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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Nem de rolezinho, nem pra ser peão

Trabalhadores são impedidos de acessar clínica em edifício luxuoso na Barra da Tijuca. Administração dos edifícios alegou que seria uma poluição visual, causariam mau cheiro e recomendou que não tocassem nas paredes, até que se dirigissem ao elevador de carga.

Trabalhadores mostram documentos referentes ao caso

Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai (...)

Era pra ser uma sequência corriqueira de exames admissionais, numa clínica de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Porém, antes disso, na hora da autorização para seguirem até a sala do consultório, localizado no condomínio comercial Le Monde, 18 trabalhadores, predominantemente negros e “pardos”, foram humilhados pela administração dos edifícios. Eles estavam lá para, em seguida, assumirem vagas de ajudante de pedreiro, pedreiro e servente nas obras da Linha 4 do Metrô, e já tinham feito exames de sangue e raios-x.

O cardiologista Renato Sérgio Fernandes Pinto, sócio da clínica BioCardio
Médico Renato Pinto, um dos sócios da clínica
BioCardio, para onde os trabalhadores seriam
encaminhados.
Na entrada, foram direcionados ao elevador de serviço e ainda ouviram de um dos responsáveis que causariam “poluição visual e mau cheiro”. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra) na noite da última quarta, 15/01. Apesar das tentativas de se esquivar, como alegar que não liberou o acesso aos candidatos por não terem apresentado documentos, versão rechaçada pelo PM  chamado ao local e que presenciou a frase sobre poluição e mau cheiro do administrador do Le Monde, Felipe Alencastre Gilaberte, que foi acusado de injúria e desobediência, por ferir a lei que proíbe a restrição de acesso pela entrada de edifícios residenciais e comerciais.

Quem cede a vez, não quer vitória
Somos herança da memória (...)”.

Renato Sérgio Fernandes Pinto, sócio da BioCardio que estava à frente da situação para que pudesse liberar os candidatos, afirmou que essa é uma questão recorrente. Para ele, a administração do Le Monde já provoca essas situações para forçar a saída da clínica que “quer atender 100 pessoas por dia”, nas palavras do administrador de lá. Os trabalhadores ainda ouviram de um segurança, recomendações de que não tocassem nas paredes. Para o cardiologista Renato Pinto, o condomínio não gosta que sua clínica funcione ali, devido ao público que atende.


No frigir dos ovos? Vai ter gente justificando o condomínio, que por algum motivo, candidato a emprego de ‘peão’ tem mais é que ir ao elevador de serviço e subir e descer feito carga e que ninguém é santo nesse mundo (sim, conservadores preconceituosos não elaboram bem seus argumentos), mas esse é o motivo da repressão aos rolezinhos. Não é porque pobre tem que saber se comportar como o rico quer e não é porque pobre tem que explodir,  e porque pobre tem que saber seu lugar, segundo essa gente. E me dá ânsia quando vejo apoio a esse tipo de atitude até de negros de classe média ou pobres que ainda defendem querendo usar um ou dois exemplos de exceções à regra. Tipo “ah, mas eu conheço um ou outro caso que deu em assalto...”. Pra essa laia eu digo: Vá lamber um bode suado. 

Fonte: Extra.

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