Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

sábado, 23 de março de 2013

Todo dia era dia de índio

O Brasil não foi descoberto, foi invadido. Isso é um fato, já que havia uma população própria no local e ela foi incisivamente limada de onde o "progresso" queria passar. Para o bem do entendimento geral, diversos outros povos já tinham passado por aqui antes, ou você acha que os vikings ou sumérios, fortes navegadores de sempre, não encontrariam uma terra tão extensa? Mas nem todos tinham interesses gananciosos. A verdade é que nossa terra brasilis não era mais do que um pote de ouro pra coroa portuguesa (o governo-monarquia de Portugal, não uma velhinha lusitana) e, sendo assim, serviu apenas como mina e como depósito de tratadores e detratores. Sim, porque a nata, o fino da bossa do puro suco da criminalidade também era mandada pra cá pra não estragar a paisagem de sua terrinha natal querida. Aí, alguém pergunta por que o famoso jeitinho brasileiro é tão famoso no mundo, o que nos dá uma sensação de auto-estima tremendamente afetada do ponto de vista que se um cara é honesto, ele é visto como otário e se alguém tira uma vantagem em qualquer situação, esse é que é o esperto.

Aí, chegamos ao etnocentrismo, o conceito de que o corsário do Cabral (o Pedro Álvares) era o desbravador a descobrir uma belíssima terra onde se plantando tudo dá... devem ter plantado o preconceito e a injustiça social, porque são as únicas coisas que brotam aqui, como ervas daninhas. E se o corsário chega onde já tem gente, melhor, se eu chegar na sua casa, amigo, olhar você em frente ao seu pc ou sua tv, puxar uma conversa e ficar por aí como se fosse natural? E se, depois de um tempo, eu te subornasse com coisas que você acharia uma tremenda novidade e te passasse doenças e vícios que você não conheceria? Certamente você pensou "mas nem que Renato Russo cantasse Índios estilo voz e violão!". Pois bem, é a problemática do invasor, o povo invadido é que vai expulso e fica confinado numa reserva, isso quando aceita, porque se não se conformar é vala.

Selvagens somos nós há séculos e o pior é que muito metido a entendedor acha que o progresso é isso aí, dixava a indiazada pros cantos da Amazônia. O que é uma ironia, já que lá na gringolândia, a gente é tido como índios com macacos nos ombros, à beira-mar do Rio Amazonas (WHATTA!?) roubando e prostituindo no carnaval com pouca roupa e muito futebol, na capital Buenos Aires (VIVA O PAPA!). Aí, eles vão vir pra cá para a Copa e vão ver que somos "normais", porque os primeiros nativos (etnia) do Brasil são expurgados para qualquer canto que você não precise ver, pois, assim, eles serão os estranhos quando se manifestarem frente à mídia por direitos.

Só então, chegamos à batalha pela Aldeia Maracanã, o antigo Museu do Índio. Muito fácil defender o governo porque cidade grande não é lugar de índio, mas se aqui era tudo mato e as cidades foram erguidas depois, não seria a cidade o organismo estranho? Na boa, quem pensa assim acha que o mundo começou quando nasceu. Os índios estavam lá sem fazer nada de mal, mas o prédio estava abandonado. Pessoas questionam por que os índios não fizeram nada pra que o museu fosse revitalizado e só deixaram pra se manifestar agora que foram ameaçados de sair. Mas aí é que tá, primeiro o imbrólio vem de 2006 e não foi agora, mas a questão mesmo é que sou da opinião que realmente não tinha índio nenhum lutando pra fazer alguma coisa pelo museu antes do situação Copa... MAAAS, também não tinha governo nenhum querendo otimizar o local afim de torná-lo algo de útil pra população. Se estava abandonado, estava pelos dois lados e descaradamente um deles o está modificando apenas por dinheiro. Museu olímpico é meu -palavra impronunciável censurada pelo autor-.

Piadinha cruel de última hora: Sabe porque o governo tá criando tanto museu? Porque só o passado vai ter alguma coisa pra nos oferecer. Tá caindo tudo ante a ganância. As coisas perdem seu valor pra ganharem um preço.

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