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terça-feira, 7 de agosto de 2012

'Rá!': Mais Que Uma Palavra, Um Conceito


Fenômenos paranormais sempre dão o que falar. Sempre. Pode ser um ET, pode ser uma assombração, pode ser um político comprovadamente corrupto se reeleger, enfim, este tipo de coisa que a gente não sabe explicar, mas que dá o maior cagaço de qualquer forma. E sempre tem uma ou duas emissoras de grande alcance de massa para divulgar essas tranqueiras como se houvesse possibilidade de vivermos nesse mundo sci-fi da vida.

Até porque, uma coisa que nunca me explicaram é: Por quê toda manifestação sobrenatural veiculada nos meios de comunicação sempre são algo que já aconteceu em filmes? Porque não tem ET em outra forma que não no cinema? Porque os fantasmas só fazem o que outros já disseram ter presenciado?  Roswell vai ser a fantasia original pra sempre? Originalidade, gente! Aliás, muito me admira, por exemplo, o Fantástico (não tão Fantástico, hoje em dia) fazer esse tipo de matéria de vez em quando, quando o próprio semanal já teve um quadro justamente desvendando essas lendas urbanas. Whatever... Um dia faz uma matéria pra dar audiência, no dia seguinte faz uma desmascarando pra dar mais audiência. Não vou dizer que confio, nem que não confio... mas não confio.

Estou aqui para falar do paranormal Padre Quevedo Thomaz Green Morton. Sim, se você não esteve numa ilha deserta em 1995 (mais ou menos) e assistia ao Fantástico, você se lembra daquelas matérias toscas pra pegar o lado supersticioso do Homer Simpson. Numa dessas, estava Thomaz, conhecido como “Homem do Rá!”. Porquê? Porque ele gritava essa palavra para energizar (sabe lá o quê), e teria o significado de luz, e esse papo hippie. O fato é que Thomaz era um ilusionista muito bom para quem queria acreditar, mas uma rondada muito básica pela internet e você encontra facilmente matérias desmascarando seus feitos. Ou seja, muito bom pro leigo que não espera a esperteza, como o público de qualquer ilusionista. Mas pra quem estuda isso e entende, não dá pra pagar de curandeiro das estrelas pra sempre, né? Rá!

Luzes misteriosas que surgem onde ele quer mostrar, perfume brotando da mão, cura de doenças, entortamento de talheres e moedas sem mesmo tocá-los... Enfim, eu o chamaria de raspa do joá se ele prometesse também curar caspa e seborreia, além de preparar um bom suco de tangerina, mas estou divagando. Só pra não terminar a divagação em vão, ele convenceu Tom Jobim e Hildegard Angel de seus poderes... Até aí, ele era mentor de Baby do Brasil, antiga Baby Consuelo (aquela senhora que afirmou que Jesus é um surfista de cabelo azul).

No mais, nada disso importa. Importava em 1995, quando um colega de sétima série me ensinou os caminhos gloriosos do ‘Rá!’. Nada de mágica, era ligando e desligando os interruptores da casa mesmo. Só pra fazer palhaçada. Mas o fato, é que eu faço isso até hoje, num tom jocoso, talvez um deboche, mas para mostrar simpatia. Gesto esse que inspirou outros a usar para mim também, gerando uma rede social de ‘Rá!’. Ha-ha. Por isso eu faço ‘Rá!’, porque, no fim das contas, o charlatão anda recluso, mas a palavra realmente me gerou boas energias de empatia com meus amigos e parentes. Rá!   

Veja mais sobre fraudes em:
Fraudes: Me engana que eu gosto.
Thomaz Green Morton: Charlatão desmascarado.
Site: Ceticismo Aberto.

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