Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OPERAÇÃO: CHOQUE DE ORDEM


A lei existe há quase tanto tempo quanto os dinossauros. Todo mundo sabe o que pode e o que não pode fazer. Todo mundo tem, pelo menos uma vez na vida, um momento “frase feita” quando diz “Olha só, o direito de um começa onde o do próximo termina” (ou o contrário, nem lembro, nem influi tanto no assunto). Beleza, mas tem gente que, simplesmente, não se importa com os códigos de convívio criados para uma convivência razoavelmente justa, harmoniosa e tals. Sempre tem um “féla” (abreviação de “féladaputa”) que resolve que sua necessidade de estacionar um carro na frente da tua garagem é maior que a tua de sair com o carro, tem o que se acha com direitos de desobedecer um sinal fechado e por aí vai. Estou falando tudo isso porque a lei existe, mas todo mundo sabe que não é cumprida. Ah, se fosse... Claro, sabemos que também depende da educação que cada um trás de casa. Mas, uma coisa de cada vez.

Pois bem, para que se cumpra o que já existe, a atual prefeitura criou uma secretaria especialmente designada a cuidar da ordem pública... ou, pelo menos, para que seja viável a existência de uma. À operação que está cuidando do caos urbano que existe no Rio de Janeiro, RJ foi dado o nome de “Choque de Ordem”. O nome é forte e admito que gosto. Nem adianta falar que o camelô tá ali trabalhando e que é melhor do que roubar... não justifica termos que viver entre os restos de alimento e embalagens que eles largam pelo chão. Nada me convence a viver no chiqueiro por causa do comércio informal. Como o Brasil é conhecido mundialmente (sério!) pelo jeitinho, não sei até onde, nem quando, essa campanha vai durar e se é de fundamento social ou eleitoreiro (Mas já? Nunca é cedo pra pensar na reeleição). Mas torço e levo fé que dê em alguma coisa.

Por posts anteriores e razoavelmente recentes, você percebe que nem votei no atual prefeito, Eduardo Paes, mas o homem tá lá, né, cara? Como cidadão (“como” não é o verbo, se fosse, combinaria com “cidadã”) eu quero que minha cidade evolua. E não digo evoluir como um pokemon – que sempre vira um bicho esquisito que não serve pra nada na prática – tô falando de ter uma cidade maravilhosa em termos práticos. Não só em turismo – incluindo o sexual, pros que curtem – ou carnaval. Quero um Rio decente o ano todo e na cidade toda. Centro, Barra e Zona Sul são legais - eu mesmo freqüento sempre (se me permite a redundância) – mas faço votos de que tudo se cumpra a contento e em todas as localidades. Mas – e sempre tem um “mas”, acho que é porque rima com “pé atrás” – como sabemos que este é o país da conveniência e do “uma mão lava a outra”, fica meu registro de “São Tomé”. Só vou vibrar mesmo depois que medidas de longo e eterno prazos forem tomadas. É fácil tirar um camelô da rua e apreender a mercadoria – pirata ou não – mas se não oferecer meios de se regularizar ou manter a fiscalização e repressão à desordem, não vai dar em nada.

Uma coisa é boa de se constatar, pelo menos a coisa saiu do papel logo no início do mandato. Se for eleitoreiro ou não, que se dane, que dure pra sempre e sirva de exemplo para tantos outros governos. O estadual bem que poderia fazer isso na polícia em relação à criminalidade ao invés de se contentar com números frios. Mas, voltando à vaca fria – e eu ainda mantenho meu juramento de que vou descobrir porque essa expressão existe – gostei dess atitude da nova prefeitura. Não consigo entender como as pessoas simplesmente conseguem viver em meio a tanta bagunça e ahcar normal ou necessário. Eu ando pelas ruas – a pé ou de busão, carro, tanto faz – e só consigo pensar naqueles filmes estadunidenses em que eles retratam localidades das Américas, Central e do Sul, como lugarejos quase tribais no meio da selva. Faço idéia do que parecemos para pessoas que são criadas no primeiro mundo (índios, vivendo em palafitas, entre o Rio Amazonas e a praia de Copacabana, com macaquinhos nos ombros, ouvindo samba, comendo acarajé com feijoada e bebendo caipirinha – de Sagatiba, nham! – e vestindo uma camisa camuflada do exército ou da seleção de futebol.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Maysa e o BBB9


“Maysa: Quando fala ao coração”, que contou a vida da cantora, compositora e boêmia Maysa (o Cazuza da era pré-anos 80) reinou absoluta em audiência e aceitação na primeira semana de exibição (de 05 a 09/01/2009). Foram tantos comentários favoráveis que ouvi e li que fiquei feliz por ter acompanhado ignorando meus instintos mais básicos que diziam “É escrita pelo Manoel Carlos, cooorraaa!!!”. O volume de opiniões encantadas com o capricho com que foi feita a minissérie só rivalizou (pudera!) com as frases descontentes. Mas, não, não críticas à série (que eu comento mais à frente), mas sim, críticas à segunda semana da obra de Maneco e Jaime Monjardim. Não críticas (ok, terceira vez que eu uso essa palavra, agora ela é só minha por direito) à minissérie (pô, depois eu falo sobre isso, cara!). Eram reclamações quanto ao horário. Um trabalho tão cuidadoso relegado a um horário para seletos insones que não precisam – ou não querem – acordar cedo.

Maysa, na segunda semana, foi empurrada (UIA!) pelo BBB9. Não é uma manchete sensacionalista de um desses tablóides de R$ 0,50. É uma constatação. E por quê? Porque a Globo parece entender (?!) que o horário, dito, nobre é para o Homer Simpson, e a casta de seres com um pouco mais de iluminação intelectual que fique com a madrugada. Pescou a situação? Tremendo incentivo à não-inteligência, visto que para curtir Big Brother basta desligar o cérebro e exercitar a milenar arte de falar da vida alheia. Do latim: Mexericus Fofocarium. E nem se trata de conhecidos seus. Tá, talvez eu tenha deixado escapar que faço parte dos fãs de belas artes e contrários a esse tipo de superficialidade. Mas, não sou contra atrações populares. Só que... por quê a emissora faz campanha para se ler livros enquanto os bons trabalhos vêm depois do BBB?

Faço aqui meu protesto – silencioso – contra os inícios de ano em que as novidades (em forma de minisséries e especiais) precisam esperar o maldito BBB para aparecerem. Convenhamos, quem tem um gosto mais... bem, exigente - \o/ - precisa de um sono legal pra poder assistir a um bom programa e dormir bem. Quem curte BBB curte o horário que for, o dia todo em muitos casos. Essa galera pode chegar nos trabalhos e aulas com duas noites de sono que, ainda assim, vão comentar e fofocar empolgadíssimos por três meses. E você, que só queria um alento cultural para sua preciosa mente antes de ir pra cama, fica com o horário que nem o filho do diretor deve agüentar acordado pra ver.

As pessoas confabulavam: Será que a série foi uma homenagem do filho à mãe? Ou um desaforo do filho da mãe? Agora, uma minha (hum, cacofonias rock!): Só eu lembrei do Cazuza? Posso dizer que quando fala ao coração, o tempo não pára? (Já posso escrever “pára” sem o acento?). Bem, levantei essas questões porque uma mulher voluntariosa com coragem pra fazer o que a maioria tinha vergonha até de pensar pra não ir contra a opinião do (bleh!) senso comum me faz pensar no – saudoso - jovem Agenor (o Cazuza, carai!), que também falava e fazia o que queria. Fiz uma comparação traçando um método de “trabalho” entre os astros. Gente à frente de seus respectivos tempos e que nos deixaram de formas dolorosas. Se provocaram seus destinos, sabe-se lá, não se pode culpar os Mamonas por provocar seus destinos ao entrarem para a música ou num avião, saca?

Mas, no frigir dos ovos, a série acabou, muitos não viram - quer por pirraça pra evitar o BBB, quer por sono no horário tardio – e ficaram as reclamações que perdurarão por – no mínimo – mais um ano, visto que, sabemos que a franquia BBB tem contrato previsto para 10 edições. Se vão prorrogar, sabe-se lá. Enquanto isso, oremos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Maysa: Quando fala ao... PONTO ELETRÔNICO!


Não é supimpinha quando apresentadores nos brindam com seus divertidos mascotes? Silvio Santos resolveu que uma menininha de cachinhos bem feitos deveria ser o carro-chefe de um programa (co)apresentado por ele (afinal, o programa é deeele, a emissora é deeeele...). O grande barato é que a menina nem disfarça que está recebendo informações por um ponto eletrônico. Também, pudera, apesar de não ser mais tão miudinha e estar (logicamente) crescendo a olhos vistos, ela ainda é bem pequena. Não, não se trata de uma nova Simony (será?), afinal, ela não usava um desses pontos quando surgiu pelo programa do mago do banquinho, Raul Gil. Estamos falando dela, a musa do Top 5 do CQC, a pequena notável, não a Carmem Miranda, mas sim, MAYSA! Quando fala ao coração... quer dizer, nesse caso, quando falam ao ponto eletrônico em seu ouvido! Rá!

Nada de marionetes, bonequinhos ou papagaios perspicazes. Eu até achava que o Roque ou o Lombardi teriam mais potencial nessa onda, mas Seu Abravanel cismou (e pode fazê-lo a hora que quiser, afinal pode pagar) com a antiga parceirinha mirim (Robin?!) de Raul Gil (saca, aquele senhor que também utiliza criancinhas falantes como animações de palco). Talvez, por ter visto que o seu Gil leva jeito para lançar nacionalmente (na vizinhança dele) criancinhas que correspondam com suas peripécias no palco, o mago do baú optou por contratar a menina-robô-anão-puppet mais amada de todos os tempos da última semana do Brasil por uma grana que muito jogador de futebol não vai ver durante toda sua vida de correr e chutar bolas (UIA!).

Bem, cada apresentador tem o Louro José que merece. Agora, porque colocar uma presepada mal ensaiada dessa? E, ainda por cima, numa das atrações mais “corta-tesão” da televisão brasileira? Pô, já é um saco ter que ver alguém adivinhando em que número estão os mil reais – isso, entre os cansativos jabás, que eles chamam carinhosamente de “recadinhos” (blá!) – e ainda temos que topar com a infante moçoila gaguejando e tropeçando nas falas enquanto orienta e conversa com criancinhas de sua faixa-etária – num papo tão produtivo quanto pareceu na minha descrição. Claro, isso quando não são as ex-crianças-chatas, que hoje são pré-adolescentes com os mesmos belos atributos da frase anterior, nos entupindo de frases repetitivas (lavagem cerebral ou treinamento para vendedores de enciclopédia?), vícios de linguagem e trejeitos irritantes.

Não sei se o nome dela se escreve com ‘I’ ou ‘Y’, mas mantive o ‘Y’ pra firmar a piada com a série homônima da TV Globo (cada emissora tem a Maysa que merece). Minhas considerações finais são: Assim que estiver em minhas mãos, rasgarei meu diploma de Comunicação Social, pois, quando você não sabe de algo, não pergunta ao comunicador... você pergunta é pra Maysa!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Clone das Ìndias


Eu sei que o BBB9 vem antes, mas tenho mais urgência para o que virá depois do final de A Favorita. Acontece que a novela do autor João Emanuel Carneiro será substituída por outra (ou seria mais uma?) de Glória Perez. Até aí, nada de mais, pois as novelas se sucedem numa obrigação absurda e carente de inspiração (quase sempre), já que se escreve pra manter o público hipnotizado e não lembrar que novela e futebol não nasceram na gente e o mundo seguiria normalmente sem isso. Mas, como as novelas são feitas em escala industrial, lá vem outra e, não bastasse ter todos os elementos das anteriores, ainda promete dar um revival nos fãs da inesquecível O Clone.

Bem, é bem verdade que a obra ainda nem estreou, mas as chamadas dão uma idéia do que será, pelo menos a primeira fase (sempre tem uma). O negócio (da China? Não, país e horário errados) é que as chamadas já mostram a marca registrada de Glória Perez: Alguma cultura diferente da nossa, um casal de culturas ou famílias diferentes (ou rivais) que precisam lutar contra todos os obstáculos para viverem seu graaande amor. A Juliana Paes está uma indígen... indiana perfeita (no visual, só depois de ver a interpretação podemos ver como ela se sai). Mas, se fosse pro Marrocos e se convertesse ao islamismo, será que não adotaria o nome muçulmano de Jade?

A verdade, é que – não com o mesmo talento, paciência e contrato – você também pode pegar um avião e, em menos de duas cenas, tomar (UIA!) o caminho das Índias – que, por sinal, poderíamos chamar de caminho do clone, ou ainda, rastro do clone. Digo isso porque, se você cismar que tem que escrever uma novela – porque, depois de malhação, todo mundo é ator, todo mundo é autor - seus problemas acabaram! Chegou o “Curso relâmpago para roteiros de novelas da Glória Perez”. Bem, se quiser o curso completo, me liga que eu informo formas de pagamento e o precinho salga... camarada, mas, por enquanto, fique com os principais itens:

- Famílias rivais -> Seja por culturas conflitantes, ódio entre os pais ou alguma outra questão polêmica (idades diferentes e tals), não importa, o amor tem que parecer impossível.

- Questões de cunho social -> Consciência social é uma marca de várias novelas. Glória Perez não deixa isso de lado. Alerta para doenças, violência contra crianças, perigos da internet, etc, etc...

- Serviço cultural -> Como eu disse antes, culturas diferentes da nossa. Mas, só uma por novela, você não vai querer desperdiçar as idéias. Ah, e o legal é reservar espaço para os patriarcas das famílias. Os coroas adoooram seus discursos tradicionalistas sempre em comparação – quase sempre pejorativa – aos nossos hábitos e jeitinhos.

- Diversos -> No geral, não esqueça o casal combinando de fugir – e sendo frustrado – as passagens de tempo, a filharada que cada protagonista poderá arranjar enquanto estiver separado, as chantagens emocionais dos rivais amorosos. Sempre há a abordagem informática na jogada. Desde os tempos de internet, quando lan houses estavam longe de serem populares, até os tempos de Orkut, second life e outros. Dança, muita dança típica, mas não esqueça de fazer a cultura de fora parecer ditatorial. Com flexibilidade de comportamento não se escreve uma boa história de amor impossível. ;)

No fim das contas a gente se pergunta: Será que será (mas, hein?) um clone indiano de O Clone? Será que, no futuro, vamos nos referir às obras novelísticas da senhora Perez como “O Clone Marroquino” e O Clone Indiano”? E o mais importante, será que as (já) reclamações vão influenciar (bagunçar) o andamento da trama? Escolha um país oriental e mãos à obra. Podem me cobrar se não for nada disso, aliás, pode debitar do valor que você vai pagar pelo curso. Inshalá!
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