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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Lei seca em transportes coletivos no RJ

Todo mundo tá cansado de saber ‘se beber, não dirija’, mas agora o deputado estadual Rosenverg Reis (do PMDB de Cabral e Paes), extrapolou a liberdade individual. Se a bebida alcoólica é perigosíssima para quem vai guiar um veículo, a gente entende e concorda com a proibição ao condutor, mas ao passageiro?

Isso mesmo, meus nobres, o deputado alega que está preservando a família e protegendo o cidadão com esse projeto. “Se é proibido fumar nesses espaços, por que não uma lei como essa? As pessoas que bebem nesses veículos incomodam os outros passageiros, levam garrafas de vidro que podem quebrar e ferir alguém”, afirma.

Rosenverg, o deputado da
família moralista american way of life.
O problema é que ele acusou a bebida alcoólica de tudo que qualquer outro produto pode causar. E ainda duvido muito que esse distinto percorra a cidade de ônibus, trem, metrô, barca ou van. Pelo lado do efeito da bebida, até concordo que há gente muito desagradável que só piora bêbada e perturba nossa paz, mas isso pode acontecer em qualquer lugar, basta que o matuto se embriague em casa ou num boteco e pegue o ônibus. Vai proibir o coió de entrar bebasso no coletivo? Como faz se beber fora de casa?


Ah, mas o problema é o vidro? Diz aí, você já viu alguém comprar ou vender uma cervejinha long neck no meio da rua? E se for latinha? Alumínio não é como o vidro. Então, se é o invólucro o problema, e não necessariamente a bebida, como faz com as compras? Se eu comprar uma boa cerva, terei que ir do mercado pra casa a pé? E quem comprou um aparelho ou outro utensílio que também pode ferir uma pessoa? Já passei perrengue com gente que entra com canos, janelas, eletrodomésticos e até uma bicicleta desmontada... Não é alcoólico, então pode machucar sem remorso?

Marcelo Freixo lembrou bem as condiões mais urgentes que
o deputado anti-cachaça no coletivo não se preocupou.
E outra, não se pode fumar num coletivo porque a fumaça incomoda a todos em volta, mas uma bebida é coisa de quem está bebendo. Se não, um guaraná natural pode ser derramado e incomodar as pessoas do mesmo jeito. Enfim, eu poderia ficar páginas e páginas questionando esse projeto furado que não tem argumento, mas tem uma consequência certa: Interferência na liberdade individual do cidadão. Como bem lembrou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), do jeito que somos amontoados feito galinhas num caminhão ao preço de uma passagem cara e um serviço mal prestado, afora o trânsito bizarro, uma bebidinha é o menor dos problemas da vida em transportes sob a tutela do Estado.

Comte Bittencourt: Porta-voz de meus simples 
anseios. 

Olha, já vi esse povo aturar, resmungando de canto de boca, muita coisa, mas não sei não, o movimento popular de junho pra cá tem estado atento a essas coisas e 20 centavos foram o estopim pra muita coisa. Agora, estão querendo mexer justamente num dos elementos-chave da dominação do subconsciente popular. Quero ver o que vai ser deles quando o povão perceber que além de ser programado pra ser pobre e conformado, não vai ter nem a distração de se viajar bebericando.


Faço minhas as palavras do parlamentar Comte Bittencourt (PPS): “Espero que o governador vete”.  

Fonte: Extra.

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