bem, inauguro aqui uma espécie de seção de desabafo, mas não aquele desabafo emocional, acalorado, um desabafo em forma de testemunho. Coisas que preciso compartilhar (e quem quiser, fique à vontade pra me encaminhar os seus próprios). No episódio de hoje: A galera do 'É só uma piada'. Primeiramente, devo dizer, esse negócio de piada, como sempre digo, não é inocente. Toda piada é como uma conversa, um poema, uma reportagem, um livro, etc... é uma peça de comunicação entre pessoas de uma sociedade. Portanto, não existe piada que não carregue, minimamente, uma ideologia. Pode ser a de quem a conta, pode ser de alguém que segue feito um cãozinho adestrado, mas o fato é que piada não é só piada. Veja isso.



Essa aconteceu comigo mesmo (Fernando Sagatiba) há coisa de dois anos, mais ou menos. Tinha uma pessoa no meu Facebook... chamarei essa pessoa de Piadista. Bem, Piadista - até onde convivi - era um roqueiro ateu - mas que não falava inglês (eu hein, como entendia se não o xingavam nas letras de rock internacionais que ouvia?) - e, seguindo todo o trajeto conservador metido a rebelde, fazia a modinha 'é só uma piada' e que piada tem que ter um alvo pra ser engraçada. Certa feita, Piadista postou uma montagem que, supostamente, visava ofender fãs de BBB, mostrando um ex-BBB pagando de assistente "especialista em BBB". Na legenda, estava escrito 'tinha que ser nigga mesmo'. Percebe? O supra inteligente não sacava de inglês e não viu que estava, na verdade, repassando uma peça racista. Comentei isso, ele reconheceu que não sabia.

Não era exatamente essa a representação do orixá, mas dá uma ideia.

Outra hora, eu postei uma imagem de Iansã (a divindade da mitologia iorubá que representa dos ventos e tempestades) representada por uma mulher negra de semblante valente e seios nus. Ele veio no meu facebook e comentou 'Ia nela fácil!'. Ainda brinquei que não se pega vento ou tempestade e a vida seguiu. Depois de algumas outras piadas mal formuladas como zoar mulheres feministas que gostam que homens abram portas de carros, eis que o Piadista posta uma montagem com um diálogo fake entre Charlie Brown e Snoopy onde um admirava a criação de Deus e o outro falava algo como 'é, a peste negra foi sensacional mesmo'. Não liguei pra isso e, um tempo depois, fiz uma postagem criticando piadas preconceituosas. Afinal, realmente não entendo que interesse é esse em ateus-revolta quererem provar que Deus não existe. Eu, por exemplo, vivo bem admitindo ue não sei de nada e o pouco que teorizo pode estar completamente errado. Tenho fé? Tenho, mas não ligo pro que os outros falam, nem acho que os outros devam mudar as suas. Enfim...

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A imagem era essa, mas com balõezinhos.

Piadista e eu tivemos um longo embate de ideias, eu defendendo que piada tem que ter responsabilidade e respeito e ainda assim, pode ser inteligente e engraçada (coisa que é a grande graça da piada, com perdão do trocadilho). Ele, com aquele papo sexta-série-de-fundo-de-sala de que tem que ofender um pra dez rirem e toda aquela baboseira. Terminei a conversa dizendo:

"Houve um acidente na Lua. Sem gravidade."


E perguntei que tipo de ofensa ele via numa piada dessas. Ele riu, mandou aquele discurso genérico de quem foge da conversa por falta de argumentos próprios não decorados. E dias se passaram.

Então, o que aconteceu? Confirmaram Beyoncè no Rock in Rio (2013, 2014, sei lá), e Piadista postou uma montagem em que o "gigante" (aquele do Johnny Walker - keep walking) ia embora depois disso. Eu postei uma piada interna da galera nos comentários "hmmmmm" (aquela expressão de quem duvida da masculinidade do cara). Ele se contorceu feito vampiro em molho de água benta, foi áspero dizendo que se eu o considerasse gay por preferir um coroa barbudo tocando guitarra a uma gostosa rebolando, então que era pra eu chamá-lo de gay mesmo e blá, blá, blzzzzZZZZZZ.



Eu apenas respondi que se ele defendia tanto a piada com um alvo, que não se enfurecesse assim, já que 'é só uma piada'. Pela ironia seguinte 'tá, comenta o que você quiser aí' e a pergunta dele 'precisa mesmo disso?', percebi que ele não superaria tão fácil a prova do próprio veneno e que ainda lembrava de nosso embate anterior, o que me emocionou, houve um tempo em que ninguém ligava pro que eu falava. Rá! E olha que nem fiz de maldade, apenas mencionei por ser oportuno, mas aí, já era. Já não poderia haver respeito da minha parte. Outro dia, Piadista passeava com a esposa na Central do Brasil e nem olhou na minha cara. Me excluiu do Face. Não deixou saudades.

Tem um relato também? Me procura no feici.



Lembrando, não precisa ser sobre humor ofensivo, QUALQUER história de contestação e combate a preconceitos estamos aí pra divulgar mesmo. Prometo que dou créditos, se quiserem, e também guardo sigilo absoluto se for o caso. Poupei até a identidade de um reaça, acreditem em mim. Rá!²

quinta-feira, 19 de março de 2015

"Nego", "Neguinho", "Neguim" é f...



E já explicando o título, sim, é f... É f... ouvir isso, ser chamado disso e não é pela palavra em si. É pelo significado, porque palavras, você sabe, são frias expressões, mas dependendo do contexto, elas ganham significados e isso é que faz o juízo de valor sobre elas. Como as palavras do título, que depois da escravidão até ganharam um viés carinhoso, em certas horas, mas surgiram - e ainda são muito usadas - como definições de identidade de um estereótipo não humano: O negro escravo. Por isso, até hoje, as pessoas ainda têm reservas em usar os termos com medo de parecer ofensa - e é pra ter, pergunte, a gente responde, mas pergunte pra quem entende, não só porque é negro, porque tem muito irmão que se aceita alvo de piada e ofensa pra parecer legal. Falo disso depois.



Racismo gera constrangimento. Em todos. É um costume que começou com a escravidão e extrapolou a abolição. Daí, dizermos que a abolição apenas estabeleceu uma lei de motivações políticas, mas nada, nada sociais. Visto que a maravilhosa lei foi escrita e assinada, mas o povo contemplado (o negro, diretamente e a sociedade como um todo) não se viu livre do racismo, nem incluso em qualquer programa de inclusão social por parte do mesmo governo que “libertou” os escravos. Enfim, não vou ficar falando em escravidão aqui porque demandaria muita informação, apenas citando-a para começar a conversa já basta.

A questão é que o racismo gera constrangimento, não porque seja da natureza, mas porque a sociedade tenta segurar com a mão um pequeno furacão. A ilustração é pra demonstrar como as pessoas lidam com um assunto que não entendem, mas sabem que está lá. Melhor negar, melhor largar de mão, fingir que nada aconteceu e seguir como se a natureza tivesse estabelecido. É o filho que não quer limpar a casa quando o pai viaja. Vamos evitar a fadiga. Vamos? Não. Vamos tocar na ferida e a bola da vez é o termo ‘neguinho’ no sentido em que deveria ser usado ‘alguém’. Veja bem, desde a escravidão que usar termos pra determinar a etnia negra é ofensa. Imagina, mais de 300 anos vendo a palavra ‘negro’ (e variáveis como negão, neguinho, nego, preto...) sendo empregada no momento de uma chibatada, um cavalo arrastando um corpo por uma corda, queimaduras de ferro quente pra marcar as iniciais do senhor do engenho, apontar culpas, etc... Por esse prisma, é perfeitamente natural a sociedade não querer falar sobre isso. Envolve apontar responsabilidades, se não por fazer, por deixar ser feito, ou por não se pronunciar ao ver sendo feito. Muita gente ‘adora negros’, mas tem sempre uma ofensa racista na ponta da língua se um negro lhe ofende, fecha o carro no trânsito, etc. Quando não faz "de brincadeira", exatamente como qualquer sinhazinha fazia com a mucama.

Mesmo depois do açoite, ser negro ainda é ser alvo da maldade do racismo.

Então, voltemos ao ‘neguinho’. Neguinho, na escravidão era uma ofensa, uma necessidade de diferenciação entre pessoas que, claramente, tendia a menosprezar a etnia/raça do negro. Veja como negro é uma forma de estereotipar, mas branco, por exemplo, não é. Você não vê ‘branquinho’ fazendo isso e aquilo. Você não vê falarem em ‘serviço de branco’, nem nada disso. Nem pra elogiar, pois, na nossa sociedade, o branco é o normal estabelecido, pois é a base do colonizador e, nos tempos de hoje, o referencial da mídia, mesmo que estejamos no país mais negro fora de África. Então, o negro fica como ofensa e ponto, não em competição com o branco, pois branco não foi escravizado e não passou pelo processo de desumanização da escravidão e depois pelos livros de história convencionais (onde o negro é um coadjuvante que ficou lá sentado esperando Isabel libertá-los - #sqn). Há um certo sentido lógico no desconforto que muitos sentem em se assumirem negros ou apontarem pra alguém e falarem ‘ele é negro’. Ainda mais hoje em dia, com tanta informação sobre racismo correndo solta. As pessoas têm o inconsciente de que é racismo, mas não querem admitir, porque nem entendem como seria se fosse diferente. "E eu tenho culpa?", já diz a pessoa que não vê cores nem etnias, mas assume inconscientemente sua posição de privilégio racial na sociedade (geralmente é contra cotas, por nã entender nada do que estamos falando aqui). 'É natural e se contestar fizer com que elas saiam do lugar comum, da zona de conforto, melhor manter tudo como está e o "neguinho" que se vire.

Negros vivendo em sistema de escravidão.

“Vem logo neguinho pra falar...”, “nego inventa...”, “neguinho é sinistro...” tudo isso é racismo introjetado na sociedade. “Ain, Saga, mas todo mundo fala assim, até os negros”. Sim, gafanhoto, mas muita gente também mata, rouba e lê Veja revistas de fofocas políticas, mas você não acha tão normal assim só porque é algo que se faz há muito tempo no mundo, né? Tenho visto pelos Zaps da vida muita gente compartilhando umas montagens bem escrotas com dizeres nessa linha ‘nego/neguinho faz/fala isso/aquilo’. Não me posicionei nesses grupos sobre isso porque é socar ponta de faca, já que a maioria vai na maré que falei, de que é normal, 'só uma piada', sobretudo no atual momento em que vivemos um imediatismo quase suicida de tudo que surge agora é o melhor/pior do mundo e um minuto depois ninguém se importa. É, as redes sociais evoluem e isso não é necessariamente uma coisa boa, mas tem remédio. O papo é que ‘neguim’ é um termo pejorativo. Sim, pejorativo e não adianta mandar o papo ‘sexo e aR nega’ de que a palavra pode ser usada com carinho. Sei que pode, mas não estou falando do seu caso específico, nem de ninguém individualmente, estamos falando aqui de cultura, sociologia, comportamento social ao longo da história e seus reflexos no hoje. E a nossa sociedade está com o racismo dentro da receita, como o ingrediente adicionado à massa ainda no preparo e não jogado superficialmente depois do bolo já pronto. Assim seria fácil.

O homem branco é o senhor, dono, proprietário dos cinco outros homens negros e mulatos. Os outros se encontram atrás. O primeiro à esquerda do senhor é mulato, está bem vestido. Ao contrário dos outros, deixou o cabelo meio liso crescer, penteou-o, fez uma risca no lado esquerdo, como o seu senhor. Mas não pode usar sapatos, privilégio e marca distintiva dos livres e libertos. Tirar fotografia era uma operação demorada. Ninguém podia se mexer durante quase dois minutos. Outras tentativa já podiam ter falhado. O fotógrafo Militão, que fez essa foto em São Paulo, deve ter reclamado. Por isso ou por outras razões mais secretas, o senhor está zangado, de cara amarrada. O escravo situado à sua direita, assustado, encolheu-se. Na extrema esquerda, o homem com a varinha na mão - pastor de cabras ou de vaca leiteira na cidade - tem um olhar altivo, talvez porque traga nas mãos o objeto de seu ofício, que o distingue dos outros cativos, paus para toda obra. Na extrema direita, o homem de branco se mexeu: estragou a foto da ordem escravista programada pelo seu senhor. Vai apanhar. No seu rosto fora de foco vislumbra-se o medo. Vai apanhar. ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. p.18-19<br></br>Palavras-chave: relações culturais, escravidão, fotografia, Brasil Império.
Homem e seus escravos, seus 'neguinho'.

“Neguim” é aquele que você não é, ou não quer ser. ‘Neguim’ é o que age de maneira estranha, da maneira que você e seu grupo não agiriam, é o exemplo do que se faz de errado, bizarro, exótico, etc. Você não substituiria ‘nego/neguinho’ por você mesmo na frase, mesmo que seja negro falando isso (há tempos que estou me desprogramando, mas ainda cometo essa falha, em algumas distrações. Argh!). ‘A gente tá cantando aqui, aí, vem logo “neguinho” mandar a gente parar’. ‘A gente tenta entrar na fila pra pagar, mas vem logo “neguinho” pra passar na nossa frente’. Viu? “Neguinho” é o chato, o desagradável, o errado de fora, aquele que não é do grupo. Perceba que isso, inclusive, serve de mote pra desonestidade. As pessoas que se fazem de tão certinhas, mas é só se deparar com um alvo de seu preconceito e já dizem ‘depois dizem que sou preconceituosx, mas Alá, tinha que ser...’, porque a pessoa É PRECONCEITUOSA SIM, e estava apenas esperando uma desculpa qualquer pra mostrar que “estava certa”. ‘“Nego” é f...!’, diz a pessoa que quer justificar a desonestidade própria com a alheia também. ‘Ah, Saga, todo mundo faz!’. Mas estou divagando.

O homem branco é o senhor, dono, proprietário dos cinco outros homens negros e mulatos. Os outros se encontram atrás. O primeiro à esquerda do senhor é mulato, está bem vestido. Ao contrário dos outros, deixou o cabelo meio liso crescer, penteou-o, fez uma risca no lado esquerdo, como o seu senhor. Mas não pode usar sapatos, privilégio e marca distintiva dos livres e libertos. Tirar fotografia era uma operação demorada. Ninguém podia se mexer durante quase dois minutos. Outras tentativa já podiam ter falhado. O fotógrafo Militão, que fez essa foto em São Paulo, deve ter reclamado. Por isso ou por outras razões mais secretas, o senhor está zangado, de cara amarrada. O escravo situado à sua direita, assustado, encolheu-se. Na extrema esquerda, o homem com a varinha na mão - pastor de cabras ou de vaca leiteira na cidade - tem um olhar altivo, talvez porque traga nas mãos o objeto de seu ofício, que o distingue dos outros cativos, paus para toda obra. Na extrema direita, o homem de branco se mexeu: estragou a foto da ordem escravista programada pelo seu senhor. Vai apanhar. No seu rosto fora de foco vislumbra-se o medo. Vai apanhar. ALENCASTRO, Luis Felipe de. História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. p.18-19<br></br>Palavras-chave: relações culturais, escravidão, fotografia, Brasil Império.
Negro sendo punido. A Sapataria - Debret.

Então, posso concluir que ‘nego/neguinho/neguim’ é uma forma de racismo ainda naturalizada, óbvio. Se pessoas ainda chamam negros de macaco e há tantos que defendam, usar um termo ainda mais corriqueiro chega a ser invisível pra muita gente. Racistas estruturais, como eu digo, que assimilaram desde pequenos sem nunca ter questionado e hoje, defendem suas verdades. Provavelmente, considerando o contexto da reencarnação, estavam lá na antiguidade falando coisas como ‘A Terra? Redonda? Queima esse cara, tá maluco!’. Muitos se acomodam por não saberem nem por onde começar a tratar do assunto. Sei que são pessoas que depois que alguém apresenta uma evolução na conversa, vão ser os do ‘já tinha pensado nisso, mas nunca falei’, mas tá de boa. Continuo no propósito, repudio tanto aquelas montagens que já me afastei de grupos no ZAP por isso, pra não ter que explicar pra criança que papai Noel não existe (NÃO EXISTE, SAGA??!).

Pra quem acha que o negro apenas apanhou e trabalhou, houve reação E MUITA! Essa é uma das verdadeiras razões pros senhores terem arregado e aceito a libertação, mesmo sem incluir na sociedade. Eles tinha e têm medo.

No mais, estou só aguardando o momento que alguma fan Page da vida resolva que o filão do momento seja esse pra denunciar o racismo com uma fonte concreta, que terá de explicar de onde tirou isso e, sonho eu, vai desmantelar, pelo menos, essa intentona racista. Aliás, num dos locais de onde me afastei por causa desse tipo de piada racismo moleque, uma pessoa se gabava – sim, se gabava – por ter uma pasta inteira com essas montagens ‘nego/neguinho é...’. Óbvio, pessoa branca aplaudida por outras pessoas brancas que nunca sofreram racismo e, obviamente, não se importam muito com os sentimentos dos possíveis negros de seu convívio. Aliás, muito sinhozinho era amigo de aventura de escravo negro até dar mer...da, quando a culpa caía no PT e nos dinossauros ‘neguinho’ e o filho do dono saía saindo.

Marcas do açoite. Hoje não são só físicas.


Então, amigos, sempre que ouvirem ‘nego/neguinho isso e aquilo’, saibam que é racismo em sua forma pura, aquela inocente que nem pensa nas conseqüências ou causas do que está fazendo só porque é um costume, como o de sacrificar virgens para acalmar uma tempestade ou um vulcão (hoje em dia iam se dar mal, CHUPEM! – Rá!). “Neguinho isso e aquilo” é minha jiromba, ok? Não vou ficar quieto se me puxarem pra uma conversa assim, ou no mínimo, vou fazer estrondo com minha saída dramática – rá! – sem olhar pra trás. Em tempo, vai ter gente falando que isso é se fazer de coitado, que isso é ver racismo em tudo... bem, como já debati muito sobre isso com ignorante, só mando lamber sabão agora, tá? Não discuto mais, porque quem quer aprender, pega e lê, pra mandar uma dessas é porque a cabeça está fechada e o cérebro intacto, primeiro dono, só com a habilitação vencida e uma engrenagens enferrujadas por falta de uso. Ou uso errado, sei lá o que essa gente anda absorvendo com a mente.

Ratificando: Não vou divulgar essas montagens porque não quero meu espaço de reflexão e debate sendo encontrado em sites de busca por imagens que vão retratar justamente o que quero combater. Deus me livre aparecer um bizarro racista achando que isso aqui é mina de ouro de sua maldade e ainda vai cair de paraquedas aqui pra falar m... Já tem os que fazem isso sei lá de onde, eu que não vou jogar anzol.

domingo, 15 de março de 2015

Dos impeachments, manifestações, achismos e a política


Vejo muita gente falando que política não se discute. Caô. Política se discute sim, mas estamos discutindo errado. Não basta ter respeito entre as partes – embora, ultimamente, respeito não se vê muito. A questão é que política é sociologia, ciência política, filosofia, antropologia, enfim, é um sistema que corre em paralelo – e misturado – à própria sociedade. É muito raso querer discutir política por uma eleição ou por uma nota no jornal. Aliás, isso nos leva ao próximo ponto.

 Querer discutir política sem conhecer como funciona a própria sociedade é discutir o leite derramado sem conhecer a história daquele leite, o que o levou a chegar ali, QUEM levou aquele leite até ali e o que o fez – direta e indiretamente – ser derramado. Enfim, é discutir o resultado sem conhecer o processo. Política não é presidência, não é congresso, não é meme de internet. É a própria sociedade. Aprendi com um professor de Ciência Política, na facul, que as relações sociais são políticas. Combinou com seu colega de apartamento que não havendo ninguém no recinto a regra é apagar a luz da sala? Política. Chegou ao local de trabalho, banheiro unissex, e estabeleceu-se que a tampa do vaso deve permanecer abaixada? Política. Entrou numa banda de rock e combinou que o vocalista dá entrevistas e o baterista procura lugares pra tocar? Política. Entrou na loja e o vendedor orientou que seu pedido deve ser feito no caixa? Amor etern... Brincadeira, é política também. Percebe onde quero chegar com esse papo? Prossigamos.


Aí, tem a galera que quer porque quer mudar a presidência porque quer mudança, porque mudança é importante, porque a presidentE fez algo que eles não gostaram. Isso é política? NÃO! É birra. Criancice. Golpe. Aliás, muito do que se atribui à figura do presidente nem é responsabilidade da presidência, diga-se. Querer mudar a presidência porque leu no Facebook isso ou assistiu no JN aquilo é achar que tem diploma de paleontologia por assistir Jurassic Park. Palavra de jornalista formado e com conhecidos no meio convencional. Uma matéria já sai da redação pronta, ela só busca embasar suas colocações com entrevistas pra passar credibilidade. Não é a verdade nua e crua apresentada diante de seus olhos. A folclórica manipulação de informações começa aí, você não vai ver uma pessoa uniformizada com um letreiro anunciando ‘estou te manipulando, acredite se quiser’. Muita gente acha que tá antenada com os acontecimentos e tá lendo coisas que um repórter falou. Repórter lê 1000 coisas pra publicar 10 e da maneira que seu editor falar. Mas, estou divagando, quero voltar um pouco na conversa de troca de presidência.


Trocar a presidência é como trocar a cereja por um brigadeiro no alto do bolo e querer que o bolo mude de sabor e que o casamento se torne baile de 15 anos. Não vai levar a lugar algum. Não estou pondo meu posicionamento a respeito – por enquanto – é só pra estabelecer os fatos e criar umas perspectivas. Já viu como a troca de treinadores técnicos funciona no futebol brasileiro? Um time tá ganhando e dizem ‘em time que está ganhando não se mexe’, aí o time degringola e todos pedem a cabeça do técnico. Senhorxs, se trocar o técnico fosse certeza de vitória, todo time que substituísse a pessoa no cargo seria, invariavelmente, campeão. “Ain, Saga, mas se não ganhar é porque o time é que era ruim mesmo”. Sim, gafanhoto, é aí que eu quero chegar. Não adianta trocar o técnico se não trabalhar os jogadores, se não mudar a mentalidade da torcida, se os dirigentes continuarem a visar apenas lucro e a conscientização de que é preciso honestidade e harmonia ficar de lado. É disso que eu to falando. Trocar a presidência não vai mudar o país, até porque muitos empresários – os verdadeiros governantes do país – financiam campanhas a esmo, vão ganhar de qualquer jeito. É como, sei lá, uma cervejaria, patrocinar ao mesmo tempo Vasco, Botafogo, América e Bangu. Você vai ficar esperneando que tem que trocar o técnico, o presidente e até o limpador de piscina do clube, mas vai continuar sem olhar o todo, sem olhar pra onde importa. Ou seja, quer é ter do que reclamar pra parecer consciente, mas nem memória, nem poder de contestação tem sem a fotomontagem da internet.


Então, pense duas vezes antes de debater sobre um assunto na inflamação de nervos, no achismo e na base do latido. Complexo de vira-latas não é legal, não adianta culpar a presidência por uma responsabilidade da prefeitura, por exemplo, correr pra rua gritar por impeachment e rosnar pro coleguinha na internet. Você está sendo massa de manobra fazendo isso. Ninguém gosta de admitir que está em posição de desvantagem, mas é assim que funciona. Um grupo cria os memes, as falácias, os achismos e as irritantes comparações dedutivas simplistas e um grupo maior vai nessa onda, só que o que o primeiro grupo visa é beneficio próprio, o resto é soldadinho vendado – e vendido -  indo morrer no front em nome do rei. É o bichinho de estimação achando que vai passear na rua e vai levar injeção do veterinário. Embora, a injeção do veterinário tenha realmente um motivo positivo. O grande problema é que pessoas formam suas opiniões sem base, mas como sua referência é sua própria cabeça, ficam achando que se brotou na sua cabeça, então é porque é verdade. Petulância e prepotência. Ficam com aquela opinião furada guardada só na espera por algo que a confirme pra ter certeza de que não tá pensando merda sozinho. Mesmo que seja mentira. Aí, quando pega uma notícia mentirosa na tocaia, sai repassando pra pensar que tem alguma razão de ser. Não tem. Tá feio. A gente fica olhando isso de fora da sua cabeça e acha ridículo.


Essa manifestação de impeachment é livre, o choro também, mas não passa de corrente de e-mail pra ajudar alguém que ninguém identifica numa foto de 1960 com a promessa de que ela vai ganhar 0,01 centavo a cada compartilhamento, caso contrário, Deus vai jogar abelhas na sua orelha e um cara vai dissolver depois de cair no tanque de Coca-Cola, restando apenas um dedo, que você vai encontrar num pacote de Doritos. Abra os olhos e reflita.  


E coxinha.



sexta-feira, 13 de março de 2015

Diário de um banana no Bradesco de Cascadura


Hoje, amigos, é um dia atípico pra mim, Fernando Garcia, o Sagatiba. Não, nada a ver com sexta-feira 13 e essas coisas. Hoje é um dos raros dias em que realmente conseguem me tirar do sério. E o problema tem nome, ou melhor, tem ‘presença’: Bradesco. Nome completo? Bradesco de Cascadura.

Bem, o meu diário de um banana relato começa com uma simples ida ao banco, há algumas semanas. Pra resolver um problema que eles mesmos criaram, ou melhor, deixaram acontecer, se não por incompetência, por má fé mesmo. Ocorre que o lugar onde trabalho possui um convênio com a entidade do capiroto, forçando fazendo com que seus funcionários abram contas-salário junto à mesma. Mas, aí, existe um direito do cliente de migrar seus ganhos para uma conta corrente à sua escolha, a portabilidade (saca, aquela coisa que bancários odeiam ouvir e chegam a tomar como ofensa pessoal). Pois bem, eu já tinha passado por isso em outra empresa e uma funcionária do banco de lá me orientou ‘isso é um direito seu que eles evitam te falar, mas não podem te negar’. Claro, se é um direito, mesmo que eu não exercesse, não poderia me ser alienado. Fui e fiz, peguei um papel com a moça do meu banco (tão solícita que nem me deixou ir pro atendimento regular, providenciando o documento em minutos mesmo auxiliando outros com dúvidas e senhas).

Enfim, entreguei esse documento no Bradesco na última semana de fevereiro e meu salário, que é bom, não foi transferido, comprovo com extrato da minha conta corrente. Fui à empresa e lá não havia problemas, pois, me imprimiram um comprovante de depósito na conta-salário. Liguei para o Bradesco e me informaram que a tal portabilidade (a essa altura, já um sonho maior que a casa própria) nem havia sido computada. Fui orientado a ir à agência pra ver o que houve, além da evidente falta de comprometimento do banco com um cliente. Pois é aí que começa a minha sexta-feira 13 (não que eu seja supersticioso, mas calhou de ser neste dia e calhou de ser um baita azar me ver ligado a esse banco bizarro). Quer ver como se começa uma manhã de mau humor? Fique por aí, se tiver estômago.


Ainda aqui? Lá vai. Chego ao banco Bradesco de Cascadura por volta das 10h20 e sento na poltrona para aguardar o atendimento do gerente. Havia apenas um rapaz já sendo atendido e um senhor antes de mim aguardando também. Fiquei lá, mexendo nos cabelos, no zap e coisa assim. O rapaz nem parecia estar resolvendo algo, parecia mais um camaradaço do gerente batendo papo e com uma pena de ir embora que eu já tinha chutado ele mentalmente pra fora dali duas vezes. Foi lá o tal senhor e nem ficou 10 minutos, acho. A moça – a mesma que já tinha aceito meu documento de portabilidade falando que tudo estava encaminhado da outra vez – lembrou de mim e confirmou que meu atendimento deveria ser com o gerente mesmo. Bleh, fez diferença nenhuma, mas pelo menos dessa vez, acho que ela não tinha como me enganar de novo. Alívio.

O gerente termina de atender o velhinho e levanta e sai. Fiquei só olhando. Ele volta pra mesa, a moça me autoriza a ir falar com ele... ele nem senta, pega a mochila, mas ao me ver parado esperando, me dá bom dia e pergunta se é só com ele que eu preciso falar (?!). Digo que sim, pois me falaram que era só com um gerente. Ele olha bem no meu cabelo Black (?!) e avisa que está indo pra uma reunião. Fiquei olhando, ele me chamou pra uma salinha pra ver o que houve. Depois de se inteirar da situação, fez aquele rodeio perguntando se eu não queria ficar no Bradesco e blá, blá, blá... Expus meu argumento sem paciência por dentro, mas com meu famoso ar diplomático de indiferença e frieza. Daí, ele me explica que eu precisaria sacar o dinheiro desse mês e os próximos viriam pela portabilidade. Ou fazer uma daquelas transferências externas gerando uma taxa, porque seria complicado pra ele fazer a portabilidade... Joguei-lhe uma granada na boca mentalmente.


Oras, senhor Flávio (acho que é isso, porque ouvi um funcionário falar, pois se apresentar que é educado, nada), o senhor é um gerente de banco e eu sou um cliente sendo sacaneado a olhos vistos por falta de competência e má vontade do banco Bradesco (não sei em que proporção cada ato está) e o senhor é que tem uma situação complicada? Complicado é ficar sem salário porque nem a birosca do cartão me deram. Tá bonito pro senhor? Em todo caso, já fiz reclamação no site do banco e vou buscar quantos ambientes eu puder pra relatar essa insensibilidade racista desse banco, pois ainda me atravessa a garganta lembrar do olhar pro meu cabelo e todas as vezes que falaram comigo como se eu não entendesse o que está acontecendo. Banco Bradesco de Cascadura, tem um lugar certo no inferno pra gente ruim de jogo que nem vocês.

Volto lá no início da semana que vem e não garanto que não vá tirar satisfação de racismo, mas tenho mesmo que ir pra pegar meu salário desse mês, pois, não pude ficar na longa fila, dada a hora, que com certeza me atrasaria pro trabalho, e, ironicamente, eu seria demitido por atraso. Mas, queira Zambi, será a última vez que piso naquela espelunca da má fé, pois se eu voltar lá vai ficar muito feio e meu problema emocional vai me atacar depois de tantos anos (literalmente parte do meu cabelo cai).


 Bradesco mais perto de você?

sexta-feira, 6 de março de 2015

Mariah Carey e o Colorismo

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Linda, né? É negra. Ela mesma que diz.
Chupem, racistas e coloristas raciais!

Basicamente, temos que traçar dois paralelos aqui. Brasil x EUA.

No Brasil, temos a cultura do embranquecimento, o que faz com que a etnia negra seja vista como um defeito, um resquício do passado ‘ruim’ do Brasil (e, na minha opinião, uma atitude subliminar de esquecer o quanto tentaram dominar o negro e se viram cercados. Então, parabéns, colonizador, se somos maioria da população neste país, é graças a VOCÊ! #chupaopressor). Dada a escravidão e a resistência da população em geral de querer se identificar com o grupo social que foi escravizado e depois largado pelas ruas e favelas, temos esse quadro negro pálido de giz.

Daí, muito negro quer ser 'moreno', 'mulato', ‘pardo’ e essas coisas, já que a miscigenação permite vários tons de pele e texturas de cabelos convivendo. E também muito ‘não-negro’ acaba usando esses termos como quem acha que chamar de negro seja atribuir defeito, feiura ou pouca evolução ao coleguinha. Mas existe um problema nisso tudo: A maioria enxerga apenas a cor da pele e não pensa na etnia, na genética da coisa. A biologia é parte importante pra essa discussão, mas não é tudo. Não sejamos simplistas de achar que racismo é apenas olhar a cor e falar um eufemismo condescendente e hipócrita. Vamos pegar o avião e chegar chegando nos EUAses.

Nos EUAses (gosto mesmo de falar assim) não, lá, se tiver um dos pais negro, você é negrx. Não sei de onde vem - tenho a teoria particular de que pra separar mesmo, na cultura da escravidão deles - por isso, a própria Mariah se assume como negra, mesmo tendo mãe branca de origem irlandesa e pai negro, de origem venezuelana. Cheguei a assistir a uma entrevista dela, há muitos anos (cof – velho - cof), descrevendo como ficava branca perto da mãe, curtindo todos os privilégios, ao passo que virava negra, quando com o pai, notando toda a resistência dos racistas em ver um negro andando pela rua sem arrastar correntes. Lá, 'uma gota' de sangue negro torna a pessoa negra de origem (não esqueça aquele relato sobre Paris Hilton, dizendo que ao perceber que Vin Diesel – sim, ele também - tem parte genética negra, correu dele como quem quisesse comprar uma câmera com captação noturna de imagens). Olha essas fotos do ator (não sei se por truque, mas essa prática de raspar a cabeça e esconder a raiz crespa é muito utilizada por aqui, tipo o esticamento de ferro químico).

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Por falar em biologia, não existe etnia 100% biologicamente, já que o mundo dá muitas voltas e a humanidade já tem séculos e séculos de história. A coisa passa por uma questão ideológica também. Ué, Saga, você não ia falar de biologia? Tá falando agora em ideologia? Sim, meu pequeno gafanhoto. Vem daí que vem a crítica ao colorismo, essa ideia de que apenas um tom de pele determina que a pessoa é negra. Tem a questão biológica e a ideológica. Tem a crítica ao colorismo, como forma de desqualificar a autenticidade da negritude na maioria da população, como se negro fosse apenas o que nasce na África. Eu mesmo, por exemplo, já fui chamado de ‘marrom-bombom’ (foi uma cantada, mas você percebe o que eu disse lá no início, de elogiar não chamando de negro), ‘mulato’, ‘moreno’, ‘moreno-escuro’ (dá pra acreditar nessa?) e afins.

SOU NEGRO! Tenho sangue espanhol? Tenho. Mas tenho sangue angolano também. Olha pra mim e veja só como NÃO sou europeu. Pense em como eu seria recebido na terra dos meus bisos (trisos, tataras... sei lá o nome). Acha mesmo que eu ia chegar lá e ser recebido como um autêntico europeu do clã dos Garcia? PATAVINAS QUE IA! Lembra do que Diego Costa sofreu na Copa 2014? A seleção espanhola inteira fracassou, mas foi o brasileiro naturalizado espanhol que virou ‘macaco’ nos twitteresses da vida. “Volta pra África, então!”. Eu nunca estive lá, que eu me lembre – infelizmente e por enquanto – mas creio que seria muito melhor recebido lá do que na Espanha, mas estou divagando. 

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Voltemos ao assunto. Colorismo e esses eufemismos são tentativas de se diluir a negritude, desde sempre, da escravidão e desenvolvida como política de Getúlio Vargas, que criou a ideia de que somos todos mestiços por uma cultura de que não há negros. Era uma medida política e ideológica de se criar uma identidade própria, pegando carona na inegável mestiçagem que rolou e rola por aqui. Mas o negro está por aí, miscigenando sim, mas mantendo sua cultura, suas origens. É nessa parte que entra a ideologia. Por exemplo, como eu poderia ser ‘mulato’ sendo da mesma ‘cor’ que Malcolm X, Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela? É por aí.

Este texto me fez lembrar de uma passagem futebolística do passado. Um narrador se referiu a um jogador de sobrenome Rincón dizendo não se tratar daquele colombiano que jogou por Corinthians e Palmeiras ‘aquele é moreno’. E ao ser corrigido por um comentarista ‘mas ele é negro’, disse ‘você que está dizendo’. Como quem diz ‘você que xingou ele’. Uma outra teoria que tenho sobre isso é a subconsciência que a população aceita pela grande mídia. Se não há nem 10% de negros numa novela – que não seja sobre escravidão – então, a população não se reconhece lá. Fica fácil não querer se associar a um grupo invisível, não é? Nessa levada, também atribuo a isso a tal auto-declaração, pra concursos e outros certames. Muito negro não se vê negro, porque aprende que isso é um estereótipo, uma caricatura, um mote de piadas e violências.

Fred Rincón, o 'moreno', na descrição do narrador.

Assuma-se, diga não ao colorismo. Quem se esconde dá munição ao preconceito. REFLITA!

Ah, e sobre as gêmeas que deram o que falar essa semana, não tem como a filha de um negro, mesmo com mãe branca, ser branca. Ela é negra de pele clara. Há até quem defina esse tom como sarará. Eu mesmo tenho um caso assim em família.


Tem também o caso de Camila Pitange, que disse já ter cansado de ouvir 'mas você é tão bonita, como pode dizer que é negra?', porquê? Porque o raio do maldito colorismo quer escalonar negritude de acordo com textura de cabelos e tom de pele. Tipo, se ela é 'clara', tem cabelo mais puxado pro liso natural e nariz fino, logo, o que ela está fazendo assumindo um defeito que poderia ser escondido, né? Isso que é o tal do famoso racismo velado. Ele não se assume, nem sabe que está lá, muitas das vezes. Mas, chega de papo, já dei o recado. Agora vamos falar de coisa boa. Camila.

Camila, com o pai, Antônio e o irmão, Rocco.



E mais um pouco de Mariah.



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