"Começou num ônibus. Em 1º de dezembro de 1955, ela mudou o curso da história e nos inspirou a todos". |
Rosa Parks, em 1955, recusou-se a levantar de seu assento
num ônibus para ceder lugar a uma pessoa caucasiana e isso gerou revolta, pois
até os veículos coletivos eram locais de opressão ao negro, relegado aos
assentos nos fundos do veículo. Há quem diga que ela só estava cansada, mas
como ela e seu marido, Raymond faziam parte de uma associação para o progresso
das “pessoas de cor”, acho muito provável que tenha rolado um “incomodado que
se mude”. Sendo ou não essa a origem, o fato é que ela desencadeou um boicote
aos ônibus de Monterrey, estado do Alabama (EUA), depois veio a luta pelos
direitos civis dos negros, liderada, entre outros, por Martin Luther King Jr.,
o mesmo que apoiou a atitude veicular da senhora Parks. “Ao menos, diga: Eu sou
negro com muito orgulho”, dizia o pastor militante.
Bem, feita a intro, nossa história começa quando, ainda em
1955, Rosa Parks se encaminhou com seu marido para Hill Valley, onde ela sabia
que aconteciam coisas estranhas. Lá, investigou e conheceu Emmet Brown,
cientista com fama de imortal, pois é famoso desde o Velho Oeste estadunidense,
mas não parecia ter mais que uns 50 anos. Enfim, conversa vai, conversa vem,
Rosinha e Raimundão conseguem financiar a adaptação de um ônibus para que ele
possa viajar no tempo (algo parecido já tinha acontecido, quando Graham Bell o
financiara para que criasse o telefone, mas é boato, dizem). O fato é que o
casal Parks conseguiram viajar e resolveram partir para o futuro, onde, segundo
eles, o racismo já teria sido extinto.
Ônibus de Monterrey onde Rosa Parks fez história. |
Pularam para 2013 e notaram que um erro de cálculo os levou
ao Brasil, chegando em São Paulo, se depararam com uma cena bizarra, parecia
uma revista pós-rebelião em um presídio, mas eram jovens pobres – de maioria
negra – frequentando um shopping de luxo. Ela notou que uma família negra não
tinha sido abordada, mas logo percebeu que essa, não fazia parte do mesmo
padrão sócio-econômico que os outros, o que gerou julgamentos preconceituosos,
inclusive, de negros na mesma condição que a família não importunada pela
polícia. A alegria da elite é ver negros se comportando como ela espera, ou
sendo o pobre dócil e festivo nos guetos ou fiéis imitadores de sua maquiada
etiqueta. Tem que saber se comportar pra chegar lá, é mentira essa de que
racismo acaba com uma conta bancária parruda.
Rosa olhou para seu marido e se indignou, Raymond chegou a
se indagar: “Meu Deus, o que fizemos do sonho do irmão Martin?! Nem unidos
somos, por causa de dinheiro!“. Com um pouco de esforço, conseguiram se
informar sobre nossa sociedade e continuaram sem entender como uma sociedade
implanta na mente de sua população que consuma tudo a qualquer custo – até
financiado – mas, quando aqueles que sustentam o país tentam mostrar que também
são cidadãos livres, logo são rechaçados pela elite e seus cães de guarda. Rosa
até olhou em volta e procurou carros com mangueiras, bombas de gás e balas de
borrach... ela viu tudo isso pronto para ser usado. Rosa e Raymond Parks
chegaram à conclusão de que a opressão só se adaptou, pois não havia shoppings
em sua época, mas tão logo foram criados, serviram de mais uma ferramenta de
exclusão social.
Rosa Parks junto a Martin Luther King Jr. |
Rosa percebeu também
que seu país, os EUAses, sempre são citados, junto à África do Sul, quando
brasileiros querem deixar de lado o racismo enquanto pauta de debate, com o
argumento de que aqui isso não existe porque nunca fora oficializado, nunca
houve segregação por aqui. Ela concluiu que esse é o motivo de falarem que o
problema social é unicamente financeiro no Brasil, por isso esse problema está
longe de ser solucionado pelas camadas sociais que podem reverter isso de forma
mais efetiva, cabendo a missão cultural de ensinar a população a ela mesma.
Sendo assim, Rosa e Raymond seguiram a recomendação primordial de Doc. Brown,
para não interferirem num tempo que não é deles e seguiram de volta.
Destruíram sua máquina do tempo para que não se sentissem
tentados a mudar o que viram de errado, ou mesmo se revelando o casal militante
que revolucionou a luta negra nos EUAses. Ainda veriam Martin Luther King Jr. e
Malcolm X serem assassinados, as lideranças políticas dos Panteras Negras e
tantas outras coisas que deram gosto de ver em prol da construção cultural da
identidade negra. Rosa Parks faleceu em 2005, de causas naturais.
"Você não tem que ficar receoso sobre o que você está fazendo, quando é o certo". |
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