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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Contrato Gordo

Hipotireoidismo, né? Sei...
Reality shows não são nem reality, nem shows. Tá, talvez shows porque há muito patrocínio, exposição e a mórbida curiosidade do público pra acompanhar pessoas fazendo coisas que não importam só pra ter o que comentar. Ponto.

Desde o fatídico No Limite - lá no ano 2000, quando o mundo parecia que ia acabar logo depois do bug do milênio (ou antes, se contar que o século novo mesmo só começou no ano seguinte, mas estou divagando), já experimentamos toda sorte (ou azar) de realities. Em todos os horários, formatos, motivos e temas. Maldito o dia que algum matuto pensou, "ei, eu quero assistir pessoas fazendo qualquer coisa, porque minha vida comporta isso". Não, não culpo o criador desse formato, mas sim quem aceita e incentiva a continuação dessas coisas dando audiência e ligando pra enriquecer quem não teve ideia nenhuma. Enfim...

Essa enrolação toda pra falar sobre essas montagens que rodam a internet criticando e ironizando a Globo por pedir doações para o Criança Esperança enquanto paga alguns milhões para um ex-jogador de futebol, atual rico empresário manter a forma. Não vou entrar no mérito se é a emissora dona da comunicação do Brasil que paga ou se é o patrocinador que aparece estampado em todas TODAS as camisas que o bacana usa pra se exercitar, mas sei de uma coisa, doações não têm nada a ver com programação normal.

Acho injusto que você ligue inúmeras vezes pra eliminar um candengo num reality show e fica chorando pra doar uma grana pra crianças necessitadas, justificando-se através de negociatas em programas de grande audiência. Vamos falar o português claro? Claro que a intenção do Criança Esperança não é a caridade, mas dedução no imposto de renda (essa lenda de que a emissora fica com a bufunfa cai por terra por isso). E, no caso do ex-jogador, é só audiência e um contrato gordo (sem referências) com patrocinadores e outros interesses relacionados.
Sua aposentadoria foi desobediência do corpo, ou greve
geral dele?

Talvez se a reclamação fosse pela hipocrisia em se tratar como ex-atleta meramente sedentário um desleixado, até seria mais lógico, mas o que não se faz por audiência hoje em dia?

Ps.: Não sou hipócrita de ostentar uma imagem minha com um cigarro na boca e criticar o empresário, mas um atleta deveria saber se comportar como tal, eu não sou atleta e não dou desculpas médicas pra deixar de praticar um esporte.

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