A brincadeira do título é, na verdade, um assunto sério.
Muito sério. Essa questão, aqui neste texto, é abordada de forma até debochada,
mas junta algumas características da sociedade contemporânea. A saber: O hedonismo
e o consumismo – o que, na verdade, na minha opinião, um é apenas derivação, ou
co-irmão do outro.
Vamos começar pelo hedonismo, a questão Branca de Neve. A
moçoila se entoca numa casa e descobre que ela é habitada por 7 anões... E fica
por lá mesmo assim! Existem piadas sobre o fato de ela ser, supostamente, uma
tremenda sem-vergonha por viver com sete homens. Eu já vejo que a
‘sem-vergonhice’ dela não está nisso. O lance, pra mim, é que ela adere à
máxima “enquanto o homem certo não aparece, vou ficando com os errados”, até
que apareça milagrosamente um príncipe em sua vida.
Foi só pintar um filho de rei que bye bye vida no campo, né? |
Oras, se você não tem um objetivo, como vai saber onde e
como chegar? Cada um que a rodeia tem uma característica marcante, e fica esse
revezamento bizarro. Aí, sem mais nem menos, nenhum deles pode lhe salvar a
vida, só um rapaz encantado em roupas engraçadas. Esse, que por algum motivo,
que não é um castelo e riquezas mil, é o que vai levar a moça embora. A danada
foi se servindo esperando um milagre acontecer. Bitch.
Não, não sou machista e acho que o mesmo vale para homens. É
mole dizer que nenhuma mulher presta, mas se não se dá o devido valor, toda
mulher vai ser uma periguete. Parece que não, mas elas aderem ao modelo que
lhes couber para se sentir à vontade, mesmo que muitas não admitam. Assim como
os homens. O hedonismo acontece quando não se aceita não ser como os outros. Se
a sociedade escala o modelo de que você só curte a vida quando sai pra trocar
saliva com uma certa quantidade de pessoas desconhecidas, a maioria vai crescer
achando que isso é que é vida. Há aqueles que se negam a seguir o padrão, mas
seguem outro, o de beber, porque namorar é difícil.
Isso gera o mecanismo de
auto-defesa/ataque/passivo-agressivo de que não dá valor pra não se
decepcionar. Aí, já entra o respeito pelo ser humano, mas falo isso outra hora.
Se você se sente numa prisão, em um relacionamento, realmente não é o momento –
ou a pessoa – que você quer. Pule fora antes que alguém se machuque. E se você
não consegue estar num lugar sem pensar que precisa ‘pegar’ alguém antes de ir
embora... Sinto muito, mas você não tem muito cérebro pra querer um
relacionamento, muito menos pra reclamar da falta de um. Grudento.
Voltando à Branca de Neve, o que a Barbie tem a ver com isso
tudo? Tem, justamente, a característica que eu descrevi anteriormente. Tanto a
boneca – enquanto um personagem da cultura pop – quanto as meninas que ela
influencia, são consumistas. Não, não vejo a Barbie como uma mulher
independente que trabalha e consegue suas próprias coisas. Vejo uma
acompanhante de luxo (UIA! RRRatinho nho nho!) que compra várias fantasias pro
“trabalho”. De quebra, ela leva meninas e pais à loucura com tanto acessório,
veículo, roupa, casa e o escambau... Cria uma necessidade de sempre querer o
próximo apetrecho, uma insatisfação inconsciente.
Onde ela trabalha pra ter isso tudo? Muitas fantasias para completo serviço de acompanhante de luxo. Eu acho. |
Nota de última hora do autor: Que x-9 safado é aquele
espelho mágico, hein!
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