Eu já falei aqui mesmo no blog que respeito e admiro o funk como a voz dos excluídos que ele é. Não, não adianta querer subir num pedestal acima da razão e decidir o que é e o que não vale como cultura. É cultura popular sim e não falo daquela aberração que toma conta dos proibidões, eu falo por exemplo, de Mc Federado e os Lelekes. Todo mundo sabia reclamar ou usar como divertimento seu bordão instantâneo "Aaaah, lelek, lek, lek...", mas quantos sabem que ele, o - agora ex - Mc Federado perdeu tudo o que conseguiu nos poucos meses em que esteve em evidência? Pois é, o jovem perdeu sua música e até seu apelido de infância, devido a uma briga de empresários, o ex e o atual. A briga ficou feia entre Rômulo Costa (o Papai Smurf do funk, segundo eles, por que, pra mim, ele é o Lula do funk, mas deixa pra lá) e Edimar Santana, o antigo Mc D'eddy (Ô, alô, Pirão, alô, alô, Boa Vistão... lembra dessa? Eu posto aqui, logo abaixo).
Resultado, um dos dançarinos ficou com a nova formação de Eddy e o nome original, ganho na justiça, enquanto isso, Rômulo Costa continua milionário, paizão e funkeiro... Mas Paulo Vitor Conceição da Silva, nem Mc Federado é mais. Agora ele e os remanescentes são Os Originais e estão na batalha, tentando não se abater, mesmo com a morte da irmã de Paulo, que precisava de um transplante de rins e a família não teve dinheiro (R$650,00) pra bancar um exame. O dinheiro foi oferecido por Rômulo Costa, mas não chegou a tempo. Então, se deixarmos de lado os preconceitos com o que os justifica, como a banalização d mulher, do sexo, da violência e essas coisas, podemos ver que o funk tem um lado bom, tem esse lado social, cultural. Como o garoto ia sobressair sem o funk? Qualquer possibilidade, mas vivendo em comunidade, é muito melhor que ele emplaque um refrão grudento (e contagiante, pra mim) do que ser um desiludido na vida sem perspectivas.
Falando em funk, nessa onda de manifestos (não vou falar nisso de novo, vou esperar o desenrolar da onda, porque está muito estranho ainda), fique com o melhor funk de todos. Na verdade, é um rap, mas com uma batida de funk e hip hop (aquele fundo musical dramático é o tom que precisava). E, já disse isso no Facebook, se metade dos funkeiros se preocupassem em fazer mais letras assim, o funk não era tão discriminado enquanto cultura. E esse lado de consciência social deveria ser divulgado mais vezes, assim, o pobre não ia ficar arrepiado só de ver sua moda num Esquenta da vida, e sim, teria a tal força que Mc Cidinho fala no rap clássico "O povo tem a força, só precisa descobrir, se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui. Eu só quero é ser feliz...".
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