Antes, era a fofoquinha, uns conhecidos infiltrados ou apenas "agentes-duplos" catando conversas atrás de portas - ou nem isso - pra sair espalhando distorcido ou não. Mas toda relação, um dia, acaba ratificando laços. E é aí que a coisa muda, quando passa a novidade, quando os exércitos se conhecem de outras batalhas, cria-se um histórico, um background, etc... Chega de meneios.
Pensa bem nos conceitos que mudaram:
1) Com o tempo, muitos fofocados se tornaram amigos ou inimigos dos fofoqueiros. Isso gera um clima pra lá de tendencioso, pois, a relatividade vai falar alto e Einstein vai ficar bolado de eu usar uma teoria complexa e relevante pra exemplificar esta bosta de assunto. Um peido molhado e freado de um queridinho do buxixeiro vai ser mostrado como a glória suprema do ser humano. Ninguém no mundo faria algo tão relevante pra sociedade!
2) Sendo celebridade, subcelebridade ou nanocelebridade, ou mesmo os wannabe's, provavelmente já vão fazer de tudo pra aparecer como uma extensão dos já famigerados paparazzis. Um ciclo vicioso de quem precisa ter assunto, mesmo que inútil, e quem precisa estar aparecendo pra não ser esquecido.
Tem também o caso mais grave, quando o fofoca usa seu veículo pra ideais escusos próprios ou de patrocinadores. Por exemplo, um jornal de grande circulação e uma emissora são ligados a uma dessas pessoas da fofoca... o espaço nunca foi ambiente de propaganda política, mas, DO NADA, começa-se a difamar um determinado partido político que está no governo federal enquanto o partido rival, inegavelmente corrupto no tempo em que vendeu metade do país pra iniciativa privada, é defendido por ter amizades entre apresentadores, atores e empresários. Ou seja, jornalismo é minha jiromba, essa palhaçada é cabide de emprego (sempre defendendo exemplos de virtude humana).
Isso leva a outra situação muito próxima: A vitrine. Quer uma boa promoção, divulgação e essas coisas? Aceite ceder espaço de fofoca pra falar bem de quem tá com filme queimado. Essa pessoa já faz um trabalho de parceria patrocinada com a assessoria pra mudar a imagem chamuscada. Claro, sem esquecer que o "produto" não pode ser desafeto da fofoqueira, mas se for amiga, aí, consegue a prestação de serviço de graça.
Então, fofoca moleque, fofoca de várzea até que era engraçadinho, tinham umas mensagens cifradas, mas quando começa a usar atores de famoso histórico de traição no casamento pra dar entrevista com chamada especial pra 'odeio desonestidade', aí, a coisa fica um pouco forçada. Ou quando um show fracassado aparece como super produção, ou quando a muquiranice de uma emissora é creditada a uma crise financeira supostamente provocada pelo governo federal... bem, aí, a fofoquinha perde toda a essência. A cultura do espetáculo perde o contexto.
Há tempos que isso virou um clubinho fechado, aquela galera do fundão da sala que defende os seus e quem é de fora vira 'corno, safado e bundão'. Pobre da alma que fica acompanhando isso como se fosse noticiário quente querendo ver o circo pegar fogo pra notar que a vida dos outros tem problemas e alegrias como a de qualquer um. E eu não sei se é por uma ingenuidade burra ou delírio de grandeza errado que esses veículos parecem caminhar francamente para se tornar o maior expoente dos meios de comunicação de fofoca. O famoso - e inacreditável - tabloide de fofocas: Revista Veja. Veja como lambeu as botas da ditadura ao mesmo tempo que sensacionalizava uma notícia de 1º de abril como verdade (lembra? uma suposta experiência científica unido dna bovino e de tomate pra carne já estar temperada já no abate?). E porque? Porque pra eles é filosofia de vida fazer de tudo pelos interesses internos, pelas vendas e é mais fácil pedir desculpas do que permissão, a bomba já terá sido jogada.
"Na boca de quem não presta, quem é bom não tem valor." - Clementina de Jesus.
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