Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Teórico político russo Mikhail Bakunin é acusado de tramar manifestações políticas violentas


Mikhail Bakunin citado em ligações interceptadas e torna-se suspeito de integrar a organização de protestos 
violentos. Olha, não duvido que se a sociedade aderisse a uma corrente minimamente similar ao que o clássico teórico político pensava, muita gente hoje seria, sim, uma ameaça ao sistema estruturado na exploração da maioria pobre para obter lucro para uma minoria rica. Muito disso se viu entre 1964 e 1984 aqui no Brasil e em diferentes períodos pelo mundo, sobretudo no continente Americano, e nem era exatamente Bakunin o citado, era mais Marx (que era fichado no temível Dops dos anos de chumbo), mas estou divagando.


Em primeiro lugar, preciso externar exatamente como me sinto diante dessa notícia – e minha fatídica descoberta de que não era apenas um meme de internet, a coisa rolou mesmo. Em duas palavras: Welcome Maguila. Quem não lembra daquela história folclórica sobre nosso ainda mais folclórico ex-pugilista? Ah, não se ligou? Deixa eu falar, rapidamente. Maguila (estimo melhoras) teria chegado aos EUAses e, retornando ao Brasil, comentou que queria dar umas porradas num tal de Wel, pois o mesmo, sabendo que Sr. Adilson Rodrigues chegaria por lá, mandou instalar uma faixa com o seguinte deboche: “Wel Come Maguila”, o que era uma óbvia afronta à masculinidade do grandalhão.



Piadas à parte, vamos com mais piadas (sério, você achou que o mote do texto seria falar sério sobre esse absurdo?). A ‘terrorista’ Sininho foi presa,  acusada de protestos violentos que só ocorreriam no dia seguinte (?!) então partida final e cerimônia de encerramento da Copa 2014. A fonte da denúncia era um ex-colega manifestante que havia sido expulso por usar de violência até contra colegas de protesto, tendo agredido e quebrado o braço de uma mulher. A expulsão gerou a vingança em forma de denúncia e, pra um movimento alardeado pela mídia como ‘sem lideranças’, trataram de achar rapidamente um nome e um rosto pra direcionarem a desinformação popular. Se o mito da caverna de Platão é o pai de Matrix, Minority Report é o hoje.

Tom Cruise está procurando Bakunin e VOCÊ agora, bitch! Cuidado com o que você só vai fazer amanhã. 

No frigir dos ovos, Bakunin, mais do que um acusado de manifestação social hoje, e, óbvio, um dos pais do anarquismo, se tornou o novo ‘receita de miojo pra não te entediar’, né? Aquela coisa que é pega lá no meio da conversa e o interlocutor – ou interceptador, no caso – não presta à atenção, nem se dá à decência de pesquisar num Google da vida. Dar conta de Amarildo, por exemplo, nem se fala mais, e tantos outros. Na verdade, nem pesadíssimas vigas de metal, nem helicópteros entorpecidos são achados e, do jeito que as coisas vão, não duvido de a justiça apresentar Bakunin – ou algum nêgo ensangüentado jurando sê-lo.



Vivemos em tempos em que dizer o bordão ‘Freud explica’ é quase uma assinatura de denúncia de envolvimento do nobre psicanalista em qualquer tramoia política violenta. A culpa é da estrela, não é Bucky?

James Buchanan Barnes, Bucky, conhecido como Soldado Invernal, ex-parceiro do Capitão América. Note, assim como
a cerveja Heineken, também ostenta uma estrela vermelha, numa nítida alusão ao PT e uma descarada campanha eleitoral
favorável à presidentE Dilma.
Vamos aguardar os próximos capítulos.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dunga retorna à seleção Brasileira de Futebol

Bem, assim como nosso cenário político, parece que só as mesmas 4 pessoas podem ser eleitas para os mesmos cargos se revezando entre si. Nada de renovação, sempre os mesmos medalhões de sempre pra manter o povo com o pessimismo imbecil de que não adianta mudar, é melhor votar no que já tem aí.

Complexos de vira-latas afora, isso está acontecendo com o futebol também. Sabe o que eu acho? Bem feito! Já cansei, particularmente, dessa ideia... "ideota" de que o povo sofrido precisa se alegrar pelo futebol. O que precisa te alegrar é sua família, seu trabalho, artes que você, eventualente admire (música, cinema, quadrinhos, teatro, etc), agora, você projetar em um esporte a alegria e alívio de seus 'ais'? Qual é, esporte é pra perder e ganhar, não adianta achar que você tem sempre que ganhar e se perder é porque foi vendido. Infantilóide isso.

Agora, vamos à pauta: Dunga voltou e trouxe um monte de Zangados... mentira! Quero dizer, o ex-jogador Dunga ter voltado à seleção é verdade e as piadas infames com os sete anões da Branca de Neve só estão esperando pra retornarem, mas isso não importa, o que eu queria era uma desculpa pra fazer piada com a total falta de classe do capitão do tetra contra Alex Escobar, ex-âncora do Rock Bola jornalista de Rede Globo, em uma coletiva de imprensa durante a Copa de 2010 (aquela que foi vendida para a Espanha... oh, wait!).


Veja o acontecido.


Briga de cachorro grande. Você se meteria numa treta entre Globo e CBF?

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Por quê Facebook ignora denúncias étnicas?

Respondendo ao título: Porque é conivente com os denunciados. Mas, calma, que tem mais.

Faça as contas e imagine se varia ao redor do mundo. Abaixo, os números são do Facebook estadunidense, mas como a política se estende conforme o alcance da empresa, veja só as proporções de funcionários de lá:

57% - brancos
34% - asiáticos
15% - mulheres
4% - latinos
3% - mestiços
2% - negros

Foto: Algo me diz que não é aleatório o fato de a empresa simplesmente defecar para denúncias tão nítidas de racismo, machismo, etc. O que é grave pra eles é um sobrenome infeliz parecido com palavrão, fotos de modelos caracterizados de orixás ou mães amamentando.

Bem, isso explica bastante o porquê de denunciarmos incansavelmente as mais variadas ofensas étnicas. de gênero, orientação sexual, etc.

Foto: O que dizer de uma empresa que não tem negros? Não vê motivos pra alarde com racismo, não o sofre.
Já não acredito em inocência nem em ignorância, se NÃO fere apolítica da empresa, então ela é conivente com o racismo.

Isso ajuda a compreender o por quê de uma foto de modelos caracterizados de orixás é constantemente denunciada - mas aí, a denúncia é acatada.

Iansã e Xangô. Podem dizer que é o seio da modelo, mas tenho convicção de que foi maldade de fanáticos religiosos a denunciarem a foto.

Isso só não explica como nomes - infelizmente - relacionados a palavrões têm suas contas deletadas, assim como uma mãe, por postar fotos amamentando.

piroca1.jpg1 Free Piroca
Por causa do sobrenome, o cara foi deletado.


Seio nu amamentando, agora pode
Foto: Nina Lima / Agência O Globo
Por causa do seio nu, a mãe teve foto deletada, gerando protestos na internet.

Qual é, 'Feici', que porra de política de uso essa empresa tem que pune quem não fez nada e deixa passar quem nitidamente quer ofender pra pagar de valente em sua tchurminha de sexta série? Conivência com um crime é crime também. Estamos de olho.

Diversidade cultural e étnica nas HQs e no cinema

É engraçado como chamamos o racismo no Brasil de ‘velado’, se ele é descarado. Descarado e burro. Sorry pela redundância, mas os argumentos racistas não duram mais que um casamento de subcelebridades. Velado. Talvez, uma corruptela, ou uma ironia, sei lá, mas a verdade é que falar em tema racial no Brasil deixa muita gente desconfortável. Minha primeira teoria é de que se te deixa sem graça, você tem culpa no cartório, ainda posso diluir isso numa espécie de desconforto criado pelo senso comum, não necessariamente uma culpa ativa, mas uma culpa passiva, aquela que você aprende desde cedo como tabu e não quer ser o ‘chato’, ‘rebelde’ ou ‘paranóico’ a levantar na rodinha (UIA!) de conversa. Mas, como eu não tenho embaraço e se já sofro na pele, falar nisso é o mais fácil, vamos à questão: Até que ponto um personagem conhecidamente caucasiano, quando criada uma versão de outra etnia, é descaracterizá-lo e a partir daonde isso é diversificar culturalmente uma obra artística?

Falo isso sem pesquisa direcionada, apenas o que vou lendo por aí em textos, notícias, seções de comentários e opiniões variadas. É uma questão que sempre se faz presente, pois, os quadrinhos começaram a se popularizar numa época em que o racismo era quase uma instituição. Daí, você tem – vamos falar mais sobre as gigantes Marvel e Dc, por hora, ok? – inúmeros personagens caucasianos, estadunidenses e patriotas. Eram tempos de 2ª Guerra e o sentimento de catarse levava o povão a vibrar com Superman e Capitão América estapeando alemães e japoneses (representantes de nazistas, na época) em páginas de histórias em quadrinhos. É por esse início culturalmente caucasiano que os poucos negros retratados eram os bandidos, os alívios cômicos, aquelas caricaturas estilo ‘Tom depois da explosão’, com lábios grossos e aparência nitidamente tribal africana. Os poucos personagens positivamente representativos, que vieram depois, sempre traziam ‘negro’ em seus ‘nomes de guerra’: Raio Negro, Pantera Negra e outros, tipo... Tocha Humana?!.


É, é sobre o último que eu começo falando (porque os últimos serão os primeiros, Rá! Mentira, é que ele é objeto da pauta mesmo, mas estou divagando). Recentemente anunciaram um reboot geral na franquia cinematográfica do Quarteto Fantástico, então começaram as especulações de elenco, diretor e essas coisas. Normal. Aí, anunciaram Michael B, Jordan, negro, para interpretar Johnny Storm/Tocha Humana (que fora interpretado pelo, hoje, Capitão América, Chris Evans). Criou-se um burburinho e até gritaria na internet porque o personagem, nas HQs, originalmente é caucasiano e irmão de Susan ‘Sue’ Storm/Mulher-Invisível, que será interpretada por Kate Mara, que é caucasiana. Bem, a primeira leva de revoltadinhos já poderia ser rechaçada porque Johnny e Sue PODEM NÃO SER IRMÃOS nessa nova versão, ou um dos dois ser adotado, mas calma que tem mais coisa aí.

Num trocadilho dos mais safados, Chris Evans passa a 'tocha' pra Michael B. Jordan.

Por exemplo, assim como o presidente estadunidense é negro, o novo Capitão América também o é, no momento. Trata-se de Sam Wilson, o Falcão, clássico parceiro de aventuras do Capitas bandeiroso. Acontece que, desde os tempos antigos quando o Falcão era apenas um ajudante, pra cá, muita coisa mudou na sociedade mundial. O próprio Barack Obama é uma prova irrefutável. Assim, quem não aceita um Capitas negro, não pode ser apenas por ‘costume’, já que as artes refletem muito mais a realidade hoje em dia. Veja os filmes do Thor, eram pra ser todos de tipos físicos nórdicos e seu grupo de amigos é justamente multi-étnico. Influenciou em alguma coisa? NÃO! Não fez diferença modificar esse fato, assim como o Rei do Crime, naquele infame filme Demolidor (com Bem Afleck e Jennifer Garner) não se alterou usando o saudoso Michael Clarke Duncan no lugar de um grandalhão caucasiano. É isso, o resto é necessidade de inércia que não convém à humanidade.

falcamerica Stuart Immonen Rick Rmender Marvel Now falcão Capitão América

“Aiiin, Saga, mas eu queria ver se fosse o contrário, se pegassem um personagem negro e transformassem em branco pra você ver, tipo o Pantera Negra!”. Primeiro, gafanhoto, você tem que achar uma diversidade de personagens negros pra pensar no por quê de ‘desfazer’ a identidade étnica de uma minoria absoluta. Depois, você teria que ter um motivo, pois, já temos Tempestade, uma negra, africana com olhos azuis e cabelos ondulados brancos, reforçando a ideia de que os poucos personagens negros sempre são brancos pintados, como Barbies feitas apenas pra ‘calar a boca’ de quem reclama da falta de diversidade. Repare nas imagens abaixo, a personagem da direita, XS, da Legião dos Super Heróis é negra, mas devido aos traços 'caucasianos' o hábito fez o colorista meter traços loiros nela, percebe o padrão?



Voltando, (T’Challa) o Pantera Negra é o atual rei de Wakanda (chegou a estar casado com Tempestade), país fictício dentro da África, filho do rei anterior, T’Chaka, da tribo dos Panteras, cujo símbolo é uma Pantera Negra, mesmo nome do título dado a seu líder. Ou seja, se você torná-lo branco, você tira TODA a essência do personagem, ao contrário de um Tocha Humano negro que, sendo ou não irmão da Mulher Invisível, só precisa ser um porraloca e – desculpem o trocadilho – um plaboy esquentadinho inconseqüente.


É importante falar também que a aceitação é bem mais tranqüila quando falamos, por exemplo, em Lanterna Verde. O nerd dos quadrinhos até sabia, mas a maioria do público ‘leigo’ aceitou o Lanterna Verde John Stewart numa boa, naquele desenho da Liga da justiça, sendo ele o ÚNICO Lanterna de etnia negra. Alicia Masters, namorada do Coisa no filme anterior do Quarteto foi interpretada por Kerry Washington, sendo branca nas HQs e isso também não influenciou. Luke Cage, o herói de aluguel dos guetos é negro e um dos poucos com traços mais tipicamente negros (e não só o branco tingido da maioria).


A maioria dos personagens foi concebida caucasiana porque foi criada por caucasianos que visavam o mercado da época, segregado racialmente, os caucasianos é que consumiam. Da mesma maneira que a grande maioria, se não todos, os criadores daqueles tempos eram homens, o que explica a maioria das personagens femininas serem meras donzelas em apuros e, observando um pouco mais, quase nenhuma era super sem ter sua contra-parte original masculina, tipo Supergirl, Batgirl, etc. Só lembro fácil da Mulher Maravilha, pra falar em heroína autônoma, mas depois falo mais sobre isso.

Pelos trajes, você nota que tipo de público concebe as personagens, suas roupas e indica para que público elas são.

Ah, tem também o Miles Morales, o Homem-Aranha do universo Ultimate da Marvel, da mesma maneira que Nick Fury, brancão nas HQs regulares, fez tanto sucesso em sua versão ‘sósia de Samuel L. Jackson’, também Ultimate, que foi levado para o projeto Vingadores no cinema, vivido justamente por Mr. Sam ‘modafóckin’ Jackson. Teve até uma piada do personagem sobre sua semelhança com o ator no primeiro arco de histórias dos Supremos (Os Vingadores do universo Ultimate).



Então, caras, não é mudar a etnia que prejudica um personagem, é a representatividade dele. Há anos que temos personagens gays, por exemplo, e recentemente, alguns ganharam bastante destaque. Nesses casos, acho que vale mais dar uma de gente sensata e esperar por uma boa história contada direitinho do que já ficar cagando regra criando realidades imaginárias e julgando o que ainda não aconteceu. Isso é coisa de fanboy descontrolado por hormônios adolescentes. 


Sabe o que é mais legal? As crianças de hoje, diferente das crianças da minha geração - inclusive, óbvio, eu mesmo - vão poder brincar e conversar sobre o assunto de uma maneira bem mais natural e inclusiva. No meu tempo, eu só poderia escolher entre ser o Mussum, o Tião Macalé ou o Jorge Lafond. Se eu ousasse falar algo como 'eu sou o Homem-Aranha', iam me arrumar algum 'sobrenome' tipo, 'depois do incêndio', 'depois de pintar' ou ainda 'de chocolate'. Ir contra a diversidade cultural nas artes é ir contra a diversidade cultural na vida. Deixa cada um ser de um jeito e se reconhecer na grande mídia assim.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Postura Campeã da Alemanha

Os "frios" (muitas aspas) alemães, com um terceiro lugar em 2006, jogando em casa e com grandes chances de vencer, "invadiram" o estádio olímpico, palco da final entre Itália e França.

Saudaram a torcida com camisas escrito, no peito, "Danke Deutschland" (Obrigado, Alemanha) e "Teamgeist 82 Millionen" (Espírito de equipe 82 milhões) nas costas. Sendo que já era a base pra hoje estarem com a taça na mão.

Algumas confederações sul-americanas bem que poderiam aprender com o profissionalismo e postura humana deles. É muito bonito ver uma equipe de longa data entrosada, com grandes talentos em todas as posições e ainda assim conseguir não ter exatamente um 'jogador-estrela'.

Souberam ser perdedores no campo, mas tiveram talento e planejamento pra superar suas próprias dificuldades e os adversários com o mesmo estilo. Sem afobação.Venceu uma equipe no melhor sentido da palavra. Faço muito gosto.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Steven Spielberg é acusado de matar animais

Steven Spielberg (sim, o famoso diretor de cinema) está sob acusações de maus tratos e até assassinato de animais. Tudo por conta de fotos dele ao lado de cadáveres de dinossauros e tubarões.

Entenda o caso

Spielberg, há quase 40 anos, estreava nos cinemas o, considerado por muitos, primeiro blockbuster da história. O enredo do filme é simples e eficiente: Um tubarão aterroriza moradores de uma região praiana enquanto um xerife e um prefeito discutem como resolver isso em tempos de grande movimento no litoral. Mas a grande pergunta é: Precisa matar um inocente tubarão, senhor Spielberg? Tudo bem que era mecatrônico nas poucas vezes em que apareceu e a câmera junto à trilha sonora faziam todo o suspense, mas mesmo assim, tubarões inanimados também são gente! Não, pera...

O diretor também seria caçador de tubarões, de acordo com a brincadeira

Também houve outra oportunidade em que o senhor prepotente Steven Spielberg usou e abusou de sua influência, por ser uma celebridade reconhecida. Há pouco mais de 20 anos, o acusado tirou fotos ao lado de carcaças de dinossauros. E, sabendo que esses animais encontram-se em extinção, só podemos deduzir que ele é um dos culpados, veja a foto em que o assassino posa impune próximo a um tricerátopo morto e tire suas próprias conclusões.

Spielberg após a “caçada”: cineasta recebeu críticas por posar ao lado de um dinossauro morto

Conclusão

Este texto é uma nota humorística baseada em notícias de que, lá na gringolândia, a necessidade de se sentir dono da razão que a internet traz, gerou críticas a Steven Spielberg por tirar fotos com "animais mortos".

Não quero nem pensar no que vão dizer quando souberem que ele tem dois clássicos ambientados na 2ª Guerra Mundial. No mínimo, vão dizer que foi o diretor estadunidense que deflagrou os conflitos que marcaram a história com fogo e sangue.

Ah, e não se espante com a capacidade de pessoas levarem isso a sério, pois, como eu postei recentemente na minha página de Facebook, tem quem diga até que tubarões não são peixes, pois geram filhotes e não ovos. Sim, é bem complicado de se entender.

Fonte: EXTRA.  

Agora fiquem com duas pérolas sobre tubarões: Sharknado (os tubarões que vêm dentro de tornados)



e SandShark (tubarões que atacam por baixo da areia da praia).


Porque? Porque toda hora é hora e tubarões enriquecem qualquer obra.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

De 1998 a 2014: O futebol e as teorias pra uma derrota humilhante

Em 1990, como já citei por aqui, eu era um infantonerd juvenil que só se aproximava de acompanhar jogos por uns minutos, pois, a empolgação de criança me jogava logo na rua ou no quintal pra bater uma bolinha e fantasiar que eu era um daqueles jogadores tão festejados, pelo menos, até o pontapé inicial, quando eles poderiam ser heróis ou ser xingados como escória da humanidade. Até hoje lembro de estar na rua quando uma vizinha me gritou do outro lado da rua, eu jogando bola com os coleguinhas da área, e ela dizia ‘Fernando, tira essa camisa do Brasil, deu Argentina!’. Eu corri pra dentro da casa de Vovó Garcia e assisti ao replay de Maradona passando a bola açucarada pra Caniggia tirar Taffarel da jogada e concluir o 1x0 que nos tiraria da Copa nas oitavas de final.


Em 1994 foi diferente, eu já vinha acompanhando jogos desde as eliminatórias de classificação, já colecionava figurinhas e cards por conta própria e até a lei do Impedimento eu já sacava. Assisti emocionado a uma seleção brasileira ser salva no último minuto com dois gols de Romário contra o Uruguai e aquela iniciativa que entrou para a cultura mundial, de ver jogadores adentrarem o gramado de mãos dadas, demonstrando o sentimento de união e vontade de vencer. Fomos campeões e eu lembro de cada lance, comentários de narração, personagens (inclusive a brutalidade do assassinato do colombiano Andrés Escobar, que eu escrevi aqui, por causa de um gol contra). Enfim, foi um deleite pra um moleque pré-adolescente e a memória afetiva ficou pra sempre.


Em 1998, mesmo com o tropeço na Olimpíada de 1996 (Atlanta), saindo pelas mãos (ou seriam pés) de uma Nigéria animada até na prorrogação com ‘morte súbita’, a equipe tinha tudo pra se renovar positivamente, afinal, o discípulo de poeta Ronaldo estava em início inspirado de carreira e os veteranos Bebeto, Dunga, Leonardo e Taffarel. A confiança de trazer o título de 4 anos antes era grande e fomos até o final jogando bem. Aí, disputamos a final contra uma França que tinha um ótimo elenco, mas que vinha tendo muito mais trabalho em suas disputas. Pra encurtar o drama, entrou convulsão de Ronaldo, time apático por levar gols em falhas bobas – pra um elenco estelar e bem patrocinado como tínhamos. Pô, pra ter noção, pintava meu cabelo de verde a cada jogo, solávamos bombinhas, fogos e tudo que tinha direito. Depois do gostinho do ufanismo e a decepção que isso traz, deixei de me referir a um time de futebol como ‘nós’.


De 2002 pra cá, resumo pra você, assisti jogos, vibrei com uns, me entediei com outros, nem o título me fez voltar à adolescência e o que veio em paralelo foi minha própria vida adulta. Descobri os prazeres da boemia, da musicalidade que eu já tinha e futebol foi ficando numa situação estranha. Passou a ser só um esporte, algo comum pra mim. Eu paro pra assistir quando tenho companhia, pra comentar os lances, mas não me empolgo e não me decepciono. Se possível, vira só uma desculpa pra beber umas com a turma. Tudo por causa da Copa de 1998. Confesso, fui um dos que acreditou em teorias conspiratórias de jogo combinado e tals... até que ouvi algo que me perturbou. Um professor falou em sala, no dia seguinte, na escola: “armação nenhuma, brasileiro não aceita perder no futebol”. Discordei mentalmente naquela hora, mas me fez observar uma coisa besta e que me pouparia do sofrimento. Eu aprendi a olhar para o outro lado de um campo e ver que ali também eram jogadores e torcedores e não figurantes em nossas festas.

2002, Brasil bateu a Alemanha na final e ninguém chorou por jogo armado.
2006, a Seleção tinha um elenco bem mais forte que esse, mas insistia em medalhões ultrapassados também.
Em 2010, novamente, um elenco bem mais experiente e forte, mas com um salto alto proporcional ao estrelato deles.

Fiz esse relato nostálgico pra exemplificar como essa derrota brasileira foi pra mim, tanto na – então – disputa do penta como foi nessa disputa do hexa: Um jogo de futebol em que um dos times tem que fazer mais gols que o outro. Quem perde sai. Independente de posicionamento político e ideológico – vou te poupar das analogias entre entretenimento e manobra midiática política por hoje – o que aconteceu foi um time de respeito, com anos de preparação e forte senso de conjunto, jogar pra ganhar de um outro time que teve um ano e meio de estruturação pra elenco e instrução tática. Brasileiro não aprende a perder e começa a achar que a Seleção é que entregou o jogo, que se tivesse rolado umas substituições a coisa seria revertida e todo roteiro típico do processo de perda. Não é assim, como em 1998, eu vi gente falando que aceitaria perder se fossem honrados 3x1, 1x0 e essas coisas. Mas, caras, em ’98, foi 3x0 e a revolta foi a mesma. Dessa vez com menos um: Eu. Rá!

Montagem capas Jornais derrota Brasil (Foto: Reprodução)
Repercussão mundial da lavada histórica que a Alemanha aplicou no Brasil.

Aprendi que treino é treino, jogo é jogo e merda acontece pra todos os lados. Meus respeitos ao time alemão, que em 2006, fez festa com um terceiro lugar estampando ‘danke’ em camisetas pra agradecer sua torcida, que vibrou com eles, em casa e não atirou tomates e cenouras por causa de uma derrota. ‘Ain, Saga, mas SETE gols?!’, é gafanhoto, muita coisa acontece dentro de um campo e levar gols e uma das principais. Este texto foi uma reflexão que tive, pois, hoje eu vejo as mesmas reações inconformadas que tive aos 16 anos. Brasileiro tem que aprender que é só um esporte e ganhar ou perder não estão no controle de só um lado. Num país em que as pessoas enchem a boca pra dizer ‘só importa o primeiro lugar, vice e último são tudo a mesma bosta’, dá nisso. Decepção infantil e estado emocional alterado. Em 1950, o Brasil nem tinha título mundial e já estava nesse oba-oba de ‘a gente pode tudo’. Perderam, colocaram a culpa no goleiro (se fosse hoje, xingariam Barbosa pelas redes sociais) e ignoraram que o outro time fica com os brios aflorados por isso. Acho que é daí que vem a máxima ‘contra o Brasil todo mundo quer crescer’, mas isso é papo pra outra divagação.

montagem capas jornais (Foto: Editoria de Arte)

Você repara como o Brasil não tem mentalidade pra reverter resultados quando tanto em campo – quando jogadores se apagam e outros correm sem objetividade – quanto torcedores entram naquele discurso infantil ‘na próxima vai ser a gente’. Não, gente, o Brasil não precisa de promessas no calor do momento, nem de ser comparado a uma família ou levar a sério essa história de ‘vamos que vamos na superação’. Precisa é de estruturação, tempo de convivência e entrosamento entre atletas e formação tática condizente com condição física. Mais treino e menos comercial de cueca, mais futebol e menos celebridade. Não adianta prometer hexacampeonato pra daqui 4 anos, se vai manter-se a mentalidade de fazer um aglomeradão de jogadores famosos e contar com o ufanismo (você acredita que nossa sociedade muda tão rápido de mentalidade?). O mundo aprendeu a jogar compacto e com objetividade, enquanto o Brasil ainda se baseia em firulas individuais e camisas do avesso, além de outras superstições ‘pé-de-pato-mangalô-três-vezes’. Esporte é fundamento. E troca. Troca, pois, pessoas de diversas nacionalidades trabalham em vários países que não suas terras natais, o Brasil, quando negocia esse tipo de intercâmbio cultural esportivo, é um ou outro já conhecido. Parece que já temos a receita do sucesso e não precisamos aprender mais nada. Sabe de nada, inocente.



Por enquanto, fica a dica: Quer aprender a tratar o futebol como esporte? Finja que é basquete ou tênis, quando você vibra por causa da bandeira que o jogador usa, mas não acha o fim do mundo quando perde. Porque, bem, se seu argumento é que os jogadores ganham muito pra perder assim, todos eles, de qualquer país, também. Um dia, o esporte no Brasil vai ser levado a sério pra não depender tanto de estatísticas passadas pra gerar confiança. Nada mais de 'chutou a bola hoje igual em 2002, quando foi campeão'.

Insisto, não sou eu.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Todo Mundo Ama NeyMártir



A imagem de um jogador de futebol, jovem e habilidoso, no chão foi dolorida até pra mim que não gosto desse menino do pessoal do marketing. Não gostei de quando ele provocou a demissão de Dorival Jr, ainda pelo Santos (por tê-lo substituído), não gostei quando ele fugiu à sua negritude alegando ter um tom de pele que só se encontra na paleta de cores do Photoshop e não gostei de quando ele fez uma foto comendo uma banana como se fosse um oportunista solidário ao racismo sofrido por um colega (já tendo sido vítima das mesmas ofensas). Mas também não gostei de vê-lo caído e chorando de dor. Mas, tenho coisas a falar que não são o convencional, não ligo pra esse ufanismo futebolístico e também não sou de revanchismo. Pra mim, Neymar apanhou como você leva aquele golpe da porta que um colega abre pelo outro lado sem ver você.



Claro, isso não tira a brutalidade do golpe, e minha comparação foi pouco mais que medíocre, só pra enfatizar a potencialidade que ela tinha de ser provocada/sofrida por qualquer um. 'Futebol é esporte de contato, não 'guenta, vai jogar vôlei'. Essa é uma das máximas que mais gosto, pois se é errado se agarrar e se acotovelar na área esperando um cruzamento - e quase ninguém reprime isso - não dá pra fugir a um tropeção ou empurrão na disputa por posse de bola. Sabemos também que o jogo, dadas as estatísticas sobre equipes faltosas, só poderia dar nisso. Digo, porque se o Brasil tem a seleção mais caçada em campo, sofrendo 95 faltas até o momento, já cometeu 96. Isso, porque a Colômbia é a segunda mais agredida (84) e a terceira mais faltosa (empatada com a Holanda, com 91).

Isso reforça minha inútil teoria de que o que aconteceu com Neymar aconteceria com qualquer um. Neymar, já no primeiro jogo, deu uma cotovelada num croata enquanto a bola estava no alto. Foi desleal, levou cartão amarelo e causou pânico contra Camarões pela possibilidade de levar outro e ficar suspenso nas oitavas de final. Ninguém chorou naquela oportunidade. Ele é leve e tem o hábito de se jogar, provocar e responder provocações, como qualquer outro jogador, então, gente, sem martirização. Ele é garotão, é só cuidar da saúde e da imagem que ele sai dessa novinho em folha. Vai continuar sem caspa, vendendo desodorante, cueca, carro, celular e sorvete de tamarindo na propaganda.



Dureza é aturar o fato de que o racismo à brasileira se manifesta novamente, ofendendo e até ameaçando, não só Zuniga, como sua família. Num momento de desaforo, vem esse pessoal que se acha superior e começa a usar a negritude de uma pessoa como defeito pra ofender e diminuir a dignidade dele e da família dele. Caras, ele tem uma filha pequena e ela já entrou na roda das ofensas. Perdeu-se qualquer razão de reclamar, esse povinho aê. É a pior ironia do mundo ver que a vontade de defender um jogador, esse suposto amor à pátria de chuteiras demonstra justamente o ódio à etnia que compõe mais de 50% da própria população. Essa gentinha ainda usa os mesmos textos decorados pra xingar até jogador brasileiro quando comete erros (lembra do gol contra do Marcelo?). Tentam dizer que não somos gente, mas eles não são humanos. Não moralmente.

zuniga nuziga2
maisracis4maisracism5

No apanhado geral? Já cansei do mesmo assunto batido, da martirização de um, do racismo contra o outro (o colombiano Zuniga) e dos dois lados querendo o fígado do juiz. Vamos ver o que o outro lado da fronteira pensa? Pois bem, a teoria colombiana dá conta de que a lesão de Neymar está mais para a queda do jogador durante a comemoração do gol de Thiago Silva do que na joelhada de Zuniga. Confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha, pois, sabemos, eu adoro esse tipo de teoria contestatória. Jogadores se provocam, peladeiros de churrasco de final de semana se provocam, Superman ficou fraco (o Pinguim jogou kriptonita) e o pintinho piu, piu, piu. Dessa vez, deu m... e m... acontece. É só isso.

Teoria colombiana questiona causa da lesão de Neymar

Fontes: EXTRA, CORREIO NAGÔ e EXTRA.
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