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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Hollywood e o Machismo nosso de cada dia


Moça, pode ficar na frente, eu tô ganhando mais que você mesmo.

Cada vez mais e mais mulheres estão abrindo a boca para denunciar a covardia do machismo. Seja por vias físicas (assédio/agressão), seja por vias indiretas (tratamento diferenciado) e todas com o impacto no psicológico. E é bom que mais mulheres tomem coragem para se manifestarem, pois assim servem de exemplo para outras que estejam em condições de botarem a boca no trombone também, mas podem estar oscilantes entre o silêncio e o protesto.


Para dar exemplo na importância de se expor esse mundo convenientemente escondido (para o machista), vou citar duas matérias que li recentemente sobre escândalos de denúncia de machismo em Hollywood... Sim, a terra encantada do entretenimento e da fantasia é um porão cheio de sujeira que muito se preza em esconder pra manter as aparências e ‘parecer’ legal. Bem, eu poderia apenas citar o tanto de aspirantes a artistas ou artistas falidos que apelam para drogas, prostituição e produções de procedência altamente duvidosas, mas não... vamos aos ‘faCtos’.


Hollywood, como um espelho do resto do mundo, é um antro de desigualdade para mulheres, gays, negros, idosos e outros grupos que fogem a seu ideal veladamente ariano. Veja bem que o ideal ariano é tão absurdo e descarado que até nos países onde esse tipo é minoria (cof Brasil, cof) esse tipo é adorado como o exemplo de beleza enquanto que nós, ‘outros’, somos os exóticos, feios, porém curiosos, mesmo sendo maioria... coisas de um sistema criado pela minoria e empurrado mente a baixo como quem conta uma mentira a uma criança para controlar seu pensamento, comportamento e ter sempre uma carta na manga, mas estou divagando...

A questão é que, voltando ao assunto, a mulherada tá jogando no ventilador mesmo e eu vou falar sobre isso já, já. Várias atrizes, assim como a figurinista brasileira, Su Tonani (no caso ‘Zé Mayer’), abriram o verbo sobre os abusos que sofreram. E tem de tudo, tem atriz alegando que não consegue muitos papéis porque não aceita fazer os ‘favores’ que são pedidos, têm aquelas que afirmam terem sido abusadas sem exatamente perceber – testes com exigência de nudez ou simulação de sexo – e até ameaças diretas depois de negativas femininas para os assédios.


Foi o caso de Mila Kunis (Cisne Negro) que ouviu uma ameaça de que nunca mais trabalharia naquela cidade depois de se negar a passar por uma situação humilhante. Ela denunciou e viu que não foi esse fim de mundo todo, que voltou sim a trabalhar e que não tem que se sujeitar a essas situaçõies vexatórias e degradantes para agradar a machista. Estão tão acostumados a se sentirem donos da mulher que acham que é só dizer depois que era uma piada, que era carinho e tudo segue, a mulher silenciada e devastada no psicológico e eles sorridentes que por mais uma vez sua covardia passou batida como mera ‘coisa de homem’.

Isso nos leva a outra situação que ocorre muito ali e no mundo: Diferenças salariais e de tratamento. Zoe Saldaña afirmou que ao fazer sugestões em uma produção de que participava, ela ouviu que era pra ficar calada e ser gostosa em trajes provocantes, que era pra isso que fora contratada, enquanto os homens envolvidos na situação davam seus pitacos e eram ouvidos na hora. E outros casos envolvendo estrelas também deram esse ‘mal contato’. E algumas das diferenças são absurdas, se prestarmos atenção nas mulheres com remunerações baixas, comparadas a seus companheiros de cena homens.

Dr, sinto como se houvesse um abismo entre nós... se chama diferença salarial. 

Veja só, Charlize Theron teve que brigar pra ter o salário equiparado ao de Chris Hemsworth, em O Caçador e a Rainha do Gelo. Podem me dizer que Chris é uma estrela de visibilidade por estar sob os holofotes como o Thor, da Marvel, mas É a Charlize Theron, cara! Ela ter que brigar pra equiparar um salário é tão absurdo quanto Tom Cruise e Brad Pitt ganharem o dobro que suas companheiras de cena em De Olhos Bem Fechados e Sr. E Sra Smith, respectivamente. Ainda mais se lembrarmos que suas companheiras de cena eram suas esposas, na época. Tá, no caso de Brangelina ainda era só o começo, mas... né?

Outros exemplos existem e muitos outros ainda vão acabar existindo entre A Senha: Swordfish, onde Halle Berry, mesmo com um bônus pra mostrar os seios em uma cena, ainda não chegara à metade do que John Travolta ganhou, e a recente notícia de que Gal Gadot (Mulher-Maravilha) teria ganho uns 2% do que Henry Cavill (Homem de Aço) teria ganho. A questão é: Será que essa rapaziada não poderia chegar e dizer ‘ei, porque elas vão ganhar menos pelo mesmo trabalho?’. Sei lá, não sei dos bastidores, mas é muito estranho haver diferenças milionárias entre pagamentos a homens e mulheres, eelas reclamarem, mas seus colegas não.

Linda, deixa que eu pago a sua comanda na boate. 
Concluindo: Não adianta as, relativamente poucas, mulheres abrirem o palavreado sobre o 
machismo e os colegas não assumirem a postura de apoiadores, Elas acabam falando sozinhas e muitas ficam inibidas, com medo do julgamento da sociedade e de retaliações profissionais, parecendo as chatas e os caras que deveriam dar suporte a isso, ficam ali, não sei se com medo de parecer chato junto com elas ou se estão compactuando. Aliás, acabam compactuando, não se sabe bem se conscientemente (de forma sonsa pra se manter bem com contratantes), involuntariamente (por omissão) ou se nem se interessam nessa parte do processo... Particularmente, acho que é um pouco de tudo e mais do primeiro, ficando aquela sensação de ‘farinha ‘pouca’ meu pirão primeiro’.

Fontes:

http://revistamonet.globo.com/Listas/noticia/2017/06/diferencas-salariais-entre-homens-e-mulheres-em-hollywood.html

http://revistamonet.globo.com/Listas/noticia/2017/07/atrizes-que-denunciaram-episodios-de-assedio-e-machismo-em-hollywood.html

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