Malcolm Little, conhecido como Malcolm X, nasceu em 19 de
maio e hoje completaria 90 anos na data de hoje e é um dos mais representativos
ícones da negritude, na luta por direitos igualitários e reparações sociais
para a comunidade negra, primeiro dos EUAses, e de uma forma geral para todo
negro no mundo. Falar nele poderia ser um clichê, mas muita gente apenas
conhece o mito, o estereótipo de negro revoltado que odeia branco, sem nem
saber as motivações e experiências que o fizeram o ativista que foi em prol dos
direitos civis para os negros, coisa que parece muito normal pra muito racista
encubado, mas que era a síntese de desumanização do negro. Como só poder sentar
no fundo de um ônibus, empregos, funções e uma série de regras feitas só para
manter o negro longe de uma vida básica de educação, escola e condição
financeira mínima pra sobreviver. Mas vamos lá, vamos ver um pouco melhor a
vida de Malcolm X.

Malcolm, com apenas seis anos de idade, perdeu o pai, Earl.
Earl Little era membro da Associação Universal para o Progresso do Negro e foi brutalmente
espancado e arremessado na linha do trem. Tendo o corpo praticamente partido ao
meio, morreu pouco tempo depois. A mãe de Malcolm, Louise, era filha de um
estupro de homem branco sobre mulher negra. Por ter a pele clara, Louise tinha
certa “facilidade” de arrumar emprego na área de trabalhos domésticos, o que
acabava por perder quando descobriam sua origem afro. Nem os benefícios sociais
que recebia pela viuvez e pela assistência social davam conta do sustento de
Louise (com 34 anos àquela altura) e seus oito filhos. Após muito relutar, ela
aceitou os conselhos do serviço social e pôs seus filhos para a adoção, com
exceção dos dois mais velhos. Louise – que já vinha tendo sua sanidade mental
questionada - mais tarde, foi internada numa instituição para doentes mentais,
pois ela sofrera um colapso nervoso devido ás pressões em sua vida. Assim, a
famílias de Malcolm já estava separada e desestruturada e o garoto mal passava
dos 10 anos de idade. Anos antes, também teve a casa de sua família incendiada.
Na escola, Malcolm era um bom aluno até ser desacreditado
por um professor, quando lhe disse que queria ser advogado. O professor disse
que era absurda a ideia de um advogado negro e que ele chegaria, no máximo, a
carpinteiro. A partir daí, Malcolm se tornou um boêmio, foi para Boston. De lá,
conheceu o Harlem, passou de freqüentador de regiões ‘da pesada’ a traficante,
praticou assaltos, esticava e pintava os cabelos e trocou sua namorada negra
por uma jovem branca. A namorada negra se encaminhou para a prostituição,
Malcolm se arrependeu, mas continuou amante da branca Sophia, mesmo ela tendo
casado com outro. Passou por louco para se livrar do serviço militar e num
assalto com um grupo que envolvia Sophia, sua irmã e um amigo, foram presos e
Malcolm pegou a maior pena, 11 anos. Na prisão, recebia cartas de seus irmãos,
sobretudo de Reginald, que se convertera ao islamismo e lia tudo que encontrava
na biblioteca da prisão. Recebeu o X da Nação Islã, que alegava ser o
verdadeiro nome de sua família através de uma revelação de deus. Assim, Malcolm
Little deixou de ser conhecido como ‘satã’, por sua postura anti-religiosa na
cadeia, para Malcolm X.

Fora assassinado a 21 de fevereiro de 1965 (39 anos), na sede de sua
própria Organização, com 16 tiros de calibres 38 e 45, por membros da Nação
Islã. Deixou 4 filhas e a esposa grávida Betty Sanders. Mas ficou para a
história como uma verdadeira lenda para quem luta por direitos igualitários, respeito
e tudo aquilo que as classes sociais mais abastadas e de pele clara recebem de
graça, enquanto parece para nós sempre vem por algum tipo de favor, como bons empregos, participação mais ativa na
sociedade, etc.
Curiosidade: Nunca me ofendo quando me chamam de Malcolm X,
mesmo sabendo que quem faz isso não tem noção de quem foi o homem, apenas num
estereótipo de ‘negro revoltado que vê racismo em tudo’. Outra curiosidade, que
marca a postura modificada no retorno de Meca, foi quando perguntaram a Malcolm
se ainda achava que o branco representava o demônio, ao que ele repondeu: “Os
brancos são seres humanos na medida em que isto for confirmado em suas atitudes
em relação aos negros”.
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Um homem que não se posiciona por nada, vai vacilar por qualquer coisa. |
Tem tempo pra uma piadinha infamemente genial?
Racismo é mau.
Racismo é um mal.
Portanto, nem mau com U, nem mal com L
Contra o racismo: Malcolm X.
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