Crônicas, divagações e contestações sobre injustiças sociais, cultura pop, atualidades e eventuais velharias cult, enfim, tudo sobre a problemática contemporânea.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Livro e outras bossas


A elitização do livro como verdadeira maneira de se obter cultura é um saco. Simples assim. Você poderia até deixar de ler nesse momento porque o que eu tenho a dizer é apenas desdobramento disso. MA, CALMA, PÔ, NÃO ACABOU!!!

Ainda vou falar (escrever!!) sobre a elitização da Bossa Nova também. Mas, isso é pra daqui a pouco. Antes de mais nada, explico o porquê da minha colocação (UIA!) inicial. Desde que eu era um Garciazinho infante (mas, hein?! O.o), tenho um hábito de ler, de adquirir informações e tals que me é inerente ao ser (eitcha!). Eu, que sou aficcionado por informação, leio de um tudo – menos revistas semanais que se baseiam em dietas milagrosas e spoilers novelísticos. Mesmo lendo até panfleto de “Mãe sei lá o quê, trago a pessoa amada em 3 dias”, uma fonte de leitura que sempre exige uma iniciativa mais avançada é o livro. Não, não que eu não goste, mas gibis, revistas e internet são mais práticos, pois trazem assuntos mais variados (sou louco por informação, não perca esse foco). Li e leio livros sim, mas uma coisa me deixa cabreiro e no próximo parágrafo eu discorro a respeito (termo NERD DETECTED!).

O problema todo é que, talvez, para não direcionar o Homer... quer dizer, o povão a procurar revistas de fofocas de gente famosa – que veste calça uma perna por vez, portanto, gente normal mesmo na TV – o grande incentivo dos meios de comunicação sempre recomenda que se leia livros. Até aí, nada de mau, mas porque só se fala em livros? Acho que seria mais interessante incentivar as pessoas a lerem sobre algo que as interesse, saca? Exemplo: Pratique o hábito de ler. Gosta de carros? Vá ler sobre marcas famosas. Gosta de alvará de funcionamento? Leia algo sobre isso. Gosta de história? Leia a história do alvará de funcionamento de uma fábrica de carros... por aí vai. Mas, nããão, só se fala em “leia um livro”. Tá, mas que livro, diacho? Minuto de sabedoria? (aieuhaiuehia). Fica muito vago. Como dizer “seja bom”. Entendeu? Isso não te diz nada. Só apela pra afirmações sofismáticas (vixi, hoje eu tô NERD nível INTELECTUALÓIDE).

Minha outra bronca, outrora, anunciada (tô te falando, nerdicidade em grau alarmante), fica por conta da elitização da bossa nova. Pô, o estilo tem um nome extremamente genérico (não vou dizer aqui, vá ler a respeito – Rááá, viu como fica melhor se contextualizar?). Enfim, o estilo – tal qual o rock n´roll – era um ritmo de uma tribo, uma garotada que trazia uma musicalidade diferente, uma coisa nova (olha a pista pra quem é esperto! Vai ler, pô! Mas termina este texto primeiro, hein!). Assim como o rock, surgiu como coisa de jovem, mas, ao contrário do estilo estadunidense, a coisa aqui ficou pela juventude da elite e hoje, é coisa de velho da elite. Jovem na bossa nova? Elite também. Tá beleza, nada contra um estilo musical ser mais ouvido e tocado numa determinada classe social, mas porque enchem tanto a boca pra falar disso? Particularmente, eu gosto, mas acho um saco na maior parte do tempo. É muito homogêneo. Em letras e batidas. Mas, há quem viva disso.

Enfim, é um saco incentivar a leitura dizendo “leia um livro”. Ainda mais para um povo que é acomodado e dá jeitinho em tudo pra passar sem os rigores das regras. É como sair, deixar sua casa com TV a cabo e geladeira recheada nas mãos de um casal de pré-adolescentes e dizer: juízo, hein! Captou? Sem especificar, fica um troço “qualquer coisa” que não dura 3 segundos entre os ouvidos. E se o cara não quiser ler, pode ouvir boa música. Mas se você encher o saco dizendo que música de qualidade é Roberto Carlos e bossa nova, só vai incentivar os próprios fãs. Quem vive a vida a “beber, cair e levantar” não tá nem aí pra hora do Brasil ou pra esses ritmos “de velho”. Não precisa ir pra uma rave, também, mas existem músicas muito boas esperando pra serem apreciadas.

Nota do FGarcia®: Nenhum intelectualóide foi maltratado durante a produção deste texto.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O verdadeiro sentido do natal


Estamos no final de mais um ano e essas épocas de final/começo de ano sempre pipocam mensagens fofas por orkuts, msn’s e e-mails afora. Todos girando em torno de um significado em comum: o do natal. Acaba ficando tudo muito redundante na questão do amor e da solidariedade – no 7 de setembro também tem gente passando fome, mas deixa quieto. Reunindo informações das diversas fontes do (bleh!) senso comum, teci (UIA! Que termo fresco!) algumas considerações acerca da grande solenidade.

Primeiramente, vamos citar, obviamente, o personagem principal da bela festa do amor e da ternura: Papai Noel (Mas, heim?!). Não, meu pequeno gafanhoto, não estou enganado. Em tempos de crise, temos que dar uma ajuda ao bom e velho – não, não o Rock n’Roll – Noel, pois, se não movimentarmos a economia, Vossa Majestade Imperial, os EUAses, vão desmoronar sobre nós – o que amorteceria sua queda, mas acabaria com o natal.

Jesus Cristo (sim, há quem lembre dele nessa época) nasceu(?!) em 25 de dezembro de... hum... de 2008 (quase 2009) anos atrás. Mas, nosso calendário é contado a partir do nascimento do cordeiro de Deus (que é o próprio Deus, e a pomba também...). Sendo assim, como poderíamos levar em conta a comemoração do nascimento do grande JC no final do ano que teria começado com ele mesmo? Acho que ficou confuso. Seria como nascer num dia e comemorar 11 meses depois. Não seria mais coerente comemorar o nascimento de Jesus em 1º de janeiro? É por essas e outras que eu digo que o bom velhinho (não, não o Jô Soares) tem mais potencial comercial do que o salvador.

Acho que seria (ainda) mais comercial lançar logo uma idéia de que Noel teria nascido em 25 de dezembro de 0000, isso deixaria o caminho e a luz para Jesus comemorar seu “niver” tranquilamente em janeiro, na paz, sem dividir atenção (você sabe, Maria Madalena tentou se aproximar demais, e ficou com fama de rameira). Na verdade, os coadjuvantes são um capítulo à parte, pois, como seria um Papai Noel sem filhos? Os Umpa Lumpas que fabricam seus brinquedos poderiam ser? Nosso irmão maior é um pouco mais complexo nesse ponto, já que é pai filho e espírito santo ao mesmo tempo, nasceu de uma mulher virgem e, mesmo sendo o rei dos reis, foi criado pelo padrasto, que era pai também, como carpinteiro.

Concluindo, só sei que Papai Noel escolheu o dia do nascimento d’O CARA pra distribuir presentes às crianças que têm pais endinheirados, a despeito do grande acontecimento. Ô, velhinho batuta! Provavelmente, assim que Jesus nasceu, ele pegou seu trenó e seus veadinhos e voou seguindo a estrela de Davi até onde o menino iluminado se escondia para celebrar sua chegada. Era 25 de dezembro, apesar de não ser o inicio do ano, é o nascimento de Cristo (como conta nosso calendário Gregoriano – e Gregório deve ter deixado algum registro explicando isso, NÃO É POSSÍVEL!)

Pra finalizar, tudo isso não passou de uma brincadeira com os muitos significados da data conhecida como natal e celebrada por tudo quanto é cultura por aí. Recalcados que me desculpem, mas a motivação desse texto não foi religiosa.

FGarcia® é um brincalhão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Prefeitura Bossa Nova


Para prefeito – ou qualquer outro cargo público que vá influenciar na minha vida – quero que seja alguém com estilo, com um ‘quê’ diferente. Nada daquele discurso fácil de ‘o concorrente não é tão bom, não vote nele! Só eu me preocupo com saúde e educação’. Quero ouvir alguém que saiba falar. Que fale diretamente e não fique de promessas muito espaçosas, mas sem volume. Sem conteúdo.

Se, na hora de fazer sua campanha, você se preocupa mais em minar a confiança dos eleitores do concorrente... você é pequeno e quer nivelar por baixo uma disputa que sabe que pode perder. Seria como o Vasco torcer para os concorrentes perderem enquanto fica tocando de lado, ao invés de treinar duro (UIA!) para jogar e reverter a situação desfavorável.

Fernando Gabeira tem estilo e se lança a essa candidatura como uma opção para os novos tempos – até porque, analise, as outras propostas sempre vêm com ar de “hmm... já falaram isso antes”. Claro, há aquelas piadinhas – tão manjadas quanto falar mal da tribo emo – sobre quem vota nele é playboy, drogado e tals. Mas, isso é como as piadas racistas que fizeram com Benedita da Silva quando disputou a prefeitura do Rio de Janeiro com César Maia (atual ditad... prefeito). Quem sabe o que se perdeu por elegerem as promessas entusiasmadas e demagogas em vez de darem uma chance ao lado alternativo?

Pergunto isso porque talvez, tenhamos deixado de ver um sol muito mais brilhante por medinho medíocre de ousar. O falecido (ex-presidente) Juscelino Kubstrá-lá-lá (com todo respeito) também era diferente e conseguiu revolucionar a história do Brasil. Porque não aqui? Você costuma ver um candidato com pouquíssimas placas e galhardetes pela cidade – ou seja, quase nenhuma campanha de (sujar) rua – chegando ao segundo turno com tanta segurança? A cidade quer mudança, mas ainda há quem queira ficar naquela de “Ui, se votar no Gabeira vai ser o paraíso das drogas” Aff, cresçam! Não falo de quem tenha convicção embasada de votar em outro candidato, mas o concorrente apela para esse folclore.

Parabéns Gabeira, seja qual for o resultado, você está de parabéns por não ter se rebaixado ao nível das “cotoveladas do segundo turno”. Ser amigo do presidente do país não garante que o Rio vá melhorar (e, no frigir dos ovos, isso não te faz inimigo dele), até porque, o presidente diz que o Brasil está em seu melhor momento... Pensando nisso, acho até saudável uma certa oposição... Se os três níveis de governo ficarem nessa de “estamos numa boa”, quem vai chegar pra representar o povo e dizer “ei, tá faltando meu pedaço do pudim!”

FGarcia vota em FGabeira.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Política ou espetáculo?


Ser ou não ser... hmm, bem, já vieram com isso antes, né? Então, eu venho com outra pra você: Era ou não era pra ser? Porque o titio Garcia pergunta isso pra você se nem adiantou todo o conteúdo? Bem, espera, cacete! Vamos ao assunto sem delongas, coió ;p .

Bem, assim como o Rock In Rio já não é no Rio de Janeiro há um bom (bom, booom) tempo, as propagandas políticas não são mais um mero palanque de propostas – nem de troca de ofensas, puramente – já desde sei lá quando. O carisma não habita mais na pessoa do político, nem em algum feito que, mesmo eleitoreiro, tenha realizado. O assunto todo, agora, é no show que é produzido em torno dos candidatos. Um show que pode até deixar a propaganda menos maçante e mais “prefrentex”, mas ainda corre o risco de desviar a atenção do que realmente importa.

Do mesmo jeito que o náufrago encarnado por Tom Hanks no cinema não naufragou (ele caiu de avião, não afundou com um barco), artistas cantam músicas famosas - ou músicas de campanha mais grudentas que aquele bêbado carente no fim da noite na mesa ao lado da sua - e fazem um espetáculo de imagens bonitas da cidade, das pessoas e dos concorrentes a um cargo muitíssimo bem prestigiado e remunerado. Mas, na realidade, não trata-se de um concurso de popularidade... pelo menos, não deveria ser. A maioria nem se dá ao trabalho de montar um texto razoável pra jogar em nossos ouvidos.

Falando em texto, já reparou que, alguns candidatos, quando se vêem na antiquada posição de ter que falar de suas plataformas, não passam daquele lugar comum que todo mundo fala, mas só os eleitos têm o ‘azar’ de serem cobrados – mas, não lembrados daqui a um ano? É sempre o mesmo combo “Saúde-Educação-Cultura-Esporte-Lazer-Segurança”. Aí, você vem com toda a pureza de seu coraçãozinho radiante e diz: “Ma, o que tu queria? Tá tudo rÚim meRmo!!!”. Ao que eu retruco: “Calma, gafanhoto, repare que ninguém oferece propostas. Só promessas. E promessas só nos levam a ganhar o que Mariazinha ganhou na horta (UIA!).

Qual a diferença? A diferença entre promessa e proposta, é que a segunda, se vier com algo do tipo “pelo futuro de nossos filhos” ou “por um mundo melhor” soará como história da carochinha. Quem ainda tiver que encarar o segundo turno de eleições municipais vai ter que romper (UIA!²) o fino e difícil véu da propaganda política, propriamente dita. Quem tiver o marketeiro mais legal, ganha. Mas, quem conseguir enxergar além disso, vai analisar e votar naquele que tiver propostas reais não disfarçáveis com vinhetinhas enroladoras.

Bom dia/Boa tarde/Boa noite e obrigado pela atenção. Assistam aos debates e analisem quem tem propostas e quem tem ataques pessoais (e vê se vota certo, mané!).

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Debate eleitoral


Bem, na reta final para o primeiro turno das eleições municipais de 2008, nos deparamos com uma novidade relativa ao processo eleitoral no que diz respeito aos debates. Casos específicos de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Fortaleza – com um pequeno a(r)dendo para São Luís, que está para ser decidido o assunto que vos falo). Trata-se de cidades que não terão os tradicionais debates promovidos pela TV Rede Globo com os principais candidatos – destacados nas pesquisas de opinião.

Primeiro, o motivo: A legislação eleitoral (sabiamente, na minha humilde opinião) decidiu, basicamente, que, ou todos os candidatos do certame participam do debate, ou nenhum. E, nas cidades destacadas no parágrafo anterior, foi exatamente isso que aconteceu... ou NÃO aconteceu. Por exemplo, no RJ, um candidato e em Sampa, foram uns cinco, dos oito concorrentes. Não quiseram assinar um acordo proposto pela emissora dos Marinho onde se acertaria que os cinco/seis candidatos mais bem colocados nas pesquisas encomendadas seriam os escolhidos para responder e trocar farpas em rede televisionada.

Da parte dos candidatos que foram contrários, o lance é a influência das pesquisas encomendadas. Eles ficariam de fora, impedidos de argumentar e expor suas idéias ao vivo por que não figuraram entre os preferidos dentro de pesquisas de opinião - que não têm nada a ver com a vida real. Pensa bem, como decidir quem vai poder mostrar mais sua campanha na TV através de estatísticas não reais? Todos os cidadãos eleitores ativos e decididos foram entrevistados? Se (claro que) não é assim, existe consistência nessa escolha? Os candidatos escolhidos não foram postos lá pela decisão da maioria. Se uma mínima parcela do eleitorado decide quem vai debater, porque as urnas, então? Vamos logo decidir o(a) novo(a) prefeito(a) e parar de perder tempo!

O argumento da Rede Globo é o de que a legislação eleitoral pratica impedimento da liberdade de imprensa com esse proceder. Segundo a emissora que tem tudo a ver com você, perde-se o direito a mostrar propostas dos (seis principais) candidatos num debate claro e direto para ajudar na escolha do público. Não à toa, os candidatos contrários estão na parte de baixo das pesquisas. Por que têm poucos eleitores? Talvez, mas é certo que seriam impedidos de fazer seus jabás. Não seria impedir o direito à campanha? Por que só alguns poderiam e não todos?

Ainda tem o seguinte: A Rede por onde a gente se vê, em nota divulgada à imprensa, me pareceu indignada com a justiça eleitoral e com os candidatos que se recusaram a facilitar para os concorrentes mais ‘pop’. Para o canal onde a festa é sua, (a festa é nossa é de quem quiser, quem vier) seria impraticável um debate com mais de seis candidatos, pois a experiência teria mostrado que assim, não haveria um aproveitamento satisfatório do tempo. Ou seja, em troca de tempo hábil na programação, mais da metade dos candidatos do município do RJ (por exemplo) não teriam direito a discutir suas propostas com os concorrentes e/ou com quem fizer a mediação.

Os debates do segundo turno estão garantidos. SE os segundos turnos estiverem garantidos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Urna eletrônica não é pinico


Eleições chegando e é inevitável... tenho que falar da campanha eleitoral (denovo, mas dessa vez é por outra abordagem). As próximas eleições são para eleger (dah!) prefeitos e vereadores. É fácil distinguir um tipo do outro. Os candidatos a prefeitos são aqueles que escolhem um tipo (‘do povo’, ‘doutor’, etc) e fazem seu marketing pessoal/profissional/político em cima (UIA!) disso. Os aspirantes a vereadores são, basicamente os tipos citados e mais um porrilhão de sub-tipos diferentes. Tem ator que leva neta e um filhote de gato, tem “zé das couves” que promete salário mínimo de R$ 2000,00; tem tiazona esquisita que promete plástica gratuita e tals...

O negócio é que quem quer ser prefeito “esquece” que segurança (polícia) é coisa do estado (governador), saúde é nos hospitais municipais e afins, educação, mesmo caso da saúde, mas em termos de escola... Não agüento quando os caras falam em trato com o presidente pra salvar o país, quando eles nem falam do município e fazem parecer que é tudo uma coisa só – talvez aqui no RJ, pelo fato de a capital ter o mesmo nome do estado.

Já quem quer ser vereador – a maioria – nem parece saber pra que serve um. (Nota venenosa: Talvez por eles terem vindo do povão – que também não parece entender muito bem pra que serve um vereador). Aí, amizade, é uma orgia (nham!) de promessas vazias do tipo: “Pela saúde, educação, segurança, cultura esporte e lazer!”. Fora as frases de efeito que a gente ouve através dos genes de nossos antepassados até hoje. Tem os que tentam reeleição e se gabam de uma ou duas leis que teriam criado (Má, Bátima, quatro anos pra criar SÓ DUAS leis?). É, gafanhoto, quatro anos é muuuito tempo...

Já falei num post anterior sobre o que acho das pesquisas de intenção (aquelas que entrevistam 100 ou 1000 pessoas e divulgam como se os milhões de habitantes restantes também tivessem votado – e são sempre os mesmos candidatos). Agora vou falar dos objetos de intenções de votos. Eles criam a cultura do medo e fazem os governos atuais parecerem um droga. No final, quem ganhar, ano que vem, vai fazer de tudo pra mostrar que a cidade prosperou, mas, enquanto isso, vai mostrando correligionários e aliados botando as carinhas de bons moços pra angariar alguns votinhos.

No fim das contas, veja bem em quem você vai votar, ô coió. Parece clichê, mas é pra votar consciente. Nada de dar voto pra quem tem cara de bonzinho – olha o Collor aí, gente! - ou quem se garante apenas em seus famosos nomes ou em famosos nomes de outros (como a candidata que fala menos que seu pai ex-governador ou um que aparece na mesmíssima posição que seu irmão deputado – e, óbvio, de mesmo sobrenome – apareceu antes). Presta atenção se o seu candidato tem mesmo propostas plausíveis ou se é só o mesmo monte de asneiras recicladas dos anos passados.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Brasil: País do “Tudo bem” ?


Estou aqui hoje pra falar do país do futuro. É, do nosso Brasil (Ou, BRONZIL – talvez, pela empolgação ufanista com que alguns veículos de comunicação lidaram com o assunto). Pretendo falar algo que sai do senso comum do “coitadinhos de nós, sem investimento, matando a sede na saliva pra representar nosso país”.

O negócio é que essa gente bronzeada (hein, sacou? BRONZEada) mostra seu valor, mas, ao que parece, não distingue muito bem o significado de uma olimpíada de um jogo de bola de gude ( a menos que o jogo de bolas de gude fossem um esporte olímpico, aí teriam o mesmo significado, pelo menos nessa parte do ano, mas estou divagando...). O importante numa olimpíada É GANHAR. O ouro é o que se deve (ou deveria) almejar. Simplesmente ganhar medalha, seja lá qual for, é papo de quem chega sem querer ou sem saber o que fazer. Se o importante mesmo fosse só competir, não haveria necessidade de um pódio só com três lugares, e mesmo assim, um mais alto que o outro. Ou, uma medalha pra cada um por participação.

Por ter de lutar numa espécie de final genérica pra conquistar o bronze, temos a impressão de que ‘ganhou-se’ o bronze, mas, a verdade, é que você perdeu antes da final do ouro (saca? A que importa!). A prata, nem se fala, é a final que importa e que você perdeu. Lóóógico, não sou tão chato que não reconheça alguns bronzes e pratas que valeram ouro (meninas do futebol, Ricardo e Emanuel no vôlei de praia, enfim, deu pra entender, né?), mas o conformismo com o fato de não ter investimento é que me irrita. E isso nos leva ao próximo parágrafo.

O Brasil é o tipo do país que se passa por coitadinho por não ter investimento, mas nos mundiais da vida eles ganham. Porque os jogos olímpicos causam tanto amarelamento? Tem, sim, quem chegue lá na base do sacrifício, mas, calma lá! É digno mandar aquele papo de ‘Tudo bem, tem mais quatro anos pra ir em busca do sonho’? É esse o conceito de país do futuro? Pensar sempre na próxima, prometer um êxito que não chega, e aí, fazer uma pseudo-festa por algum “quase” (sempre tenho a impressão de que, no fundo, a galera do ‘não-ouro’ não vibra tanto na intimidade de suas vidas particulares). No frigir dos ovos, todos sabem onde o calo aperta. Por vezes fica a impressão que as explicações são meramente um placebo, uma jogada de orgulho ferido temperado e diluído na lábia de quem vai ouvir e pensar muito mais do que falar.

Por favor, vamos parar com essa conversa mole de que o que vale é representar o país. Não se representa um país perdendo. Não façam isso, falo por mim, por favor. Eu vos libero pra tentar uma carreira de torneiro mecânico ou açougueiro – aliás, você pode cortar uma peça de alcatra errado e dizer que vale a intenção, pois um boi morto e esquartejado não pode mesmo te culpar por nada. Desculpe a intransigência, mas quando eu vejo o pessoal festejando algumas medalhas, das quais parte delas foi conquistada por erros dos concorrentes, fico angustiado. Tem gente aí que já se aposentou e nunca deixou o discurso de “tem mais quatro anos aí pra tentar reverter a desvantagem”. E os países que nem Deus sabe onde fica, mas que ficaram à frente do Brasil no quadro de medalhas? Eles têm toda essa gama variada de esportistas que nós temos?

Minha sugestão é: Camelôs de CD´s e DVD´s piratas no atletismo.Eu vejo na hora do ‘rapa’, com toda aquela explosão muscular, seria KABLAM!!! Vários ouros! Se não desse certo, ainda restaria o velho discurso “A gente tá trabalhando, tá ruim de achar emprego! Ninguém investe na gente!”.

FGarcia® não recebe investimento.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Velhice. Você está preparado?


Vamos fingir que a violência não está se tornando “causa mortis: natural” e que doenças são casos isolados de infelicidade. Vamos considerar que a velhice é algo certo no processo natural da vida de um ser humano – Lembra: ‘Nascer, crescer, reproduzir (nhac!), envelhecer e morrer’?

Eu acho que minha velhice será algo muito legal por um lado e uma agonia por outro. Legal porque a passagem para a senilidade será algo muito sutil pra mim. Imagina: Quando eu tiver cabelos brancos e começar a pensar alto sobre divagações diversas pelas praças, jogos de damas e filas de bancos ninguém mais vai se admirar, ué, trata-se de um velho gagá! Quando a imaginação se mostrar estranha não ouvirei mais: “Eu, heim, parece um velho falando sozinho!”. Vou poder resmungar à vontade sem ouvir comparações pejorativas com a terceira idade. Ao invés disso, vão, descaradamente, dizer na minha cara – isso quando não reclamarem em voz baixa fazendo aquela cara de “Aff, velho é um saco!”.

Por outro lado, terei que lidar com a calma e vagarosidade que o organismo estará sujeito tendo, assim, que me acostumar a não mais fazer as coisas correndo e/ou várias ao mesmo tempo. Acho que somente assim eu vou deixar de ser ansioso e, um tanto quanto, hiperativo. O plano de saúde vai ser mais caro, vão me tratar como uma criança retardada mental, vou ter mais um fator para pensar se vou chegar vivo até o fim do dia e outras coisas. Corpo frágil feito o de um recém-nascido. Apesar de que, hoje em dia (e a tendência é evoluir), os velhinhos surfam, escalam montanhas e descem de rapel, saltam de pára-quedas e ouvem heavy metal e samba de raiz (até porque, muitos dos pioneiros da nobre arte das músicas que revolucionaram o mundo estão da meia para a terceira idade).

Cara, parei pra pensar que até lá, a garotada do futuro vai me ouvir dizer: “Porque eu curtia muito heavy metal, samba, música clássica...” e os fraldinhas emos futuristas vão me interromper dizendo: “ Pô, coroa, essas músicas de velho aí!!! O negócio é MICA-RAVE pulando muito atrás do TRIO TECHNO-ELETRÔNICO, aí!!! (Podem ser dias tenebrosos nos aguardando nas esquinas do futuro)

Carai, divagação da pesada!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A (polêmica) Favorita


Sabe, estava prestando atenção aos comentários desta semana - mais precisamente do capítulo de terça-feira, 05/08/2008 – sobre a novela A Favorita da Rede Globo. O capítulo mostrava uma tremendaça de uma reviravolta na trama. Obviamente gerou repercussão proporcional à audiência que tem.

Basicamente (pra quem não sabe a história), trata-se de duas antigas amigas, uma leva o marido da outra, o marido é assassinado e a “fiel” é presa por 18 anos. Na saída, ela faz de tudo pra que os outros acreditem na sua inocência, ao passo que tenta mostrar que a outra é que roubou tudo dela e a culpou pelo crime. “Santa confusão, Bátima!!! Então, você vê novela e nem me conta detalhes dessa trozoba?!” Calma, gafanhoto, Tio FGarcia® elucida o mistério.

Primeiramente, não é sobre a novela que eu vou falar (digitar!!!). É sobre muitos comentários que eu vi por aí. Acontece que a personagem de Patrícia “continuo linda” Pillar, Flora, começou a novela como a coitadinha injustiçada “Ó, vida; ó, azar”, enquanto Claudia “Donatella – Santa tartaruga!” Raia era a perua esnobe pra quem todos nós torcemos o nariz quando aparecia em cena. Enfim, o típico folhetim de sempre (redundância proposital). Aí, de repente, não mais que de repente, pinta a grande reviravolta: João Emanuel Carneiro, o autor, mostra a, outrora, coitadinha admitindo que matou o ex-marido. Por isso, a personagem de Claudia “sou um mulherão” Raia passa a ser a chorosa injustiçada. Como assim?! Tão no início?! Hmm... aí tem...

Mas, o que eu quero mesmo falar com toda essa “sintonização” no tema, é a decepção que inúmeros telespectadores tiveram. Só que a maior decepção não foi com a Flora... Foi com o autor! Ó.Ò . Tantas pessoas reclamando da trama ter se virado em “180º flip turn around plus ex vt 16v” foi até normal, mas o choque das pessoas com o fato de alguém se mostrar um lobo em pele de cordeiro é de uma ingenuidade ímpar. Vai dizer que você nunca se deparou com algum “duas-caras” por aí? Fala sério, o que mais tem nesse mundo é fofoqueiro, gente pra tentar te derrubar. É utópico e sem sentido querer que, nas novelas, o bonzinho seja 100% bom e o vilão seja totalmente mau.

Aí vai ter um mané, lá no fim da sala, que vai dizer: “Ma, Cuma? Você acha que o povo tem carga intelectual pra agüentar personagens profundos em novelas?”. Eu respondo desse jeito: Não, sei que não há espaço pra esse tipo de conteúdo, mas se a novela se chama A Favorita, todo o marketing da novela é sobre duas mulheres com a mesma história e uma está mentindo e, no final, a verdade se revelará... Putz... precisa explicar mais sobre o porquê desse texto? Chocado mesmo, fiquei eu ao ver que as pessoas foram com a cara da coitadinha e não acreditam em sua porção obscura. Será por isso que há tanta impunidade nesse mundo? Acho que o povo tem uma boa fé meio burra e se sensibiliza com qualquer carinha de triste. Tipo... quebrei sua janela, mas eu sou tão triste sem quebrar... “Ah, tudo bem, todo mundo tem, problemas...” Baaah!

FGarcia® defende a flora... e a fauna e todo o meio ambiente.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Patriotismo – Prestígio ao país


Critica-se muito os estadunidenses pelo seu exacerbado amor à pátria (deles, lógico, né?). Mas, se eles são os manés por amar sua pátria... o que somos nós com nosso pouco apoio aos esportes “não-futebol”, nossa pouca freqüência às salas de projeção (cinema, pô!!!) para assistir filmes brazucas e tals? Parece aquele caso dos “Alfa” que sempre trataram os “Nerds” como lixo, mas no final... Quem é que se dava bem mesmo?

A idéia pra este post me veio quando vi uma notícia na internet (vide o desenho acima)sobre o famoso artista (pra quem curte quadrinhos, seu nerd!)Alex Ross - que possui uma técnica de pintar seus desenhos com aquarela dando um ar realista às histórias em quadrinhos ou posters que faz. A notícia mostrava uma arte do mancebo retratando Barack Obama – candidato à presidência dos Euases – numa posição (UIA!) estilo Clark Kent abrindo o paletó para se mostrar como Superman. Na mesma página, estão diversos comentários sobre isso. E não faltaram críticas ao extremo patriotismo estadunidense. Mas, as pessoas abusam do sofisma para falar certas coisas e não avaliam seu próprio rabo sentado no formigueiro enquanto condenam pessoas que deixaram um doce cair no chão.

Pra começar, é um desperdício de cérebro só olhar para a sua cultura e ignorar ou falar mal da dos outros (o contrário também acontece e é, igualmente, uma lástima). Já que alguém tem amor obcessivo por uma certa quantidade delimitada de terra, há que se perguntar, pelo menos, duas coisas: “Por que é assim?” E “Por que eu não sou assim?” . Explico. Eles são preconceituosos quanto ao que vem de fora? Sim, mas nem todos. Pra se manter no topo eles derrubam quem estiver no caminho ou tentando alcançar? Sim, mas, você faria diferente? Não estou afim de defender ninguém, mas, aqui, faz-se piada com verdadeiras desgraças (pobreza, corrupção, violência e até com o presidente) e ainda se tem orgulho de chafurdar na lama durante o carnaval. Segundo os sofistas isso mostra como o povo brasileiro é valente. Pff... Faláceas!

Enfim, se repararmos bem, uma das coisas que mais nos incomodam neles é seu patriotismo cego, ao passo que, aqui, no nosso quintal, caem corpos de cidadãos, bandidos e policiais (cidadãos ou bandidos) – por fome, tiro ou doença. Como eu citei antes, estamos sentados no pudim caçoando de quem derrubou um cajuzinho. Não vejo nada de mais em um artista mostrar seu apoio a seu candidato preferido e não sei por que um país tão evoluído em diversos segmentos em que não somos merece ser tão criticado por nós. Deveríamos criticar os que nos assolam e não quem mal sabe em que parte do planeta vivemos.


FGarcia® é um índio-pivete-jogador de futebol que vive numa palafita-barraco na floresta, à beira da praia de Copacabana (saca, Buenos Aires!), fala Espanhol e curte samba (aquele ritmo que parece uma mistura de lambada com salsa, entende?).
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