Vamos falar um pouco sobre as desculpas hipócritas
desesperadas acerca do que não se concorda por inércia e ignorância. Vamos?
Vamos. E a imagem da vez é de Senhora Daniela Mercury beijando calorosamente
sua consorte. Dali, seguiu-se um curto diálogo, pelo menos pelo print, não sei
se a conversa se estendeu e que caminho poderia ter tomado. Vamos nos ater a
esse trecho que é o que interessa no momento.
Pois bem, a sequência traz a cantora e sua companheira se
beijando, uma mulher relatando, logo depois nos coments, a reação do filho de
dois anos e retrucada por um odiador (é assim que vou chamar gente que só
repete frases feitas do senso comum sem parecer realmente envolvida na conversa).
Ao que ela responde explicando que ela não está equivocada nem que sua opinião
foi feita de forma irracional e decorada (todo odiador acha que somos iguais a
eles). Eu acho que o final dessa coversa deve ter palmas pra ‘mãe’ Isis, pois
deu uma lição de amor sobre o ódio do odiador (rima involuntária). Vamos às
considerações de trechos que sintetizam os pontos de vista dos conversadores.
“Toda forma de amor e carinho (sic) e bem vinda” – Isis Castro
Essa frase arrematou o pequeno relato da moça que contou que
o filho de dois anos, se espantou com a imagem de duas mulheres se beijando (obviamente,
pelo costume conservador de a sociedade “mandar” o gay se esconder pra parecer
que não existe, porque alguém achou que não podia). Ela diz ao filho que a
pessoa beija quem quiser ao que o filho lhe dera um beijão, pra mim,
demonstrando que entendeu a frase ‘arremate’ da mãe, de que toda forma de
carinho é bem vinda. Seria lindo se parasse por aí, mas, como em toda história,
tem seu ato de perturbação, veio a tempestade.
“Aurrrr aaarrrrrghghghghg rooonnnccc bbblllrrrr” – Richard Costa
O quê? Jura que isso era um texto? O discurso dele tinha alguma coisa falada em nossa
língua? Eu só entendi grunhidos estilo uma cruza de Chewbacca com o Taz.
Explico. Primeiro, não é da conta dele o que as pessoas fazem entre si em suas
intimidades. Segundo, se ele tem tanto incômodo assim, deveria disfarçar melhor
o medo de se identificar com gays. Terceiro, ao balbuciar minimamente humano
que ‘pimenta no c- dos outros é refresco’, ele demonstra não só um medo
patológico de gays, como parece ver isso como uma espécie de desgraça. Só
concluo, por hora, que ou ele está muito mais próximo disso do que assume (e
tendo absorvido o preconceito da sociedade, tem medo de represálias) ou ele nem
sabe do que está falando, já que termina falando duas vezes ‘Jean Wyllis Lixo’,
se referindo ao ex-BBB, atual deputado.
Ou seja, coerência no assunto é pra bobos, pegue um mote e
odeie gratuitamente e, pra mostrar que você conhece o assunto, cite um nome
famoso relacionado ao assunto. Digo e repito: Chewbacca + Taz. Sim, dois
personagens masculinos fazendo alusão a uma união homoafetiva pra esfregar na
cara do homofóbico demente. E ainda fica afirmando que Wyllis nunca o
representará... hmm... sabemos bem quem é que precisa ficar afirmando uma
coisa, né? Gente insegura, isso mesmo. Mas a coisa melhora, a partir daqui.
“A mente de vocês (sic) e tão pervertida e maliciosa, que
não sabe diferenciar isso” – Isis Castro
Mamis poderosa contra a homofobia falou coisas interessantes
aqui. Só faço um adendo antecipado, que o termo ‘escolha’ não é apropriado, já
que as pessoas não decidem se tornar gays e sim, se vão assumir isso ou se vão
se esconder do preconceito da sociedade. Mas vamos lá. Ela explica que uma
criança de 2 anos não vê maldade em um beijo, ela fica curiosa, mas sabe que é
uma demonstração de carinho.
E termina dizendo que se esse for o futuro de seu filho, ela
o amará assim mesmo, pois é seu filho acima de qualquer coisa e que o real medo
dela será de seu menino vir a se tornar vítima de homofóbicos como o traste que
foi lá despejar ódio numa conversa onde não foi chamado.
É o velho papo, sempre tem alguém pra duvidar que você pode
se interessar em ajudar os mais necessitados, sem ser pobre, sempre tem quem
ache hipocrisia você ser honesto e fiel a alguém, sempre tem gente pra duvidar
de algo que elas é que não acreditam. Pode reparar, as pessoas que usam frases
começadas com ‘gente, vamos deixar de hipocrisia...’ são as que não acreditam
na bondade do ser humano por que elas não a têm. Não é que elas sejam
espertonas e já descobriram o segredo da maldade humana, é que elas é que não
prestam, então querem ser as primeiras a dizer que tudo é hipocrisia (banalizando
o termo) pra parecerem aquelas que nunca serão enganadas.
Um colega costuma falar que ‘fobia’ é um termo ligado a
doença e que ‘homofobia’, portanto, não seria uma doença, e sim uma maldade do
ser humano. Eu entendo o ponto de vista dele, mas acho, ainda assim, que é sim
caso de doença. Quando você tem medo de alguém ou alguma coisa, você suporta,
você até encara. Mas quando você se incomoda num nível que te altere o estado
de espírito, até fisiológico... aí, acho que é sim uma doença. No máximo, se
não uma patologia, um retardo auto-imposto, com certeza. Rá! E depois, o que
leva a pessoa a ir lá na publicação dos outros se manifestar assim? Não tem
mais ninguém no clubinho de odiadores pra latir e rosnar? Tem que ir onde não
foi chamado?
É muito mais o caso de você lavar os vidros por onde toma
conta da vida dos outros do que ficar fofocando que a vizinha deva lavar melhor
o lençol dela.
Ps: O título deste texto não se referiu necessariamente à pansexualidade. Pelo menos não àquela distorcida sempre atribuída ao cantor Serguei. Não tem essa de amar e dar carinho pra coqueiro. Isso nem é pansexualidade, é fetiche. Mas é assunto pra outra hora.
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