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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Big: Quero Ser Grande


No filme de 1988, Josh Baskin é um garoto de 13 anos que não agüenta mais passar pelas “dificuldades” de um rapaz recém adolescente. Ele resolve usar uma misteriosa máquina chamada Zoltar para fazer um pedido e pede pra ser “grande” (claro, se ele fosse já adulto ali, teria pedido em outro sentido, mas vamos ao ponto). Surpresa! A máquina funciona e ele se torna adulto. Depois de passar por uns perrengues com sua mãe – que pensa que ele é um invasor em sua casa – ele convence seu melhor amigo, Billy Kopecki, de que realmente é seu chapa ali naquele corpo de Tom Hanks.

Ainda com a ajuda de Billy, Josh consegue alugar um apartamento e arrumar um emprego executivo para testar novos brinquedos antes de chegarem ao mercado (sonho). Ele desperta atenções por seu jeito inocente de ser (só naquela época, hoje a criançada já levaria pro paredão e chamaria de lagartixa ao som de funk pagonejo mela-cuecatário). Assim, uma colega de trabalho se apaixona por ele, mas seu amigo quer aproveitar dessas vantagens de adulto pra curtirem a tão sonhada liberdade infanto juvenil. Aí é que o bicho pega, pois, Josh percebe que não dá pra conciliar as coisas. Você não pode ser um livre ser vivente sem prestar contas e responsabilidades ao mesmo tempo.

De um lado, todos se admiram com aquele jovem de 30 anos tão entusiasmado, pois, não sabem que ele pulou uma etapa importante para a vida adulta: Justamente a adolescência, onde gradativamente se veria conciliando responsabilidades e prazeres. É interessante notar paradoxos no filme, pois, quando uma mulher conhece um cara com a mente de 13 anos, ela até se apaixona, mas critica sua imaturidade, considerando que ele não passou daquela etapa. Já com Susan foi diferente, ela amou a espontaneidade daquele cara, o desprendimento e pureza que um yuppie da idade dela não teria, sempre preocupado com negócios, esportes e sexo. Talvez ela tenha sido atraída pelo fato de Josh não ser um gavião, vai saber.






O importante do filme é a lição de que você não pode pular fases sem sofrer as conseqüências no futuro. Saca, a metáfora da borboleta que precisa juntar força por conta própria para sair do casulo, pois, se ajudarmos, ela não voa, pois, não estará preparada e com asas fortes. Quantas pessoas se negam a assumir responsabilidades e acabam por prejudicar a si mesmas por não saberem como lidar com situações, porque estavam muito preocupadas em justamente não crescer. Admiro a pureza de uma criança, mas não dá pra levarmos isso pela vida adulta sem a “poluição” externa, pois, somos muito complicados com nossas regras sociais. E não esqueçam: Nunca deixamos de ser crianças, os brinquedos é que custam mais caro.  

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